Mostrando postagens com marcador 2004. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 2004. Mostrar todas as postagens

Valencia Campeão da Liga Europa 2004

A Copa da UEFA de 2004 não teve nenhuma mudança no regulamento, que vigorava desde 2000. Mas foi um marco de encerramento, pois foi a última realizada 100% em fases de mata-mata. A partir da temporada seguinte, a UEFA introduziria a fase de grupos. O último vencedor no formato clássico foi o Valencia, clube espanhol que vinha de dois vices na Liga dos Campeões (2000 e 2001) e foi o último (até o momento) que destronou Real Madrid e Barcelona vindo de uma terceira comunidade autônoma.

No mesmo ano de seu último título espanhol, os "murciélagos" (morcegos) disputaram a Copa da UEFA desde a primeira fase, onde enfrentaram o AIK. A primeira partida foi na Suécia, no antigo Rasunda, com vitória por 1 a 0. O segundo jogo aconteceu no Mestalla, e pelo mesmo placar o Valencia avançou.

Na segunda fase, os valencianos encararam o Maccabi Haifa. Na ida em casa, empate sem gols. A classificação veio com a goleada por 4 a 0 fora de casa. Mas o jogo não aconteceu em Israel, e sim em Roterdã, na Holanda. Na terceira fase, a vítima espanhola foi o Besiktas, com vitórias por 3 a 2 no Mestalla, e por 2 a 0 na Turquia.

O Valencia enfrentou nas oitavas de final outro turco, o Gençlerbirligi. O jogo de ida foi em Ancara, na parte asiática da Turquia, e os murciélagos foram derrotados por 1 a 0. A volta ocorreu no Mestalla, mas, apesar da pressão, só um gol foi anotado, pelo atacante Mista. Na prorrogação, aos quatro minutos do primeiro tempo, Vicente Rodríguez fez 2 a 0 e trouxe o alívio da classificação. Nas quartas, as coisas foram mais sossegadas contra o Bordeaux, pois a vaga foi obtida com vitórias por 2 a 1 tanto na França quanto na Espanha.

A semifinal foi num encontro caseiro com o Villarreal. A primeira partida foi em El Madrigal, e o Valencia ficou no empate por 0 a 0. O segundo jogo aconteceu no Mestalla, para 58 mil torcedores. Com um gol anotado logo aos 16 minutos do primeiro tempo, em pênalti convertido por Mista, os valencianos venceram por 1 a 0 e chegaram à final.

A decisão foi entre Valencia e Olympique Marselha, vindo da Liga dos Campeões e que eliminou Dnipro, Liverpool, Internazionale e Newcastle. O estádio escolhido foi o sueco Ullevi, em Gotemburgo. A partida não foi lá muito emocionante porque o Valencia não permitiu que fosse. Aos 45 do primeiro tempo, o artilheiro Mista abriu o placar batendo pênalti. Aos 13 do segundo tempo, Vicente fez 2 a 0 e deu os números finais da conquista inédita e merecida dos valencianos.

A campanha do Valencia:
13 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 5 gols sofridos



Foto Bob Thomas/Getty Images

Boca Juniors Campeão da Copa Sul-Americana 2004

Com leves modificações no regulamento, a Copa Sul-Americana seguiu para a temporada 2004. As alterações aconteceram na fase brasileira, que deixou de ter quatro triangulares e passou a ser com dois mata-matas. O número de vagas permaneceu intacto: 12 para o Brasil, seis para a Argentina, a do campeão Cienciano e mais 16 divididas entre os demais países do continente.

Nesta terceira edição de Sula, a zebra não teve chance. Se na Libertadores o Boca Juniors foi surpreendido pelo Once Caldas na decisão, aqui o clube argentino tratou de espantar os fantasmas e arrancou para sua primeira conquista. Convidado da AFA, o time xeneize entrou diretamente nas oitavas de final, contra o San Lorenzo. No primeiro confronto, perdeu por 1 a 0 no Nuevo Gasómetro. No segundo, venceu por 2 a 1 de virada no Padre Ernesto Martearena, em Salta, e conseguiu a classificação nos pênaltis, ao ganhar por 4 a 1.

A campanha seguiu difícil nas quartas de final, contra o Cerro Porteño. A ida foi mais uma vez em Salta (La Bombonera estava fechada), e o Boca sofreu para o buscar o empate por 1 a 1 diante dos paraguaios. A volta foi disputada em Assunção, no Defensores del Chaco, e novamente o empate imperou no placar, desta vez sem gols. Nos pênaltis, após 20 cobranças, o time argentino venceu por 8 a 7 e ficou com a vaga na semifinal.

O próximo adversário do Boca Juniors foi o Internacional. De volta à La Bombonera, o time xeneize conseguiu uma categórica vitória por 4 a 2 sobre os brasileiros, de virada. O segundo jogo foi no Beira-Rio, em Porto Alegre, e bastou segurar o empate por 0 a 0 para chegar à final pela primeira vez.

A decisão foi contra o Bolívar, que colocou a Bolívia numa final continental pela primeira vez desta a obscura Recopa de 1970. O time eliminou Aurora, Universidad Concepción, Arsenal de Sarandí e LDU Quito. A ida foi realizada no Hernando Siles, na altitude de 3.625 metros de La Paz. Os argentinos bem que tentaram largar na frente, mas acabou derrotado por 1 a 0.

A volta foi em La Bombonera. Com o apoio de 55 mil torcedores, o Boca reverteu a situação e conquistou a primeira Sul-Americana ao vencer por 2 a 0, gols de Martín Palermo, aos 14 minutos do primeiro tempo, e Carlos Tevez, aos 28.

A campanha do Boca Juniors:
8 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 9 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Boca Juniors

Porto Campeão da Liga dos Campeões 2004

Em 2004, a Liga dos Campeões mudou o regulamento e reviveu um pouco de tempos passados, quando a competição era de imprevisibilidade pura. Na fórmula, a segunda fase de grupos foi abolida para dar lugar novamente às oitavas de final. Dessa forma, a quantidade de partidas para os clubes ficou menor. Já em campo, o que se viu foram os favoritos caírem antes da semifinal. Dos quatro sobreviventes, três nunca haviam levado a taça. E no fim, ela ficou com o único time que já sabia o seu gosto: o Porto.

Poucos além dos próprios torcedores acreditavam em uma conquista dos dragões no início. Tanto que o clube só era considerado a segunda força do grupo F, atrás do Real Madrid e à frente de Olympique Marselha e Partizan.

Em seis jogos, os portugueses venceram três, empataram dois, somaram 11 pontos e confirmaram os prognósticos: vice-liderança, três pontos atrás dos espanhóis e sete à frente dos franceses. A classificação veio na penúltima rodada, na vitória por 2 a 1 sobre o adversário da Sérvia. Este jogo foi um dos últimos no Estádio das Antas, que fechou as portas no fim de 2003 (e foi demolido em 2004).

Nas oitavas de final, o Porto já estava de casa nova, o Estádio do Dragão. E uma das primeiras vítimas foi o Manchester United, nos 2 a 1 da partida de ida da fase. A volta, no Old Trafford, terminou empatada por 1 a 1. Nas quartas de final, os portugueses passaram pelo Lyon: 2 a 0 em casa e 2 a 2 na França.

A semifinal chegou sem nenhum candidato ao título no começo, com Porto, Monaco, Chelsea e Deportivo La Coruña - este último o rival dos dragões. Na ida, empate sem gols em Portugal. Na volta fora, Derlei marcou de pênalti e o Porto venceu os espanhóis por 1 a 0.

A final foi contra o Monaco, que eliminou PSV Eindhoven, AEK Atenas, Lokomotiv Moscou, Real Madrid e Chelsea. Na Arena AufSchalke, na alemã Gelsenkirchen, o Porto fez prevalecer sua maior tradição e levou o bicampeonato. Aos 39 minutos do primeiro tempo, Carlos Alberto fez o primeiro gol. Aos 26 do segundo, Deco ampliou. Aos 30, Alenichev saiu da reserva para fechar o placar em 3 a 0.

A campanha do Porto:
13 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 1 derrotas | 20 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Adam Davy/Empics/Getty Images

Once Caldas Campeão da Libertadores 2004

No ano da zebra, a Libertadores passou por uma nova expansão. A fase de grupos aumentou de 32 para 36 clubes em 2004, ganhando um nono grupo somente nesta edição. Isto foi possível por dois motivos: a fase preliminar entre venezuelanos e mexicanos foi abolida, e uma vaga foi adicionada para Brasil e a própria Venezuela.

Mas por que 2004 é o ano da zebra? É que muitas competições nesta temporada foram vencidas por equipes as quais não se esperava quase nada antes do início. Foi assim com o Once Caldas na Libertadores. Os colombianos não eram considerados grandes nem mesmo em seu país, mas surpreendeu o continente.

No grupo 2 da primeira fase, liderou com folga sobre o venezuelano Maracaibo, o argentino Vélez Sarsfield e o uruguaio Fénix. O time venceu quatro jogos e empatou um, somando 13 pontos. No mata-mata, os nove líderes mais os cinco melhores vices avançaram às oitavas de final.

Os outros quatro disputaram uma repescagem em jogos únicos, em busca das duas vagas restantes. E os blancos de Manizales aguardaram essa definição entre Barcelona de Guayaquil e Maracaibo, com vitória dos equatorianos. No Equador, empate sem gols entre Once Caldas e Barcelona. Na Colômbia, empate por 1 a 1 e vitória nos pênaltis por 4 a 2.

Nas quartas, o clube bateu o Santos após empatar por 1 a 1 na ida fora e vencer por 1 a 0 na volta em Palogrande. A semifinal foi contra o São Paulo, e começou com outro empate no Brasil, por 0 a 0. Em Manizales, o Once Caldas fez 2 a 1 e chegou na decisão.

A final foi contra o Boca Juniors, que eliminou Sporting Cristal, São Caetano e River Plate. A ida foi em La Bombonera, e o Once Caldas segurou o 0 a 0. A volta foi em Palogrande. Jhon Viáfara abriu o placar aos colombianos, mas os argentinos fizeram 1 a 1 no segundo tempo. Nos pênaltis, o Boca errou todas as cobranças e Jorge Agudelo converteu a que fez 2 a 0 e deu o título histórico ao clube blanco.

A campanha do Once Caldas:
14 jogos | 6 vitórias | 7 empates | 1 derrota | 17 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Arquivo/Conmebol

Estados Unidos Campeão Olímpico Feminino 2004

Algumas mudanças aconteceram para a terceira edição do Torneio Olímpico Feminino, nos Jogos de Atenas, em 2004. Primeiro, as seleções de várias confederações teriam de conseguir a classificação por meio de pré-olímpicos. Somente a UEFA manteve a qualificação europeia pela Copa do Mundo de um ano antes. Já a Conmebol optou por utilizar a Copa América Feminina, sem criar uma eliminatória. A segunda mudança foi no número de participantes, que aumentou de oito para dez. As modificações permitiram que, pela primeira vez entre as mulheres, todos os continentes fossem representados.
Depois do ouro na estreia em casa e da prata amarga na disputa seguinte, os Estados Unidos foram ao território grego para corrigir esse percurso. Na primeira fase da Olimpíadas, as equipes foram divididas em três chaves: duas com três lugares, outra com quatro. As norte-americanas ficaram no grupo quadrangular, o G. O primeiro jogo foi contra a Grécia, com vitória por 3 a 0 sobre a anfitriã. Na segunda rodada, foi a vez de derrotar o Brasil por 2 a 0, em uma prévia do último capítulo da história. Já classificado, o time dos  Estados Unidos confirmaram a liderança com sete pontos ao empatarem com Austrália por 1 a 1. Nas quartas de final, a seleção passou pelo Japão, vencendo por 2 a 1. Na semifinal, contra a Alemanha, a vaga na decisão veio pela morte súbita na prorrogação, com o gol de Heather O'Reilly anotando 2 a 1 no placar. Na final, o reencontro com o Brasil, que eliminou México e Suécia. Antes, as alemãs levaram o bronze ao baterem as suecas por 1 a 0.
A medalha de ouro foi decidida no Estádio Karaiskakis, na própria Atenas. Apesar do crescimento brasileiro durante a competição, as norte-americanas ainda eram as favoritas ao título. Aos 39 minutos do primeiro tempo, Lindsay Tarpley abriu o marcador. Tanta torcida e vontade pelo lado do Brasil valeu a pena quando Pretinha empatou aos 28 do segundo tempo. O resultado seguiu até a prorrogação, onde mais uma vez o gol de ouro valeu uma medalha e a felicidade dos Estados Unidos. Aos nove do primeiro tempo, a artilheira do time, Abby Wambach, marcou o tento dos 2 a 1 e deu o bicampeonato ao USWNT.

A campanha dos Estados Unidos:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 12 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Argentina Campeã Olímpica 2004

Depois de 108 anos, os Jogos Olímpicos voltavam para sua verdadeira casa. A grega Atenas recebeu as Olimpíadas de 2004 com oito anos de atraso, pois o plano original era de que o centenário do evento fosse na cidade. Mesmo assim, nada foi capaz de tirar a grandiosidade da organização. Foi tanto dinheiro investido, que mais tarde a Grécia mergulharia em uma crise econômica sem precedentes. E se nos primeiros Jogos da história o futebol mal existia e não foi incluído no programa, agora a situação era bem diferente. O torneio seguiu o mesmo regulamento em vigor há quase três décadas, e foi a quarta edição disputada com seleções sub-23.
Algo comum no que se refere às Olimpíadas, países tradicionais no futebol passavam longe da medalha de ouro. Um deles era a Argentina, que até ali colecionava duas pratas (1928 e 1996) e sentia que precisava preencher o espaço que faltava subindo no topo do pódio. A espera enfim acabaria. No grupo C da competição, a Albiceleste já mostrava suas armas na estreia, ao golear Sérvia e Montenegro por 6 a 0. A classificação chegou antecipadamente, na vitória sobre a Tunísia por 2 a 0. A primeira fase chegaria o fim no 1 a 0 sobre a Austrália, na última partida. Com nove pontos, a Argentina passou na liderança da chave. A sequência perfeita seguiu nas quartas de final, nos 4 a 0 sobre a Costa Rica. Na semifinal, o time argentino derrotou a Itália por 3 a 0, chegando na decisão com muita facilidade. Seu adversário foi o Paraguai, que eliminou Gana, Japão, Coreia do Sul e Iraque.
A disputa valendo o bronze foi jogada entre italianos e iraquianos, com vitória europeia por 1 a 0. Pelo ouro, Argentina e Paraguai se enfrentaram no Estádio Olímpico de Atenas. Depois de tantos gols nas fases anteriores, o placar que deu o título aos hermanos foi econômico: só 1 a 0, gol marcado por Carlos Tevez aos 18 minutos do primeiro tempo. O merecido título inédito chegou com 100% de aproveitamento na campanha e nenhum gol sofrido. Tevez ainda foi o artilheiro dos Jogos, com oito gols.

A campanha da Argentina:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 0 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Grécia Campeã da Eurocopa 2004

O ano das zebras também fez de "vítima" a Eurocopa. Sediada em Portugal, a edição de 2004 trouxe um campeão improvável, que dez em cada dez casas de apostas sequer apontaram antes da competição começar. Pois a Grécia surpreendeu a tudo e todos em uma das melhores histórias já vistas já vistas nos gramados do Velho Continente.
Ausente desde 1980 da Euro, o time grego jogou a primeira fase no grupo A, estreando justamente contra os donos da casa. E logo de cara já pintou e bordou, vencendo os portugueses por 2 a 1. Na segunda rodada, a equipe buscou o empate por 1 a 1 diante da Espanha. Na última rodada, enfrentou a já eliminada Rússia e perdeu por 2 a 1, enquanto Portugal superava os espanhóis por 1 a 0. A combinação de resultados ajudou os helênicos, que passaram de fase na vice-liderança com quatro pontos, saldo zerado e quatro gols marcados. O time espanhol empatou em quase tudo com o grego, mas ficou de fora porque só anotou dois gols. O primeiro lugar foi português, com seis pontos. Nas quartas de final, quem veio pela frente foi "só" a França, defensora do título. Mas a Grécia não se intimidou e venceu o confronto por 1 a 0, gol de Angelos Charisteas. Na semifinal, foi a vez de derrubar a República Tcheca com outro 1 a 0, este feito na prorrogação e sob a inédita - e pela única vez utilizada - regra do gol de prata, que consistia em dar a vitória ao time que terminasse o primeiro tempo extra na frente do placar.
Final definida, e ela seria com as mesmas seleções que abriram a Eurocopa. Grécia e Portugal chegavam para a partida no Estádio da Luz, em Lisboa, com o desejo de serem campeãs pela primeira vez. Depois de eliminar Inglaterra e Holanda, os lusitanos contavam com o favoritismo e a fator local, mas os gregos já conheciam o caminho das pedras. E essa estrada foi aberta aos 12 minutos do segundo tempo, quando Charisteas aproveitou cobrança de escanteio, e de cabeça anotou o 1 a 0 do título, para a tristeza de toda uma torcida no estádio e no país. Mas de qualquer forma, uma bonita história já estava escrita em campo.

A campanha da Grécia:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 7 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Javier Soriano/AFP/Getty Images

Brasil Campeão da Copa América 2004

Conforme avança a história da Copa América, é possível observar muito bem como ela correu ao longo dos anos. Recriada para acontecer de quatro em quatro anos na década de 70, foi reduzida para ser de dois em dois nos anos 80. A conta foi assim até 2001, quando a Conmebol reorganizou mais uma vez, colocando a edição seguinte três anos depois, em 2004. O plano não era torná-la trienal (porque uma hora iria se chocar com a Copa do Mundo), mas sim adaptar de maneira gradual para ser novamente quadrienal. Assim, três disputas ocorreriam nesse intervalo especial.
Jogada no Peru, a Copa América teve a sua hegemonia recuperada pelo Brasil, que poupou o time principal e levou à campo uma equipe B, quase inteira de jovens e comandada pelo meia Alex, o goleiro Júlio César, e os atacantes Luís Fabiano e Adriano. No grupo C da primeira fase, a estreia foi contra o Chile, vencendo por 1 a 0 com o gol marcado aos 45 minutos do segundo tempo. Contra a Costa Rica, goleada por 4 a 1 classificou o time antecipadamente. Na vez de enfrentar o Paraguai, porém, o time canarinho perdeu por 2 a 1, terminando a chave em segundo lugar, com seis pontos. Nas quartas de final, o Brasil se recuperou e goleou o México por 4 a 0. Na semifinal, empate por 1 a 1 com o Uruguai e vitória nos pênaltis por 5 a 3.
Eis que chega a decisão. E nela estão Brasil e Argentina, que eliminou Equador, Peru e Colômbia. A partida aconteceu no Nacional de Lima e até hoje povoa o imaginário do torcedor. Com os principais jogadores, o time argentino ficou duas à frente do placar. A primeira foi dos 20 até aos 45 do primeiro tempo, quando o zagueiro Luisão empatou pela primeira vez. E outra foi a partir dos 42 da etapa final, quando pareceu que o título seria da Argentina. Mas aos 48 minutos, Adriano recebeu a bola na entrada da área e, sem deixar ela cair no gramado, girou batendo no canto esquerdo do goleiro Roberto Abbondanzieri. O 2 a 2 levou o jogo aos pênaltis. Andrés D'Alessandro e Gabriel Heinze perderam suas cobranças, enquanto quatro brasileiros acertaram as suas. Nem precisou da quinta: por 4 a 2, o Brasil conquistou sua sétima Copa América.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 3 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 6 gols sofridos 


Foto Orlando Kissner/AFP/Getty Images

Porto Campeão Mundial 2004

O fim de uma era. Foram 44 anos de disputa entre América do Sul e Europa na Copa Intercontinental, com 42 edições quase ininterruptas, 18 com jogos de ida e volta e 24 com sede no Japão. A edição de 2004, a 43ª, ficou marcada por ser a última organizada por Conmebol e UEFA, com aporte da Toyota. O namoro entre a montadora de carros e a FIFA virou casamento, e a partir de 2005 um novo Mundial entraria no lugar.

Mas antes da mudança definitiva, Liga dos Campeões e Libertadores definiram seus representantes para o fim do ano. Seus campeões não foram as equipes mais qualificadas dos continentes, sendo tratadas até como surpresas, mas o destino quis que fossem elas as últimas e entrar em campo para o c’est fini. No lado europeu, mesmo sem ser considerado favorito no começo, o Porto conquistou o bicampeonato depois de eliminar Manchester United, Lyon, La Coruña, e o Monaco na final, por 3 a 0.

Já pelo lado sul-americano, o quase desconhecido Once Caldas, da Colômbia, conquistou o inédito título continental eliminando só gigantes: Vélez Sarsfield, Santos, São Paulo, e o Boca Juniors na decisão, com empates por 0 a 0 e por 1 a 1, e vitória nos pênaltis por 2 a 0.

As camisas poderiam não ser as mais pesadas, mas tanto Porto quanto Once Caldas entenderam bem o significado de estar presente neste último momento do já velho Mundial, em Yokohama, no dia 12 de dezembro. O público local é que não contribuiu muito para abrilhantar a festa, pois só pouco mais de 45 mil torcedores foram ao Internacional (menos de dois terços da capacidade do estádio).

Com um time superior e jogadores como Maniche, Luís Fabiano, Diego, Benny McCarthy e Ricardo Quaresma (que entrou no segundo tempo), o Porto foi superior ao plantel colombiano, chegando perto do gol em várias oportunidades, mandando quatro bolas na trave, tendo dois gols anulados e parando nas defesas de Juan Carlos Henao. O Once Caldas chegou bem menos, mas também levou perigo quando pôde. Mas a bola não quis entrar em 120 minutos e o 0 a 0 persistiu até a disputa de pênaltis.

Então foi a vez de ocorrer o contrário. Nas cobranças, quase todos quiseram marcar seu golzinho. Maniche errou a quarta batida e Jonathan Fabbro teve a chance de dar o título aos colombianos, mas ele atirou a bola na trave. McCarthy fez 4 a 4 e levou o duelo para a disputa alternada. Na nona cobrança do Once Caldas, John García chutou para fora. A vez da conquista ficou para o zagueiro Pedro Emanuel, que fez 8 a 7 e confirmou o bicampeonato aos Dragões.

Com 19 pênaltis, os deuses do futebol esticaram até onde puderam a última Copa Intercontinental, que fechou suas cortinas com o mesmo sucesso de quando as abriram.


Foto Arquivo/Porto

União Barbarense Campeão Brasileiro Série C 2004

A Série C chega a 2004 com o efeito sanfona de sempre. Os 93 times do ano anterior foram reduzidos para 60, todos eles qualificados através do desempenho nos estaduais, além dos rebaixados da segunda divisão de um ano antes. Da mesma maneira que na competição anterior, a sensação veio do interior paulista. O União Barbarense atingiria seu auge como clube de futebol, conquistando seu principal título na história.

Na primeira fase, os participantes foram distribuídos em 16 grupos. O União Barbarense começou sua trajetória na chave 14. A estreia foi contra o América-SP em São José do Rio Preto e teve vitória alvinegra por 1 a 0. Nos dois jogos seguintes em Santa Bárbara d'Oeste, nada de gols e 0 a 0 contra Rio Branco-SP e União São João. Os tropeços foram compensados com vitórias por 1 a 0 em Araras e por 3 a 2 em Americana. Na última partida, vitória por 2 a 1 sobre o América em casa. Com 14 pontos, o Leão da 13 se classificou na liderança.

A segunda fase foi jogada contra a Portuguesa Santista. Na ida, derrota por 1 a 0 em Santos. Na volta, goleada por 4 a 1 no Antônio Guimarães e vaga na mão. Nas oitavas de final foi a vez de enfrentar novamente o Rio Branco-SP. Com vitórias por 2 a 0 fora e por 3 a 1 em em casa o União Barbarense avançou mais uma fase. As quartas foram contra o Itaty. O time alvinegro venceu a ida no interior do Paraná por 1 a 0 e empatou a volta em Santa Bárbara d'Oeste por 1 a 1.

Era chegada a hora do quadrangular final. Os desafiantes do Leão da 13 foram Americano, Limoeiro e Gama. A campanha recomeçou boa, com vitória por 1 a 0 sobre o Americano em Campos. Em dois jogos no Antônio Guimarães, mais duas vitórias: por 3 a 2 sobe o Limoeiro e por 2 a 1 sobre o Gama.

Com um futebol quase perfeito o União Barbarense já conquistava o acesso, na quarta rodada, ao golear por 4 a 1 o Gama no Distrito Federal. E na quinta partida veio o título. Mesmo perdendo por 2 a 0 para o Limoeiro em Fortaleza, o alvinegro não poderia ser mais alcançado pelo Gama, que ficou no empate com o Americano. A festa foi coroada na última rodada, com vitória em casa por 1 a 0 sobre o time do Rio de Janeiro.

Com 15 pontos em 18 possíveis, o União Barbarense conquistou a Série C em 2004. Mas a alegria durou pouco, pois a estadia do clube paulista na Série B foi rápida. Já em 2005, sem repetir as boas atuações, o time foi rebaixado e nunca mais conseguiu voltar.

A campanha do União Barbarense:
18 jogos | 13 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 29 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Futura Press

Brasiliense Campeão Brasileiro Série B 2004

Fenômeno do futebol brasileiro do começo deste século, o Brasiliense foi o incontestável campeão da Série B de 2004, logo na sua segunda participação. Fundado em 2000, o time de Taguatinga (DF) foi vice candango logo no ano seguinte, que lhe valeu passagem para a Copa do Brasil de 2002, onde eliminou Fluminense e Atlético-MG e acabou vice do Corinthians. Depois, na Série C, foi campeão e ingressou na segunda divisão de 2003, onde chegou entre os oito finalistas. No ano seguinte, aí não teve pra ninguém.

O regulamento foi igual ao da temporada passada, 24 times em turno único, com oito classificados aos quadrangulares. Só o número de rebaixados mudou de dois para seis. O Brasiliense dominou completamente a competição. Iniciou com empate fora de casa em 1 a 1 com o Ituano, e logo na terceira rodada o Jacaré venceu o Londrina por 3 a 0 também fora de casa. A classificação foi carimbada nos 3 a 0 sobre o Santo André na Boca do Jacaré, na 21ª rodada.

O Brasiliense encerrou a primeira fase na liderança, com 46 pontos em 23 jogos, sendo 13 vitórias, sete empates e três derrotas. Junto com ele se classificaram Náutico, Bahia, Ituano, Fortaleza, Marília, Avaí e Santa Cruz. No quadrangular semifinal, o Brasiliense fez grupo equilibrado com Fortaleza, Ituano e Santa Cruz, se classificando no segundo lugar com oito pontos, mesma pontuação de cearenses e paulistas, e um ponto a menos que pernambucanos.

No quadrangular final, Brasiliense, Fortaleza, Avaí e Bahia disputaram as duas vagas. O Jacaré começou com pé direito, vencendo o Bahia em casa por 2 a 1. Na sequência, duas derrotas por 1 a 0 para Fortaleza e Avaí colocaram um ponto de interrogação no acesso do clube. Tudo desfeito na vitória por 2 a 0 sobre os catarinenses na Boca do Jacaré.

Na quinta rodada, o acesso inédito foi obtido com o 1 a 0 sobre o time catarinense em casa. Na rodada final, o Brasiliense confirmou o título na vitória de 3 a 2 sobre o Bahia na Fonte Nova. Campeão com 12 pontos, quatro a mais que o vice Fortaleza. Até hoje, a Série B de 2004 é a maior conquista do clube candango.

A campanha do Brasiliense:
35 jogos | 19 vitórias | 9 empates | 7 derrotas | 57 gols marcados | 33 gols sofridos


Foto Edson Ruiz/Placar

Santos Campeão Brasileiro 2004

O Campeonato Brasileiro de 2004 manteve quase todo o regulamento do ano anterior. Os 24 participantes seguiram no enfrentamento em dois turnos, apenas o número de rebaixados subiu de dois para quatro. E esta edição foi mais emocionante que a antecessora, com o campeão sendo definido somente na última rodada. O Santos de Robinho dominou na maioria das rodadas e levou a oitava taça para o litoral paulista.

O Peixe estreou no Brasileirão com derrota para o Paraná por 3 a 2, em Curitiba. Na segunda rodada veio a primeira vitória, sobre o Botafogo por 2 a 0, na Vila Belmiro. Com um começo trepidante, o Alvinegro trocou de técnico na sétima rodada, após derrota em casa para o Palmeiras por 4 a 0. 

Vanderlei Luxemburgo desembarcou em Santos e arrumou o time. Na 15ª rodada, o time venceu o Flamengo por 2 a 0 na Vila Belmiro, e assumiu a liderança pela primeira vez. Na 16ª, perdeu por 1 a 0 para o Fluminense no Maracanã e foi ultrapassado pelo Palmeiras. No jogo seguinte, o primeiro lugar foi retomado com a goleada de 5 a 2 sobre o Criciúma, em casa.

O turno terminou com o Peixe em primeiro, mas na 25ª rodada uma derrota derrota para o Botafogo por 2 a 0 em Caio Martins o tirou outra vez da ponta, superado novamente pelo Palmeiras. Na rodada seguinte, o Santos faz 4 a 1 no Figueirense, em Mogi Mirim, e volta para a liderança. A grande briga do campeonato começou mesmo na 33ª rodada, quando o Peixe perdeu para o Internacional por 2 a 1 no Beira-Rio, e o Athletico-PR assumiu a primeira colocação.

Na 38ª partida, o Santos empatou em 1 a 1 com o Flamengo no Maracanã e recuperou a frente. Nessa mesma rodada ocorreu a morte em campo do jogador Serginho, do São Caetano. Na 40ª rodada, outra troca de posição com o Athletico-PR, após empate santista em 1 a 1 com o Criciúma em Santa Catarina.

O primeiro lugar do Santos só foi conquistado em definitivo na penúltima rodada, com a vitória fora de casa por 3 a 0 sobre o São Caetano. Na última rodada, o título foi confirmado com a vitória sobre por 2 a 1 sobre o Vasco, no Benedito Teixeira, em São José do Rio Preto. O Alvinegro encerrou 2004 com 89 pontos em 46 jogos, com 27 vitórias, oito empates, 11 derrotas e 103 gols marcados, o recorde absoluto de ataque em uma edição de Brasileiro, até hoje nunca superado.

A campanha do Santos:
46 jogos | 27 vitórias | 8 empates | 11 derrotas | 103 gols marcados | 58 gols sofridos


Foto Djalma Vassão/Gazeta Press

Santo André Campeão da Copa do Brasil 2004

Nos primeiros 15 ou 16 anos de existência, a Copa do Brasil era muito mais propensa a zebras. Muitas delas atingiram semifinal, final ou até mesmo o título da competição. Em 2004, talvez tenha ocorrido o caso mais surpreendente. O Santo André, time paulista que à época participava da Série B do Brasileirão, levou a taça dentro do maior estádio do Brasil. E, antes, eliminando outra surpresa que veio do interior gaúcho.

O título do Ramalhão começou a ser desenhado no confronto contra o Novo Horizonte, de Goiás. Com a goleada por 5 a 0 na ida fora, não foi necessário disputar a volta em casa. Na segunda fase, foi a vez de enfrentar o Atlético-MG. No primeiro jogo, vitória por 3 a 0 no Bruno José Daniel, no ABC Paulista. Na segunda partida, os mineiros bem que tentaram reagir, mas o Santo André se segurou com a derrota por 2 a 0.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Guarani. A ida foi no Brinco de Ouro, em Campinas, e o Ramalhão empatou por 1 a 1. A volta aconteceu no Bruno José Daniel, com novo empate, mas sem gols. Pelo tento anotado fora de casa, o Santo André avançou.

Nas quartas, a parada foi contra o Palmeiras, em duas partidas épicas. A primeira foi em casa, e terminou empatada por 3 a 3. O segundo jogo ocorreu no velho Palestra Itália, e o que se viu foi uma classificação emocionante: o Ramalhão largou na frente com Sandro Gaúcho, sofreu dois gols de virada, buscou o primeiro empate com Osmar, levou outros dois tentos e correu atrás de novo empate, por 4 a 4, com Sandro e Tássio. 

A semifinal era inimaginável, contra o 15 de Novembro, do Rio Grande do Sul, que havia eliminado o Vasco e passado por outros pequenos como Americano e Palmas. A ida foi no Pacaembu, em São Paulo, mas o Santo André acabou derrotado “em casa” por 4 a 3. Assim, foi preciso ter mais um ato de heroísmo. Em Porto Alegre, no Olímpico, o time comandado por Péricles Chamusca venceu por 3 a 1 e se classificou à final.

Na decisão, o Santo André encarou o Flamengo, que havia superado CRB, Tupi, Santa Cruz, Grêmio e Vitória. A ida foi disputada no Palestra Itália, em São Paulo, pois o Bruno José Daniel era muito pequeno. Com gols de Osmar e Romerito, o Ramalhão empatou por 2 a 2 com os cariocas. A volta foi no Maracanã, para quase 72 mil torcedores. Sem medo de nada, o Santo André foi ao ataque. Sandro Gaúcho abriu o placar aos sete do segundo tempo e Elvis fechou em 2 a 0 aos 22, sacramentando uma conquista histórica.

A campanha do Santo André:
11 jogos | 4 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 26 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Daryan Dornelles/Placar