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Flamengo Campeão da Copa Mercosul 1999

Sucesso no ano de estreia, a Conmebol apostou mais uma vez na Copa Mercosul e repetiu a fórmula para 1999, convidando os clubes do continente com maior audiência e torcida ao redor do Trópico de Capricórnio. Um dos participantes foi o Flamengo, que não fez boa campanha no ano anterior e saiu na fase de grupos. Desta vez, a equipe entrou disposta a fazer diferente e chegou ao título.

Na primeira fase, o Fla ficou no grupo E, com Olimpia, Colo-Colo e Universidad de Chile. A campanha começou com vitória por 2 a 1 no Olimpia em casa e goleada por 4 a 0 no Colo-Colo fora. Depois, o rubro-negro perdeu por 2 a 0 para a Católica em Santiago, e por 3 a 1 para os paraguaios em Assunção. Nos últimos dois jogos contra os chilenos no Maracanã, empate por 2 a 2 com o Colo-Colo e goleada por 7 a 0 na Católica deixou o Flamengo com dez pontos, classificado na vice-liderança.

Nas quartas de final, dois confrontos contra o Independiente. Na ida, empate por 1 a 1 em Avellaneda. Na volta, mais uma goleada por 4 a 0 no Maracanã deu a classificação ao Fla. Curiosidade: um dos gols da partida foi marcado por Romário, que logo depois deixou o clube rumo ao rival Vasco. Mesmo assim, ele ainda seria o artilheiro da competição, com oito gols.

A semifinal do Flamengo foi contra o Peñarol. Depois de vencer por 3 a 0 no Rio de Janeiro, o rubro-negro enfrentou uma pequena guerra em Montevidéu. Os uruguaios bateram muito, ainda mais após sofrer os gols de Athirson e Reinaldo. No fim, o Fla perdeu por 3 a 2, mas passou à decisão.

A final foi contra o Palmeiras, que bateu River Plate, Racing, Cruzeiro e San Lorenzo. A ida foi no Maracanã, com emoção. Os cariocas largaram na frente, sofreram a virada, empataram, ficaram atrás no placar de novo e viraram para 4 a 3 no fim das contas. A volta foi no Palestra Itália, igualmente com drama. Os paulistas abriram o placar, o Fla virou o jogo no segundo tempo com Caio e Rodrigo Mendes e sofreu outra virada em seguida. Até que apareceu o reserva Lê, que empatou por 3 a 3 a sete minutos do fim e garantiu o título inédito para o Flamengo sem precisar do terceiro jogo.

A campanha do Flamengo:
12 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 33 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Estados Unidos Campeão da Copa do Mundo Feminina 1999

A Copa do Mundo Feminina partiu para a sua grande casa em 1999. A terceira edição foi sediada nos Estados Unidos, que recebeu esse direito por aclamação. Austrália e Chile chegaram a manifestar um desejo de entrar na eleição, mas retiraram-se logo depois. O Mundial contou com mais avanços. As partidas enfim passaram a ter 90 minutos de duração, e o número de participantes subiu de 12 para 16.

Primeira seleção campeã, os Estados Unidos tinham o maior favoritismo, ao lado de Noruega, Alemanha, China e Suécia. Correndo por fora, o Brasil pela primeira vez chamava a atenção das adversárias.

Mas era o próprio time estadunidense que levava os maiores holofotes, com Michelle Akers comandando o meio-campo, Mia Hamm liderando o ataque, Brandi Chastain e Carla Overbeck se garantido na defesa, e Briana Scurry fechando o gol. Todas elas integrariam a seleção da competição. No grupo A da Copa, as estadunidenses começaram fazendo 3 a 0 na Dinamarca. Nas outras duas partidas, 7 a 1 na Nigéria e 3 a 0 na Coreia do Norte garantiram a liderança, com nove pontos.

Nas quartas de final, um confronto gigante contra a Alemanha. Foi sofrido, mas os Estados Unidos venceram de virada por 3 a 2 e avançaram. A semifinal foi jogada contra o Brasil. A força caseira fez a diferença no confronto, no Stanford de San Francisco: o time estadunidense venceu por 2 a 0, gols de Cynthia Parlow e Akers.

A final da Copa do Mundo Feminina aconteceu no dia de 10 de julho, no Rose Bowl de Los Angeles. Eram mais de 90 mil torcedores no estádio, que adquiriu a sina de ser um palco que não recebe gols em decisões mundiais. Assim como ocorreu com os homens em 1994, as mulheres também não conseguiram marcar em 120 minutos. Estados Unidos e China, que chegou lá ao passar por Gana, Austrália, Rússia e Noruega, ficaram no 0 a 0 e precisaram definir nos pênaltis.

Quatro chinesas converteram suas cobranças, exceto Liu Ying, que viu sua bola ser defendida por Scurry. Todas as estadunidenses acertaram, com a lateral-esquerda Chastain marcando o 5 a 4 e entrando para a história junto com as duas dez companheiras. A capitã do bicampeonato dos Estados Unidos foi a zagueira Overbeck.

A campanha dos Estados Unidos:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 18 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto George Tiedemann/Sports Illustrated/Getty Images

Parma Campeão da Liga Europa 1999

A última Copa da UEFA do milênio passado, em 1999, foi também a última antes da fusão com a Recopa, conforme a própria entidade já preparava desde algumas temporadas antes, com 104 participantes. E o título daquele ano voltou a ficar nas mãos de um clube da Itália, o Parma. A virada da década de 1990 para a de 2000 foi também o ponto final para o domínio italiano, que nunca mais chegaria à conquista da competição.

O gialloblù tinha um elenco invejável, do goleiro (Gianluigi Buffon) ao centroavante (Hernán Crespo), passando pela zaga (Fabio Cannavaro), laterais (Lilian Thuram) e meio-campo (Juan Sebastián Verón). Não devia nada para os gigantes da Europa. A campanha do Parma teve início contra o Fenerbahçe, o qual perdeu a ida por 1 a 0 na Turquia, e venceu a volta por 3 a 1 no Ennio Tardini.

Na segunda fase, o adversário foi o Wisla Cracóvia, da Polônia. O primeiro jogo foi fora de casa, e os italianos empataram por 1 a 1. A segunda partida foi na Itália, e o Parma conseguiu mais uma classificação ao vencer por 2 a 1. Nas oitavas de final, foi a vez de passar pelo Rangers. Na ida, empate por 1 a 1 na Escócia, em Glasgow. Na volta, vitória por 3 a 1 em casa.

Na quartas, o Parma enfrentou o Bordeaux. A primeira partida foi disputada no Parc Lescure. Mal, o gialloblù acabou derrotado por 2 a 1, com Hernán Crespo salvando o gol de honra no fim. O segundo jogo, porém, foi muito diferente. No Ennio Tardini, Crespo abriu o placar aos 37 minutos do primeiro tempo. Aos 43, Enrico Chiesa fez o segundo. Aos três da etapa final, Roberto Sensini anotou o terceiro. Aos 14, Chiesa fez o quarto. Aos 21, Crespo marcou o quinto. E aos 44, Abel Balbo fez 6 a 0.

Na semifinal, os italianos jogaram contra o Atlético de Madrid. A ida foi disputada no Vicente Calderón, mas o Parma não se importou com a pressão rival. Com dois gols de Chiesa e um de Crespo, o gialloblù venceu por 3 a 1 e encaminhou a vaga na final. A volta foi no Ennio Tardini, e bastou ganhar novamente, por 2 a 1, para o clube também conhecido como "crociati" (cruzados) chegar à decisão.

A final da Copa da UEFA de 1999 foi entre Parma e Olympique Marselha, que derrubou Sigma Olomouc (República Tcheca), Werder Bremen, Monaco, Celta de Vigo e Bologna. O palco da partida foi o russo Luzhniki, em Moscou. Em campo, o equilíbrio só durou 25 minutos, quando Crespo abriu o placar. Aos 36, Paolo Vanoli fez o segundo italiano. Aos dez do segundo tempo, Chiesa fez 3 a 0 e consumou o bicampeonato do Parma.

A campanha do Parma:
11 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 25 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Arquivo/Parma

Talleres Campeão da Copa Conmebol 1999

Uma despedida discreta. Foi assim que a Copa Conmebol encerrou suas atividades em 1999. O sucesso das Copas Mercosul e Merconorte eclipsou o pouco que restava do prestígio da competição criada em 1999. Além disso, a expansão da Libertadores de 23 para 32 clubes a partir do ano 2000 ajudou muito para que a entidade sul-americana tomasse tal decisão.

O fato é que as federações nacionais já não davam tanta importância assim para a Copa Conmebol. O Uruguai até indicou seus dois representantes, mas ambos desistiram. O Brasil resolveu fazer as quatro vagas via regionais: Paraná (vice da Copa Sul, entrou no lugar do Grêmio), Vila Nova (vice da Copa Centro-Oeste, pegou o vácuo do Cruzeiro), São Raimundo-AM (campeão da Copa Norte) e CSA (semifinalista da Copa do Nordeste, se aproveitou das recusas de Vitória, Bahia e Sport).

Mas o último título foi argentino, do Talleres de Córdoba. E com fortes emoções. A trajetória começou nas oitavas, contra o Independiente Petrolero. Na ida, na Bolívia, foi goleado por 4 a 1. Na volta, na Argentina, fez 3 a 0 no tempo normal e 5 a 4 nos pênaltis.

Nas quartas, o albizaul eliminou o Paraná após vencer por 1 a 0 no Estádio Mario Kempes, perder pelo mesmo placar em Curitiba, e vencer por 3 a 1 nas penalidades. Na semifinal, o adversário foi o Deportes Concepción. O primeiro jogo acabou com vitória em Córdoba por 2 a 1. A segunda partida foi no Chile, e acabou empatada por 1 a 1.

A final mais alternativa de todos os tempos foi entre Talleres e CSA. Os alagoanos eliminaram Vila Nova, Estudiantes de Mérida e São Raimundo-AM. A ida aconteceu em Maceió, no Rei Pelé. Em péssima atuação, o time argentino levou 4 a 2. Manuel Santos Aguilar e Rodrigo Astudillo salvaram a pátria hermana com os dois gols.

A volta foi disputada no Mario Kempes, em Córdoba. Aos 39 minutos do primeiro tempo, Ricardo Silva abriu o placar. Aos 30 do segundo, Darío Gigena fez o segundo. Aos 45, Julián Maidana deu o número final de 3 a 0, que rendeu o título inédito e derradeiro para o Talleres, um clube de apenas média grandeza na América do Sul.

A campanha do Talleres:
8 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 3 derrotas | 13 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Talleres

Vasco Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1999

Tudo igual para a disputa do Torneio Rio-São Paulo de 1999. Uma oportunidade para começar o ano com clássicos e jogos grandes era tudo que os clubes paulistas e cariocas poderiam querer na virada do milênio.
A nova edição do campeonato ficou marcada pelos placares elásticos. Entre os resultados incomuns, tivemos o Botafogo aplicando 6 a 1 no Corinthians e São Paulo e Flamengo empatando em 4 a 4, além de outros envolvendo o campeão Vasco. Um W.O. envolvendo o cruz-maltino também ficou marcado na época.
Dono de uma das melhores equipes do momento, o Gigante da Colina abriu sua campanha com goleada por 5 a 1 fora de casa sobre o Palmeiras, mas a euforia baixou com a derrota por 4 a 2 para o Fluminense no Maracanã e o empate por 0 a 0 com o Santos na Vila Belmiro. A recuperação veio com vitórias, ambas em casa, por 2 a 0 sobre o Palmeiras e por 3 a 2 sobre o Santos, o que lhe garantiu a classificação antecipada.
Foi quando houve o problema. A partida entre Vasco e Fluminense na última rodada estava marcada para o Maracanã, mas o cruz-maltino foi para São Januário. Cada federação tinha dado uma instrução diferente para os times, e um W.O. foi aprovado para o rival vascaíno. Como não havia uma orientação clara sobre o local do jogo, a decisão foi anulada em julgamento tempos depois. O não-resultado não fez falta para ninguém.
Com dez pontos, o Vasco ficou empatado com o Santos, porém na vice-liderança do grupo A devido ao saldo de gols. Na semifinal, contra o São Paulo, uma bela remontada: após perderem em casa por 3 a 2, os cariocas reverteram fazendo 3 a 1 em pleno Morumbi.
Na final, o cruz-maltino encontrou novamente o Santos. Em duas partidas tranquilas, o Vasco chegou ao tricampeonato do Torneio Rio-São Paulo vencendo ambas, por 3 a 1 no Maracanã e por 2 a 1 no Morumbi.

A campanha do Vasco:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 22 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Manchester United Campeão da Liga dos Campeões 1999

O fim dos anos 90 ficou marcado pelas quebras de longos jejuns na Liga dos Campeões da Europa. Se em 1998, o Real findou com 32 anos de fila, em 1999 foi a vez de o Manchester United colocar ponto final em 31 anos de espera. E a conquista do bicampeonato invicto não poderia ser mais agônica e dramática para o técnico Alex Ferguson e seus comandados.

Não houve alterações no regulamento de uma temporada para a outra, exceto pelo aumento de 55 para 56 participantes. Vice-campeões ingleses, os Red Devils tiveram que iniciar a trajetória na segunda fase preliminar. O adversário foi o LKS Lódz, da Polônia, o qual eliminou ao vencer por 2 a 0 no Old Trafford e empatar por 0 a 0 fora de casa.

O time passou para o grupo D, diante dos fortes Bayern de Munique e Barcelona, além do Brondby, da Dinamarca. A chave foi tão complicada, que o United não conseguiu vencer nenhum jogo contra alemães e espanhóis: foram quatro empates. Mas a classificação ainda assim veio na penúltima rodada, nos 3 a 3 sobre o Barcelona no Camp Nou. E foram as duas goleadas sobre os dinamarqueses - 6 a 2 fora e 5 a 0 em casa - que ajudaram os ingleses a buscar uma das duas vagas de melhor vice-líder, com dez pontos - um a menos que o Bayern.

Nas quartas de final, o United superou a Internazionale com vitória por 2 a 0 no Old Trafford e empate por 1 a 1 no San Siro. A semifinal foi contra o Juventus. Na ida em casa, empate por 1 a 1 obtido aos 47 minutos do segundo tempo. Na volta fora, virada por 3 a 2 após levar dois gols nos primeiros 11 minutos.

A final foi contra o mesmo Bayern de Munique da fase de grupos. Eles passaram por Kaiserslautern  e Dínamo Kiev. E a partida ocorreu no mesmo Camp Nou da classificação. O Manchester United saiu perdendo cedo, aos seis do primeiro tempo, e parecia não ter solução. A luz veio do banco de reservas, nas entradas de Teddy Sheringham e Ole Solskjaer. Aos 47 do segundo tempo, Sheringham empatou. Aos 49, Solskjaer virou para 2 a 1, num dos momentos mais épicos já registrados na Champions.

A campanha do Manchester United:
13 jogos | 6 vitórias | 7 empates | 0 derrotas | 31 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Popperfoto/Getty Images

México Campeão da Copa das Confederações 1999

Agora 100% sob organização da FIFA, a Copa das Confederações deixou a Arábia Saudita e percorreu o mundo. Fixada a cada dois anos, a quarta edição foi marcada para 1999, no México. Inicialmente os jogos seriam em janeiro, mas a entidade máxima do futebol postergou para julho, para não interferir no andamento da temporada europeia.
Do Velho Continente, a Alemanha enfim ocupou sua vaga de direito. Já a campeã do mundo de 1998, a França, abriu mão, deixando seu lugar para o vice Brasil. E como os brasileiros já estavam classificados pelo título da Copa América de 1997, a vice Bolívia entrou na esteira. O bonde ficou completo com Estados Unidos, Nova Zelândia, Egito e Arábia Saudita.
Dois estádios sediaram as partidas da Copa das Confederações: o Jalisco, em Guadalajara, e o Azteca, na Cidade do México. Atuando na capital, o time mexicano caminhou rumo ao seu título mais importante. No grupo A, El Tri começou a campanha goleando a equipe saudita por 5 a 1. Na sequência, garantiu a classificação ao empatar com os egípcios por 2 a 2 e vencer os bolivianos por 1 a 0. Com sete pontos, o México acabou líder, seguido pela Arábia Saudita, com quatro.
No grupo B, o Brasil comandou. Líder com nove pontos, o time começou colocando 4 a 0 na Alemanha, que ficou em terceiro lugar e não passou de fase. A outra vaga foi dos Estados Unidos, com seis pontos.
Dessa forma, o cruzamento da semifinal proporcionou o clássico da América do Norte. E os mexicanos venceram os estadunidenses por 1 a 0, gol de ouro de Cuauhtémoc Blanco. Na outra semi, os brasileiros aplicaram 8 a 2 nos sauditas. Na disputa do terceiro lugar, os Estados Unidos fizeram 2 a 0 na Arábia Saudita.
A decisão entre México e Brasil foi jogada no Estádio Azteca e registrou o maior número de gols entre todas as edições da história. Mesmo sem estar com a seleção principal, a Canarinho tentou engrossar. Mas a força mexicana em casa foi maior. Miguel Zepeda abriu o placar aos 13 minutos do primeiro tempo, José Abundis ampliou aos 28, Serginho e Roni empataram aos 43 e aos dois do segundo tempo, Zepeda e Blanco colocaram o México de novo na frente aos seis e aos 17, e Zé Roberto descontou para 4 a 3 aos 18. Uma vitória movimentada para um título histórico do México.

A campanha do México:
5 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 13 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Martin Venegas/Mexsport

Palmeiras Campeão da Libertadores 1999

Encerrando a melhor década brasileira na Libertadores até aquele momento, em 1999, o Palmeiras exorcizou os fantasmas dos vices de 1961 e 1968 e levou sua primeira taça na competição. O time conseguiu o título na última edição que contou com 21 clubes, cinco chaves binacionais e o vencedor anterior entrando já no mata-mata.

No grupo 3 da primeira fase, o Verdão jogou contra Corinthians e os paraguaios Olimpia e Cerro Porteño. A estreia foi no Dérbi, no Morumbi, com vitória por 1 a 0. Na sequência, em Assunção, vitória por 5 a 2 sobre o Cerro e derrota por 4 a 2 para o Olimpia. No returno, 1 a 1 com o Olimpia, no Palestra Itália, derrota por 2 a 1 no segundo clássico, no Morumbi, e 2 a 1 no Cerro, também em casa. Com dez pontos, o alviverde ficou em segundo lugar, dois pontos atrás do Corinthians.

As oitavas de final foram contra o Vasco, e o atual campeão não foi páreo após 1 a 1 no Palestra e 4 a 2 em pleno São Januário. Nas quartas, mais dois clássicos com o Corinthians no Morumbi. No primeiro, o Palmeiras venceu 2 a 0. No segundo, o rival devolveu o placar e levou o confronto aos pênaltis. Ali começou a história de "santidade" do goleiro Marcos, que defendeu duas cobranças e ajudou o Palmeiras a eliminar seu maior rival  por 4 a 2.

A semifinal foi contra o River Plate, que complicou ao derrotar os brasileiros por 1 a 0 na ida, no Monumental de Nuñez. Mas o Verdão reverteu com superioridade na volta, no Palestra Itália, fazendo 3 a 0 e se classificando para a final.

A decisão foi contra o Deportivo Cali, que eliminou Colo-Colo, Bella Vista e Cerro Porteño. O primeiro jogo foi no Pascual Guerrero, mas o Palmeiras não resistiu e sofreu 1 a 0. O Palestra Itália recebeu a segunda partida. Evair abriu o placar de pênalti, mas o empate veio em seguida. Oséas fez 2 a 1 a 15 minutos do fim e levou a final aos pênaltis.

Zinho desperdiçou a primeira cobrança, porém Marcos defendeu a quarta batida e os colombianos atiraram e a quinta para fora. Por 4 a 3, o Palmeiras sagrava-se campeão da Libertadores e completava a década de ouro do clube.

A campanha do Palmeiras:
14 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 5 derrotas | 24 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Robson Fernandes/Estadão Conteúdo

Brasil Campeão da Copa América 1999

Em uma confederação com somente dez países, sempre foi mais complicado de organizar competições entre seleções, mas a Copa América nunca chegou a subverter tanto a geografia como faria em 1999. Ancorado no Paraguai, um dos dois convidados foi o já corriqueiro México, Já o outro, não foi nem Estados Unidos ou Costa Rica - os de edições anteriores -, mas o Japão. Isso mesmo que você leu, uma equipe da Ásia jogando na América do Sul. Tudo parte de um acordo que envolveu a Toyota, patrocinadora máster da Libertadores desde um ano antes. Os "penetras" não foram longe: empataram um jogo, perderam dois e se despediram ainda na fase de grupos.
A disputa pelo título ficou concentrada nos irmãos mais velhos, de sangue. Com uma equipe bem renovada, disposta a esquecer rápido o vice na Copa do Mundo de 1998, o Brasil entrou louco para levar o hexa e manter a hegemonia em seu quintal. Na estreia já veio o primeiro furacão: goleada por 7 a 0 sobre a Venezuela, lembrada até hoje devido ao golaço do então garoto de 19 anos Ronaldinho, dando um chapéu no zagueiro. Foi o primeiro dele com a camisa Canarinho, logo na sua primeira partida, entrando no segundo tempo. Na sequência, vitórias por 2 a 1 sobre o México e por 1 a 0 sobre o Chile garantiram a liderança do grupo B, com nove pontos. O adversário nas quartas de final foi a Argentina, que antes havia perdido por 3 a 0 para a Colômbia e visto seu atacante Martín Palermo perder três pênaltis neste jogo. A vitória no clássico aconteceu por 2 a 1, de virada. Na semifinal, outro triunfo sobre o México, agora por 2 a 0.
Chegada a final, o rival do Brasil foi o Uruguai, repetindo o confronto pela quarta vez nas últimas oito edições. O palco foi o Defensores del Chaco, em Assunção. Mas desta vez a dificuldade não chegou nem perto dos resultados apertados de 1983, 1989 e 1995. Com 20 minutos de partida, Rivaldo já abria o placar ao time brasileiro. Aos 27, outra vez ele mandou a bola no fundo da rede. E no primeiro minuto do segundo tempo, Ronaldo fez 3 a 0 e fechou o placar da decisão. Pela sexta vez, Brasil campeão da Copa América.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 2 gols sofridos 


Foto Arquivo/Gazeta Press

Grêmio Campeão da Copa Sul 1999

Na onda dos campeonatos regionais, o Sul ganhou uma competição para chamar de sua em 1999. A CBF reuniu os clubes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná na Copa Sul, que na sua única edição valeu uma vaga na última Copa Conmebol da história. O relativo sucesso do torneio na sua estreia trouxe uma extensão a partir do ano 2000, quando as equipes de Minas Gerais foram desmembradas do Centro-Oeste e incorporadas ao Sul, mudando o nome do campeonato para Copa Sul-Minas. A região também teve um antecedente oficioso, o Campeonato Sul-Brasileiro de 1962, realizado em pontos corridos e vencido pelo Grêmio.

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E foi justamente o Grêmio o primeiro e único vencedor entre os clubes sulistas, reforçando ainda mais a sua fama de pioneiro em competições. A Copa Sul de 1999 contou com a presença de 12 times, sendo quatro de cada Estado. O Tricolor ficou no grupo A e estreou contra o Tubarão, de Santa Catarina. A partida foi no antigo Olímpico e vencida por 1 a 0. A campanha gremista foi segura, embora as derrotas por 2 a 0 para o Coritiba e por 3 a 1 para o Criciúma, ambas fora de casa. Nos demais jogos, o time venceu, em casa, o Criciúma por 2 a 0, o Coritiba por 3 a 2 e, fora, o Tubarão por 2 a 0. Com 12 pontos, o Grêmio classificou-se na vice-liderança, três pontos atrás dos paranaenses.
Seis equipes seguiram à segunda fase, quando foram divididas em mais duas chaves, uma toda paranaense e outra inteiramente gaúcha, já que os catarinenses foram todos eliminados. O grupo do Tricolor foi superequilibrado. Na estreia, o Grêmio fez 4 a 1 no Juventude, no Olímpico. Depois, os caxienses aplicaram 3 a 1 no Internacional. No primeiro Grenal, 1 a 1 no estádio gremista. No returno, o Imortal foi até o Alfredo Jaconi e empatou por 2 a 2 com o Juventude, enquanto o time verde segurou 1 a 1 com o Inter. E no clássico derradeiro, no Beira-Rio, o Internacional fez 2 a 0 no Grêmio. Todos os times encerraram com cinco pontos, e foi o saldo de gols que colocou o Tricolor na final: um contra zero dos colorados e menos um dos alviverdes.
A decisão foi contra o Paraná, na modalidade melhor de três. A primeira partida foi no Olímpico, e o Grêmio começou o confronto vencendo por 2 a 1. O segundo jogo foi no Couto Pereira, mas o Imortal não conseguiu a confirmação do título pois perdeu por 2 a 0. O desempate aconteceu no Pinheirão, e a vantagem do empate era paranista. Mas o zagueiro Ronaldo Alves marcou 1 a 0 para o Grêmio aos 11 minutos primeiro tempo, e o resultado deu o título da Copa Sul ao clube gaúcho.

A campanha do Grêmio:
13 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 4 derrotas | 20 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Jader da Rocha/Placar

Cruzeiro Campeão da Copa Centro-Oeste 1999

Os campeonatos regionais apresentavam um bom crescimento no fim dos anos 90. Mas nem todas as regiões eram contempladas no começo. Foi só em 1999 que o Centro-Oeste e o Sul ganharam uma competição, juntando-se ao Nordeste e Norte. O Sudeste também possuía seu torneio, mas ele ficava resumido a Rio de Janeiro e São Paulo. Órfãos, Minas Gerais, Espírito Santo e Tocantins (que também sobrou no Norte) acabaram incorporados à Copa Centro-Oeste, que tornava a ser disputada depois de 15 anos. Foram três edições "pré-históricas": em 1976, vencida pelo Mixto, 1981, conquistada pelo Gama, e 1984, ganha pelo Guará-DF.

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A recriação da Copa Centro-Oeste em 1999, junto aos outros regionais, foi uma tentativa da CBF em fortalecer o calendário do primeiro semestre dos clubes grandes do Brasil sem desagradar as federações estaduais, que ganhariam mais um qualificador para seus campeonatos. Sete Estados marcaram presença na estreia, somando ao todo dez participantes. O "intruso" Minas Gerais entrou com quatro representantes. Espírito Santo e Tocantins - os outros convidados - colocaram um time cada, bem como os quatro nativos.
Na primeira fase, as equipes foram divididas em três grupos, sendo um quadrangular só com os mineiros e dois triangulares com o restante. Assim ficou fácil de perceber o favoritismo recaindo sobre a dupla Cruzeiro e Atlético-MG, que iriam eliminar um ao outro antes da decisão, assim como Vila Nova e Gama, que também ficaram na mesma chave. E não deu outra. Galo e Raposa fizeram dez pontos cada e confirmaram suas vagas na semifinal ante América-MG e Villa Nova, enquanto o Vila goiano passou pelos candangos, para ficar de frente com o Operário-MT, o líder do terceiro grupo.
Apesar de ter sido vice-líder na primeira fase, o Cruzeiro se deu bem nos dois clássicos contra o Atlético: venceu por 3 a 2 e por 3 a 0. Mas a grande vitória aconteceu na partida única da semifinal, por impiedosos 5 a 1. Com um embalo desses, a Raposa encarou o Vila Nova na final da Copa Centro-Oeste. A ida foi no Mineirão, com vitória azul por 3 a 0. A volta foi no Serra Dourada, mas o Vila aplicou 2 a 1 no time mineiro e forçou um terceiro jogo, pois o saldo de gols não tinha validade nas duas partidas iniciais. Só na última, também em Goiânia, que acabou 0 a 0 e deu ao Cruzeiro o título.
A Copa Centro-Oeste dava ao seu campeão uma vaga na Copa Conmebol, mas o Cruzeiro já participava da Mercosul no mesmo período. Então foi o vice Vila Nova quem jogou, sendo eliminado pelo CSA nas oitavas de final.

A campanha do Cruzeiro:
10 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 21 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Eugênio Sávio/Placar

São Raimundo-AM Campeão da Copa Norte 1999

Começa uma era de domínio dentro da Copa Norte. Em 1999, a competição chegou para sua terceira edição com a mesma receita o ano anterior: mata-mata até a final. A única diferença é que houve um pequeno acréscimo antes disso, com três equipes paraenses disputando uma preliminar. Assim, foram dez participantes pleiteando uma vaga na última Copa Conmebol da história.
Mas não foi o Paysandu quem abriu a hegemonia, após eliminar Remo e Tuna Luso, e sim o São Raimundo do Amazonas, que uma temporada antes quase conseguiu o título, ficando com o vice. Campeão no seu Estado, o Tufão iniciou sua caminhada nas quartas de final, diante do Baré. Na ida em casa, na Colina, empate por 0 a 0. Na volta em Boa Vista, outro empate, agora por 1 a 1, e classificação obtida nos pênaltis, vencendo por 5 a 4. Na semifinal, o adversário foi o Cruzeiro-RO. O primeiro jogo foi novamente em Manaus, e o São Raimundo goleou por impiedosos 8 a 0. Depois, em Rondônia, vitória por 2 a 1 colocou o time alvi-celeste na decisão.
A final foi um reencontro e uma chance de revanche contra o Sampaio Corrêa. O roteiro dela foi semelhante ao de 1998, mas os papéis foram trocados, para a alegria do São Raimundo. A ida foi jogada no Castelão, em São Luís, e terminou com vitória amazonense por 1 a 0. O Vivaldão, em Manaus, recebeu a partida de volta, e o time maranhense devolveu a diferença ao vencer por 2 a 1. A disputa seria mais uma vez nos pênaltis, e desta vez o Tufão estava  com o pé mais calibrado: vitória por 3 a 1, conquistando assim a primeira de uma sequência de três taças da Copa Norte.
E o São Raimundo tornou a fazer bonito na Copa Conmebol. Eliminou o Atlético Huila nas oitavas de final e o Sport Boys nas quartas, caindo somente na semifinal, diante do CSA.

A campanha do São Raimundo-AM:
6 jogos | 3 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto João Pinduca Rodrigues/Placar

Manchester United Campeão Mundial 1999

Inventores do futebol moderno, os britânicos se achavam, durante muitos anos, importantes demais para disputar competições contra clubes e seleções de outros países. Principalmente os ingleses, que sobressaíam diante dos escoceses, galeses e irlandeses. Para eles, o mundo era composto apenas por suas duas ilhas. A figura só mudou nos anos 50, e o preço pela arrogância foi caro. Na Copa Intercontinental, demorou quase quatro décadas para que um time do Reino Unido chegasse ao título.

O feito coube ao inglês Manchester United em 1999, que havia sido vice em 1968. Já com 13 anos de comando no clube, Alex Ferguson encaixou uma ótima equipe, com David Beckham, Ryan Giggs, Paul Scholes e Gary Neville. Mas o heroísmo no título na Liga dos Campeões da temporada coube a dois reservas: Teddy Sheringham e Ole Solskjaer. Foram eles os autores dos gols na final contra o Bayern de Munique, uma histórica virada de 2 a 1 nos acréscimos do segundo tempo. Antes, os Red Devils já tinham deixado para trás Barcelona, Internazionale e Juventus.

O oponente inglês no Mundial veio do Brasil, que conseguia a terceira taça consecutiva na Libertadores. O Palmeiras enfim chegava ao seu primeiro título com bem lembradas eliminações sobre Vasco, Corinthians e River Plate. Na decisão contra o Deportivo Cali, derrota na ida por 1 a 0 e vitória na volta por 2 a 1 levou o Verdão a precisar vencer também nos pênaltis. E conseguiu fazê-lo, por 4 a 3.

O Nacional de Tóquio recebeu o Mundial de 1999 no dia 30 de novembro. O Palmeiras não devia nada ao United, pois contava com grandes jogadores, como Alex, Zinho, Paulo Nunes, Francisco Arce e César Sampaio. O foco estava todo no time inglês, mas não houve facilidade pelo lado brasileiro, que teve quase o dobro de finalizações durante os 90 minutos.

Dois lances decidiram o título em favor do Manchester United. Aos 35 minutos do primeiro tempo, Giggs fez boa jogada na ponta esquerda e cruzou na área. O goleiro Marcos saiu mal, não achou a bola, e ela sobrou para Roy Keane finalizar e abrir o placar. Aos nove do segundo tempo, Evair lançou em profundidade para Alex, que saiu de trás da defesa, ficou cara a cara com Mark Bosnich e empatou o jogo. Ou quase isso, pois o lance acabou mal anulado pelo bandeirinha. Até hoje os palmeirenses reclamam do lance, e com razão.

O fato é que o 1 a 0 permaneceu até o fim, apesar da pressão brasileira. E o United, que não mostrou muita coisa no Japão, ficou com o título inédito não só para si, mas também para toda a Inglaterra, que via na quinta tentativa um clube seu ser campeão mundial.


Foto Masahide Tomikoshi

Vitória Campeão da Copa do Nordeste 1999

Definitivamente no gosto popular, a Copa do Nordeste continuou firme e forte para 1999. Tanto que motivou as demais regiões a terem seus próprios campeonatos: o Torneio Rio-SP e a Copa Norte já estavam em pé desde 1997 (Rio-SP teve edição em 1993) e se fortaleciam igualmente. Só faltavam estrear a Copa Centro-Oeste e a Copa Sul (que virou Sul-Minas em 2000).

Voltando ao Nordeste, o regulamento para 1999 teve uma mudança. A segunda fase seria toda realizada em mata-mata. Assim, a competição teve um número menor de jogos, porém maior competitividade. Dento de campo, o Vitória formava um de seus melhores times da história, com Petkovic, Matuzelém, Fábio Costa, Preto Casagrande e outros, e partia para o bicampeonato.

Na primeira fase, o Leão ficou no grupo D, contra Sergipe, Porto de Caruaru e Juazeiro. Não foi tão fácil quanto aparentou, mas o time de Salvador fez o básico. Estreou com vitória por 1 a 0 sobre os conterrâneos do Juazeiro no Barradão. Depois, teve uma sequência negativa com derrota por 3 a 1 para o Sergipe em Aracaju e empate em 1 a 1 com o Porto em casa.

No returno, o Vitória suou e venceu fora de casa o rival baiano por 1 a 0 e os pernambucanos por 4 a 3. Já classificado, empatou em casa por 1 a 1 com os sergipanos. Com 11 pontos, o Leão ficou na vice-liderança.

Nas quartas de final, o adversário foi o Botafogo-PB. No jogo de ida no Barradão, o Vitória foi bem e fez 2 a 0. Defendendo a vantagem, na volta no Almeidão, o time rubro-negro se segurou e teve uma derrota controlada por 3 a 2. Na semifinal contra o Sport, a maior dificuldade no campeonato. O Leão da Barra venceu por 2 a 1 em Salvador e foi derrotado por 1 a 0 na Ilha do Retiro. Na decisão por pênaltis, o time baiano foi mais feliz e venceu por 4 a 2.

Assim, na final, o Vitória enfrentou o arqui-rival Bahia. Enquanto no estadual os dois times não se entenderam e foram à campo em estádios diferentes no jogo de volta, na Copa do Nordeste tudo ocorreu normalmente. Na ida no Barradão, o rubro-negro fez 2 a 0. Na volta na Fonte Nova, o Bahia até tentou, mas só devolveu um gol. Mesmo perdendo por 1 a 0, o Vitória conquistou o bicampeonato. O título antecipou a histórica campanha no Brasileirão, onde o clube foi semifinalista.

A campanha do Vitória:
12 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 4 derrotas | 16 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Edson Ruiz/Placar

Fluminense Campeão Brasileiro Série C 1999

A Série C em 1999 foi diferente. Pelo primeiro ano, a competição receberia um clube considerado grande. O Fluminense caiu em uma profunda crise na segunda metade da década e foi rebaixado duas vezes seguidas, atingindo o fundo do poço. E também foi nesta temporada que o campeonato recebeu uma leve repaginada. Os estaduais voltaram a ser o único critério técnico para a classificação, e o número de participantes foi reduzido para 36, divididos em seis grupos.

A obrigação do Fluminense era clara: sair da lama na primeira oportunidade, para o vexame não ficar ainda pior. Misturando atletas jovens, como Magno Alves, Roni e Roger, com outros mais experientes, como Válber e Yan, o time ficou no grupo 4. A estreia foi fora de casa, com derrota por 2 a 0 para o Villa Nova-MG em Nova Lima.

A primeira vitória veio no primeiro jogo em casa, por 1 a 0 sobre o Serra. Na sequência no Maracanã, venceu por 3 a 0 o Goiânia, e por 1 a 0 o Dom Pedro II. Em outros dois jogos como visitante, derrota por 4 a 3 para o Goiânia no Serra Dourada, e vitória por 2 a 0 sobre o Dom Pedro II em Brasília. Voltando ao Rio de Janeiro, o Tricolor perdeu por 1 a 0 para a Anapolina, mas ganhou os pontos no tribunal porque o time goiano contou com escalação irregular. Na "revanche" em Goiás, nova derrota para a Anapolina, agora por 3 a 2. Na reta final da primeira fase, o Flu venceu o Serra por 1 a 0 no Espírito Santo, e por 3 a 1 o Villa Nova no Maracanã.

Assim, com 21 pontos, o time se classificou em segundo lugar. Nas oitavas de final o time carioca enfrentou o Moto Club, o eliminando com empate por 1 a 1 em São Luís e vitórias por 1 a 0 e por 2 a 1 no Rio de Janeiro. Nas quartas, contra o Americano, o Tricolor fez a mesma sequência, com empate por 1 a 1 na ida em Campos, vitória por 4 a 0 na volta no Maracanã, e outra vitória por 2 a 1 no play-off, também no Rio de Janeiro.

O Flu então chega do quadrangular final, contra São Raimundo-AM, Serra e Náutico. A estreia foi vitória sobre o Náutico, por 2 a 1 no Maracanã. Na sequência, empatou sem gols com o São Raimundo no Vivaldão, mas nova escalação irregular deu a vitória ao Tricolor no tribunal. Na virada do turno, derrota em casa por 2 a 1 para o Serra. No returno, o empate por 2 a 2 com o Serra fora de casa e a vitória por 2 a 0 sobre o São Raimundo em casa consumaram o acesso.

Com o peso nas costas bem menor, o Fluminense foi aos Aflitos e enfrentou o Náutico na rodada final. E com gols de Roger, o Tricolor venceu por 2 a 0 e ficou com o título. Que é pouco ou nenhum motivo de orgulho para o torcedor, mas que foi um ponto de partida para a reversão da crise.

A campanha do Fluminense:
22 jogos | 15 vitórias | 3 empates | 4 derrotas | 38 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Eduardo Monteiro/Placar

Goiás Campeão Brasileiro Série B 1999

A Série B deu um importante passo rumo à valorização dentro do futebol brasileiro no ano de 1999. Ela deixava de ser dividida em grupos, e os clubes passariam a jogar todos contra todos em turno único, com oito classificados para a fase seguinte e seis rebaixados. Assim, os participantes teriam o seu calendário dobrado, e os ascendidos mais confiança para a disputa da primeira divisão do ano seguinte.

 Tudo estaria ótimo, não fossem os problemas envolvendo Gama e Botafogo na fuga do rebaixamento na elite. O imbróglio cancelou quase tudo para o ano seguinte, os rebaixamentos não ocorreram, acessos a mais foram forçados, e o únicos resultados respeitados foram o título do Goiás e o vice do Santa Cruz.

Ainda longe de imaginar o que estaria por vir em 2000, o Goiás entrava em campo com um ótimo time, de nomes como Harlei, Sílvio Criciúma, Araújo, Dill e Fernandão, e era um dos favoritos para subir em meio aos 22 participantes. A estreia já mostrou que o Esmeraldino não estava para brincadeira. Logo de cara com o rival Vila Nova, o time venceu por 1 a 0 no Serra Dourada e dava início a sua escalada.

A primeira fase foi tranquila, a equipe sempre frequentou o grupo dos oito melhores, e se classificou no terceiro lugar com 36 pontos em 21 jogos, sendo dez vitórias, seis empates e cinco derrotas. O Goiás ficou nove pontos atrás do líder São Caetano, mas na fase seguinte tudo começaria do zero.

A segunda fase foi um breve mata-mata, e o time alviverde enfrentou o Ceará, sexto colocado. No Castelão, parecia que seria tudo tranquilo com a vitória goiana por 3 a 0. Mas no Serra Dourada, os cearenses foram para cima e igualaram a pontuação vencendo por 4 a 3. Na época, os mata-matas eram em melhor de três, e o Goiás precisou do terceiro jogo. Jogando pelo empate em Goiânia, o time se reencontrou e venceu por 2 a 0, se classificado para o quadrangular final.

Junto ao Goiás chegaram Bahia, Santa Cruz e Vila Nova. A estreia não foi legal, derrota por 2 a 1 para o Santa Cruz no Arruda. As coisas melhoraram no clássico com a vitória por 1 a 0. Na terceira partida, empate zerado com o Bahia em casa. Depois, o Esmeraldino venceu os baianos por 2 a 1 na Fonte Nova. E no clássico com o Vila Nova, outra vitória por 1 a 0 deu o acesso, legítimo, ao clube.

A última rodada valeu o título, e o Serra Dourada ficou lotado para o jogo contra o Santa Cruz. Com dez pontos contra nove dos pernambucanos e seis do rival, bastou ao Goiás segurar o 0 a 0 para conquistar a sua primeira Série B.

A campanha do Goiás:
30 jogos | 15 vitórias | 8 empates | 7 derrotas | 48 gols marcados | 29 gols sofridos


Foto Léo Caldas/Placar

Athletico-PR Campeão da Seletiva da Libertadores 1999

De 1999 para 2000, a Conmebol aumentou o número de participantes da Libertadores de 21 para 32. O sistema de duas vagas por país foi substituído por um novo critério, em que o Brasil teria quatro vagas: para o campeão e o vice do Brasileirão (Corinthians e Atlético-MG), para o vencedor da Copa do Brasil (Juventude) e mais uma vaga, que ainda não estava definida.

Em função disso, a CBF instituiu, apenas em 1999, a Seletiva da Libertadores, um torneio eliminatório que seria disputado em paralelo à fase final do Campeonato Brasileiro, pelos clubes que não tivessem possibilidade de chegar na final. Participariam da Seletiva os clubes até o 16º lugar, desde que não tivessem sido rebaixados.

Com o Palmeiras (10º) já garantido na Libertadores, e o Gama (15º) rebaixado, abriram-se duas vagas, preenchidas pelo Grêmio (18º) e pelo vencedor da preliminar entre os não rebaixados que sobraram: Portuguesa (21º) e Sport (22º). Vivendo uma grande fase no final da década, o Athletico-PR encerrou o Brasileiro em 9º lugar e participou desta competição desde a primeira fase.

O Furacão estreou contra o vencedor da preliminar, a Portuguesa. Perdeu no Canindé por 3 a 1, mas venceu na Arena da Baixada por 2 a 0, conseguindo a classificação por ter a melhor campanha no Brasileiro. Na segunda fase, os eliminados nas quartas de final entraram no torneio, e o Rubro-negro enfrentou o rival Coritiba (13º). No Couto Pereira, o Athletico goleou por 4 a 1 e ficou com ótima vantagem, que não foi afetada pela derrota de 2 a 1 na Baixada.

Na terceira fase, o adversário athleticano foi o Internacional (16º). Na ida no Beira-Rio, empate em 1 a 1, e na volta na Arena da Baixada, vitória do Furacão por 2 a 1. Os eliminados da semifinal do Brasileirão foram movidos para a semi da Seletiva, e o Athletico-PR encarou o São Paulo (3º). Em Curitiba, a vitória por 4 a 2 deixou a classificação encaminhada. No Morumbi, o time paranaense se segurou, e a derrota por 2 a 1 não tirou o embalo para a final.

Contra o Cruzeiro (5º), o Furacão precisou novamente decidir tudo fora de casa. Antes, na Baixada, abriu boa frente no confronto ao vencer por 3 a 0. No Mineirão, o Athletico-PR repetiu a estratégia da fase anterior, se reforçou na defesa e colocou o regulamento embaixo do braço. A derrota por 2 a 1 não tirou o brilho do título rubro-negro, que colocou o clube na Libertadores pela primeira vez e abriu o caminho para voos maiores. Até hoje, o torcedor do clube lembra com carinho da conquista.

A campanha do Athletico-PR:
10 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 4 derrotas | 20 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Arquivo/Tribuna do Paraná

Corinthians Campeão Brasileiro 1999

O último Brasileirão do milênio precisou ter mais uma confusão básica fora dos gramados. O rebaixamento naquele ano foi definido pela média de pontos dos últimos dois campeonatos. Durante a competição, o Botafogo ganhou três pontos pelo tribunal, relativos à uma punição sofrida pelo São Paulo. Esses pontos extras afetaram na contagem final das médias, que colocou o Gama como último rebaixado. Sem a influência do STJD, o Botafogo sofreria com a queda.

O clube do Distrito Federal não aceitou a decisão e recorreu à Justiça comum. As disputas judiciais estenderam-se por meses e a CBF acabou proibida de organizar o Campeonato Brasileiro do ano seguinte, e nenhum rebaixamento foi de fato consumado. Sem culpa nenhuma nessa polêmica, o Corinthians melhorou ainda mais seu time, com as adições de Luizão e Dida à equipe do ano anterior, e se credenciou para conquistar o terceiro título.

O restante do regulamento de 1999 foi igual ao da temporada anterior. Os 22 participantes se enfrentaram em 21 rodadas. O Alvinegro repetiu a dose e foi o líder da fase inicial, com 14 vitórias, dois empates e cinco derrotas, marcando 44 pontos. A disputa corinthiana pelo primeiro lugar foi com o Cruzeiro, que ficou na vice-liderança. Os outros classificados foram: Vasco, Ponte Preta, São Paulo, Vitória, Atlético-MG e Guarani. O mata-mata foi mantido com o sucesso da melhor de três jogos.

Nas quartas de final, o Timão enfrentou o Guarani, e começou o confronto empatando em 0 a 0 no Brinco de Ouro. Nos dois jogos seguintes na capital, o Corinthians venceu por 2 a 0 e confirmou a classificação ao empatar em 1 a 1.

Na semifinal, o confronto foi contra o São Paulo, com todos os jogos no Morumbi. No primeiro, o Corinthians venceu como visitante, por 3 a 2. No segundo, foi o mandante, e a classificação foi antecipada com a vitória por 2 a 1. Depois, foi só esperar a definição do outro finalista, com o Atlético-MG eliminado o Vitória na terceira partida.

O Corinthians iniciou a final de 1999 no mesmo Mineirão do ano anterior. Em jogo dificílimo, o Timão sofreu um gol com 15 segundos, e acabou perdendo por 3 a 2. Precisando vencer as próximas partidas, o time foi ao Morumbi e reverteu a vantagem ao fazer 2 a 0 na segunda partida, os dois gols de Luizão, que ainda foi expulso. Sem o artilheiro, o Corinthians segurou empate sem gols no terceiro jogo. Outra vez sob chuva, o Alvinegro comemorou o tricampeonato, e o segundo título seguido.

A campanha do Corinthians:
29 jogos | 18 vitórias | 5 empates | 6 derrotas | 61 gols marcados | 38 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Juventude Campeão da Copa do Brasil 1999

Dez anos depois, a Copa do Brasil dobrou de tamanho. Em 1999, 64 times estiveram dentro da competição. Na verdade, foram 65, porque a CBF teve que definir o terceiro representante de Pernambuco entre Náutico e Santa Cruz (que venceu). Os critérios de classificação continuaram os mesmos: estaduais e convites, que foram inúmeros naquela temporada.

E em meio a tantos clubes, o título ficou nas mãos de um dos mais improváveis, o Juventude. Em fase histórica no fim dos anos 1990, o time do interior gaúcho surpreendeu o país ao eliminar adversários de maior nome durante o mata-mata, que oficialmente ganhou uma fase a mais em 1999.

O Ju iniciou sua trajetória contra o Guará, do Distrito Federal. No antigo Mané Garrincha, goleou por 5 a 1 e dispensou a partida de volta. Na segunda fase, foi a vez de enfrentar o Fluminense, à época integrante da Série C do Brasileiro. Em confronto épico, o Juventude perdeu no Maracanã por 3 a 1, mas goleou em Caxias do Sul, no Alfredo Jaconi, por 6 a 0.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Corinthians, então campeão brasileiro. O primeiro jogo foi no Alfredo Jaconi, e o Juventude venceu por 2 a 0. A segunda partida foi no Pacaembu, e o alviverde voltou a triunfar, por 1 a 0. Nas quartas, contra o Bahia, o Ju avançou com dois empates, por 1 a 1 em casa, e por 2 a 2 em Salvador, na Fonte Nova.

A semifinal foi disputada contra o Internacional. Nesta época, a freguesia do rival da capital era grande, e não seria diferente na Copa do Brasil. Na ida, empate sem gols no Alfredo Jaconi. A volta foi no Beira-Rio, e nem mesmo com a pressão da torcida adversária foi capaz de parar o Juventude, que goleou por 4 a 0.

Na inédita decisão, o Ju enfrentou o Botafogo, que também chegou lá pela primeira vez ao superar Paysandu, Criciúma, São Paulo, Athletico-PR e Palmeiras. O primeiro jogo foi no Alfredo Jaconi. Ainda no primeiro tempo, Fernando e Márcio Mixirica fizeram os gols da vitória alviverde, por 2 a 1. Gols estes que acabariam sendo os do próprio título, pois na segunda partida, no Maracanã, os gaúchos seguraram o empate por 0 a 0. A taça foi conquistada diante de 101.581 torcedores, o último público de seis dígitos registrado na história do futebol brasileiro.

A campanha do Juventude:
11 jogos | 6 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 25 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Paulo Franken/Agência RBS