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Parma Campeão da Recopa Europeia 1993

O boom de times na Recopa Europeia começou em 1993. Com as independências das repúblicas soviéticas e iugoslavas, o número de participantes no torneio subiria gradualmente. Em relação à 1992, foi de 34 para 36, com as entradas de Ucrânia e Eslovênia, a saída da Alemanha Oriental e a troca da União Soviética pela Rússia. Ainda houve as chegadas de Israel, que se filiou à UEFA, Ilhas Faroe e Liechtenstein, que criaram suas copas, e a suspensão da Iugoslávia, em função da guerra civil no país.

Alheio a tudo isso, o Parma também chegava para a disputa da Recopa depois do título inédito da Copa da Itália em 1992. Treinada por Nevio Scala, a mediana equipe fez história na década de 1990 e conquistou a competição europeia em 1993. Na primeira fase, contra o Újpest, venceu por 1 a 0 em casa, no Ennio Tardini e empatou por 1 a 1 na Hungria.

Nas oitavas de final, os "gialloblù" (auriazuis) passaram pelo Boavista. No primeiro jogo, o time não passou do 0 a 0 no Ennio Tardini. A vitória teve que vir fora de casa, na segunda partida em Portugal, por 2 a 0, com um gol contra e outro de Alessandro Melli.

O Parma foi às quartas de final para enfrentar o Sparta Praga. Na ida, empate sem gols na Tchecoslováquia. A volta foi disputada no Ennio Tardini, e os gialloblù venceram por 2 a 0, gols anotados por Melli e Faustino Asprilla.

Na semifinal, o Parma encarou o Atlético de Madrid. A primeira partida aconteceu no Vicente Calderón, na Espanha, e foi vencida pelos italianos por 2 a 1, gols de Asprilla. No segundo jogo, derrota por 1 a 0 no Ennio Tardini e classificação garantida através da regra do gol fora de casa.

A decisão da Recopa foi entre Parma e Antwerp, que eliminou Glenavon, Admira Wacker, Steaua Bucareste e Spartak Moscou. A partida foi realizada no Wembley, em Londres. Com gols de Lorenzo Minotti, Alessandro Melli e Stefano Cuoghi, os gialloblù foram campeões por 3 a 1.
 
A campanha do Parma:
9 jogos | 5 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 11 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto David Cannon/Allsport/Getty Images

São Paulo Campeão da Supercopa Libertadores 1993

Nada de mudança da realização da Supercopa Libertadores em 1993. Todos os 16 campeões entraram na disputa dispostos a vencer, e a honra coube ao então vencedor do campeonato-pai, o São Paulo, dono do melhor futebol do continente (e do mundo, por que não?) à época.

A estreia são-paulina foi nas oitavas de final, contra o Independiente. Na ida no Morumbi, vitória por 2 a 0. Na volta em Avellaneda, o Tricolor segurou empate por 1 a 1 e avançou. Nas quartas de final o enfrentamento foi contra o Grêmio. A parada foi mais difícil nesta fase, pois na primeira partida o São Paulo ficou somente no empate por 2 a 2 em casa. As coisas tiveram que ser resolvidas em Porto Alegre, onde o time paulista venceu por 1 a 0, gol de Toninho Cerezo.

Outros dois jogos complicados foram a semifinal, contra o Atlético Nacional. Novamente fazendo a ida em casa, o São Paulo arrancou a vantagem mínima e a vitória por 1 a 0 dos colombianos. Na volta em Medellín o Tricolor saiu na frente do marcador, mas sofreu a virada no segundo tempo. Derrotado por 2 a 1, o São Paulo precisou vencer por 5 a 4 nos pênaltis.

A decisão da Supercopa de 1993 é até hoje lembrada como uma das mais legais que o futebol brasileiro já viu. Contra o Flamengo, que passou por Olimpia, River Plate e Nacional do Uruguai, o São Paulo fez o primeiro jogo no Maracanã. O Tricolor largou na frente com Leonardo, mas sofreu a virada no começo do segundo tempo. Juninho Paulista empatou por 2 a 2 faltando quatro minutos para acabar.

A situação se inverteu no Morumbi, com o time carioca saindo na frente, sofrendo a virada paulista e empatando por 2 a 2 a nove minutos do fim. Tudo ficou para ser decidido nos pênaltis mais uma vez, e a sorte seguiu ao lado do Tricolor. Por 5 a 3, o São Paulo conquistou o título inédito, que coroou ainda mais a geração são-paulina dos anos 90.

A campanha do São Paulo:
8 jogos | 3 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 12 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/São Paulo

Juventus Campeã da Liga Europa 1993

A partir de 1993, a Europa teve seu mapa drasticamente alterado com o fim da União Soviética e da Iugoslávia. Claro que as competições da UEFA deveriam de adaptar a isso. Mas não foi uma causa imediata, pois os novos países ainda dependiam da filiação à entidade. De novidades de fato para a Copa da UEFA desta temporada, tivemos as entradas de Ucrânia e Eslovênia. Os soviéticos ainda conseguiram uma sobrevida com a Comunidade dos Estados Independentes. Já a Iugoslávia, em guerra, estava suspensa. Para finalizar, a Alemanha Oriental enfim desapareceu dos quadros.

À parte da geopolítica, a Itália recuperou sua hegemonia na Copa da UEFA. A Juventus, comandada por Giovanni Trapattoni e capitaneada por Roberto Baggio, conseguiu em 1993 o tricampeonato, um feito inédito na história do torneio, com uma campanha que beirou a perfeição. A caminhada bianconeri começou diante do Anorthosis, do Chipre. A classificação foi fácil, com goleadas por 6 a 1 no Delle Alpi, em Turim, e por 4 a 0 fora de casa.

Na segunda fase, a Juve enfrentou o Panathinaikos, numa classificação mais difícil do que se imaginava. Na ida, vitória curta por 1 a 0 na Grécia. Na volta, em casa, os italianos não conseguiram sair do 0 a 0. Nas oitavas de final, contra o Sigma Olomouc, da Tchecoslováquia, as coisas voltaram a ficar tranquilas, com vitória por 2 a 1 fora, e goleada por 5 a 0 em Turim.

Nas quartas, o adversário foi o Benfica. O primeiro jogo aconteceu em Lisboa, no Estádio da Luz, e a Juventus acabou derrotada por 2 a 1. A segunda partida foi no Delle Alpi, e os bianconeros reverteram a situação e garantiram um lugar na semifinal ao ganharem por 3 a 0. Os gols foram marcados por Jürgen Kohler, Dino Baggio e Fabrizio Ravanelli.

O Paris Saint-Germain foi o rival da Vecchia Signora na semi. A ida foi realizada em Turim. De maneira emocionante, a Juve conseguiu abrir 2 a 1 de vantagem, de virada, com dois gols de Roberto Baggio, com o segundo acontecendo aos 45 minutos do segundo tempo. A volta foi no Parc des Princes, e os italianos confirmaram a vaga na decisão com outra vitória por 1 a 0 e outro tento de Baggio.

A decisão foi contra o Borussia Dortmund, que deixou para trás Floriana (Malta), Celtic, Zaragoza, Roma e Auxerre. O primeiro jogo foi no Westfalenstadion, na Alemanha. Com dois gols de Roberto Baggio e outro do xará Dino, a Juventus venceu por 3 a 1 e colocou a mão no terceiro título. A segunda partida foi no Delle Alpi, e a confirmação veio no triunfo por 3 a 0, com dois gols de Dino Baggio e um de Andreas Möller.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 10 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 31 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Juventus

Botafogo Campeão da Copa Conmebol 1993

A Copa Conmebol já começou trazendo boas novas para o futebol brasileiro. Primeiro campeão, o Atlético-MG ganhou uma vaga automática para 1993. Ele se juntou a Fluminense, Botafogo, Vasco e Bragantino. Mas o alvinegro que brilhou desta vez foi outro. Vice brasileiro de 1992, o Fogão entrou com uma equipe que não tinha lá muito brilho, mas que compensava na garra e na vontade de vencer.

A estreia do Botafogo nas oitavas de final do torneio foi contra o Bragantino. Na ida, no Caio Martins, vitória por 3 a 1. Na volta, em Bragança Paulista, novo triunfo por 3 a 2 classificou o time carioca. O adversário das quartas de final foi o Caracas, e o Fogão avançou mais uma vez vencendo as duas partidas, por 1 a 0 na Venezuela e por 3 a 0 no Rio de Janeiro.

Na semifinal, dois confrontos difíceis contra o Atlético-MG. O primeiro jogo foi no Mineirão, onde o Botafogo não conseguiu se impor e sofreu 3 a 1. O segundo jogo foi no Caio Martins, onde a obrigação de fazer gols era total. Sinval abriu o caminho da virada no fim do primeiro tempo. Na segunda etapa, Rogério Pinheiro e Eliel fizeram o 3 a 0, que reverteu a vantagem a favor do alvinegro carioca.

A decisão foi contra o Peñarol, que passou por Huracán, Colo-Colo e San Lorenzo. A ida foi jogada no Centenario, em Montevidéu. Mesmo com Rogério Pinheiro expulso durante a partida, o Botafogo saiu de lá com empate por 1 a 1 na mão. A volta foi jogada no Maracanã, diante de 45 mil torcedores. Nervoso, o Fogão levou um gol no primeiro tempo. O time melhorou na segunda etapa, e virou com Sinval e Eliel. Mas nos acréscimos, os uruguaios decretaram 2 a 2 no placar e levaram para os pênaltis.

Parecia que não ia dar quando Sinval errou a primeira batida. Mas o Peñarol também errou sua cobrança, e na sequência Suélio, Perivaldo e André Santos marcaram, enquanto os uruguaios só acertaram um chute. E com 3 a 1 no desempate o Botafogo conquistou a Copa Conmebol, sua primeira e única taça internacional oficial. O fato que não aconteceu nem na era Garrincha, veio a acontecer por meio das mãos de outro personagem histórico em campo, desta vez como técnico: Carlos Alberto Torres.

A campanha do Botafogo:
8 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 1 derrotas | 17 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Sérgio Moraes/Placar

Palmeiras Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1993

Depois de 27 anos, o Torneio Rio-São Paulo teve sua quarta tentativa de organização. Foi no ano de 1993, quando FPF e a reformulada FERJ voltaram a unir suas forças. A ideia inicial era utilizar a faixa de calendário entre o fim dos estaduais e o começo do Brasileirão para a disputa das partidas, com oito participantes fixos: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo. Mas já na largada o São Paulo desfalcou a competição, optando por excursionar no exterior. A Portuguesa completou esta oitava vaga.
Os clubes foram divididos em dois grupos jogados em dois turnos, com seus líderes avançando à final. Campeão paulista saindo de uma fila de 17 anos, o Palmeiras chegava com embalo para o torneio, embora alguns de seus titulares estivessem convocados pela Seleção Brasileira, que jogava a Copa América e as Eliminatórias da Copa do Mundo. E mesmo atuando com time misto, o Verdão superou os adversários.
No grupo B, estreou empatando por 1 a 1 em casa com o Flamengo, seguido por derrota fora por 2 a 0 para o Santos. A recuperação veio com duas vitórias por 3 a 0: fora sobre o Fluminense e em casa sobre o Santos. Na quinta rodada, o Palmeiras levou 3 a 1 do Flamengo no Rio de Janeiro e ficou com a classificação ameaçada. Só no último jogo, quando fez 2 a 0 no Fluminense dentro do Palestra Itália que o clube respirou aliviado. Com sete pontos e três vitórias, desbancou o Santos no saldo de gols e o Flamengo por um ponto.
Dois meses após a final estadual, o Palmeiras reencontrou o Corinthians na decisão do Torneio Rio-São Paulo. As duas partidas foram no Pacaembu, mas para efeito de mando de campo o Alviverde mandou a ida. E com vitória por 2 a 0, ambos os gols marcados por Edmundo (que foi expulso depois), o clube encaminhou o título. A confirmação aconteceu com empate por 0 a 0 na volta. Primeiro vencedor da era moderna do Rio-SP, o Palmeiras repetiu o feito de 60 anos antes e somou seu quarto troféu.

A campanha do Palmeiras:
8 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 12 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Nelson Coelho/Placar

Olympique Marselha Campeão da Liga dos Campeões 1993

The Champions! O verso mais cantado do hino futebolístico mais famoso é o símbolo da nova era da principal competição da Europa. Em 1993, a UEFA transformou a Copa dos Campeões em Liga dos Campeões (Champions League), e deu início a um processo de expansão que segue até a atualidade.

Na largada, e em meio aos desmembramentos geográficos, tivemos 36 participantes. Do fim da União Soviética, apareceram Rússia, Ucrânia, Lituânia, Letônia e Estônia. Da Iugoslávia, surgiu a Eslovênia - único território da região que ficou independente de modo pacífico. A parte restante, em guerra, estava suspensa. E entre outros movimentos, Israel e Ilhas Faroe foram novos filiados pela UEFA, enquanto a Alemanha enfim tornava-se uma coisa só. Dessa forma, o regulamento precisou ganhar uma fase preliminar de oito times, mas o resto continuou igual à temporada anterior.

O título acabou nas mãos do Olympique Marselha, da França - um país que nunca deu sorte nos torneios continentais de clubes. Na primeira fase, os olympiens eliminaram o Glentoran, da Irlanda do Norte, com vitórias por 5 a 0 fora e por 3 a 0 em casa. Nas oitavas, foi a vez de passar pelo Dínamo Bucareste, com empate por 0 a 0 na Romênia e vitória por 2 a 0 na França.

Na terceira fase, o Marselha ficou no grupo A, ao lado de CSKA Moscou, Club Brugge e Rangers. A equipe conquistou três vitórias, três empates e nove pontos. Na quarta rodada, os franceses enfiaram 6 a 0 sobre os russos no Vélodrome. A vaga na decisão veio na última partida, na vitória por 1 a 0 sobre os belgas fora.

O Olympique enfrentou o Milan na final. Os italianos bateram Olimpia Liubliana (Eslovênia), Slovan Bratislava, IFK Gotemburgo, Porto e PSV Eindhoven. O jogo aconteceu no Olímpico de Munique, e o inédito título francês veio na vitória simples por 1 a 0, gol marcado por Basile Boli, de cabeça, aos 43 minutos do primeiro tempo.

A campanha do Olympique Marselha:
11 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 25 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Georges Gobet/AFP/Getty Images

São Paulo Campeão da Libertadores 1993

O São Paulo conquistou com autoridade a América do Sul e o mundo em 1992. Em 1993, o time treinado por Telê Santana manteve o alto nível e partiu rumo ao bicampeonato. Como era o campeão do momento na Libertadores, o o Tricolor ganhou o direito de estrear diretamente nas oitavas de final. Assim, aguardou na fase de grupos quem seria seu adversário no mata-mata.

Os times brasileiros na primeira fase foram Flamengo e Internacional. Os adversários do grupo 4 vieram da Colômbia: América de Cali e Atlético Nacional. Mas mesmo com três vagas de classificação, apenas o time carioca avançou, na liderança. O clube gaúcho não venceu nenhum dos seis jogos e ficou na última posição.

A estreia do São Paulo nas oitavas foi contra a sua vítima da final de um ano antes, o Newell's Old Boys. A ida foi em Rosario, e o time argentino surpreendeu ao fazer 2 a 0. Apesar da desvantagem relativamente grande, o Tricolor não sentiu dificuldades na volta, e a goleada de 4 a 0 colocou os paulistas nas quartas de final.

O confronto seguinte foi contra o Flamengo. A partida de ida aconteceu no Maracanã, e terminou empatada por 1 a 1. A volta foi disputada no Morumbi, e a vitória por 2 a 0 e garantiu mais uma classificação ao São Paulo. A semifinal foi contra o Cerro Porteño. O primeiro jogo foi em São Paulo, e o Tricolor largou na frente com simples 1 a 0 no placar. No Defensores del Chaco, em Assunção, o São Paulo segurou a pressão paraguaia e o placar em 0 a 0 e se classificou para a final.

A decisão foi contra a Universidad Católica, do Chile, que havia eliminado Atlético Nacional, Barcelona de Guayaquil e América de Cali . O primeiro jogo foi no Morumbi. Com atuação de gala de Raí e Müller, a goleada de 5 a 1 tornou-se na maior em um jogo de final na história, até hoje.

Com a margem de quatro gols, o São Paulo foi até o Nacional de Santiago e cumpriu o protocolo contra os chilenos, que até fizeram dois gols em 15 minutos, mas ficaram só nisto. A derrota por 2 a 0 não diminuiu a festa tricolor, bicampeão da Libertadores.

A campanha do São Paulo:
8 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 13 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Nelson Coelho/Placar

Argentina Campeã da Copa América 1993

A Copa América tomou a forma como conhecemos atualmente a partir da edição de 1993, sediada no Equador. O formato do torneio passou a ser de 12 equipes divididas em três grupos, avançando às quartas de final os líderes, vices e as duas melhores terceiras colocadas. Deste ponto em diante, mata-mata até a decisão. Mas como se faz um campeonato com 12 times se o Conmebol só tem dez filiados? A solução encontrada foi apelar para os convites. A primeira dupla chamada para compor a competição veio da América do Norte: Estados Unidos e México. O primeiro não fez muita coisa, caindo logo na fase inicial. Já o segundo fez bonito, foi até à final e quase surpreendeu. Mas o título ficou mais uma vez com a Argentina, apesar da campanha fraca.
No grupo B, a Albiceleste estreou com vitória simples sobre a Bolívia, apenas por 1 a 0. Na segunda rodada, empate por 1 a 1 com o México, saindo atrás no placar e empatando com o capitão Oscar Ruggeri. Na rodada final, outro empate por 1 a 1, desta vez contra a Colômbia. Ao todo a Argentina marcou quatro pontos na primeira fase, bem como o time colombiano. Mas os hermanos ficaram na vice-liderança, porque fizeram um gol a menos que o adversário. Com dois pontinhos, os mexicanos pegaram uma das terceiras vagas. Nas quartas, os argentinos fizeram o clássico contra o Brasil, e outro empate por 1 a 1 entrou na vida dos jogadores. Na disputa por pênaltis, vitória por 6 a 5. Na semifinal, a Colômbia foi novamente adversária. E qual foi o resultado? Empate, agora por 0 a 0. Em outro duelo nas penalidades máximas, 6 a 5 a favor e classificação à final.
E o México voltou a cruzar o caminho da Argentina. Antes da decisão, os mexicanos derrubaram o Peru e o Equador. A partida foi jogada no Monumental de Guayaqyuil, que foi a casa argentina durante toda a trajetória na Copa América. O público não empolgou, ocupando só 40 mil dos quase 90 mil lugares do estádio. O jogo seguiu a tendência do restante do torneio, com pouca emoção. Os gols saíram no segundo tempo. Aos 18 minutos, Gabriel Batistuta abriu o placar à Albiceleste. Aos 22, os mexicanos empataram com Benjamín Galindo. E aos 29, Batistuta fez 2 a 1. Com este placar e apenas duas vitórias em seis partidas, foi confirmada a 14ª e última conquista da Argentina. Desde então o país não ergueu mais taças com a seleção principal, amargando 28 anos de tabu.

A campanha da Argentina:
6 jogos | 2 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 6 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/AFA

São Paulo Campeão Mundial 1993

Ninguém podia com aquele São Paulo comandado por Telê Santana. Um time estrelado, cheio jogadores de Seleção Brasileira e que suportaram com maestria a absurda maratona de 98 partidas feitas em 1993. O torcedor tinha a equipe titular na ponta da língua: Zetti, Vítor, Válber, Gilmar, Ronaldo Luís, Dinho, Pintado, Cafu, Raí, Palhinha e Müller. Para muitos, era a melhor do mundo naquela época.

Foi esta equipe citada que entrou em campo na primeira partida da final da Libertadores, contra a Universidad Católica. Antes, o Tricolor já havia derrubado Newell's Old Boys, Flamengo e Cerro Porteño. Contra os chilenos, a maior goleada em decisão já vista: 5 a 1. A enorme vantagem permitiu ao São Paulo comemorar o bicampeonato mesmo perdendo por 2 a 0 na volta.

Ao mesmo tempo, a Europa vivia um cenário conturbado. A primeira edição da Liga dos Campeões foi vencida pelo Olympique de Marselha, que eliminou Rangers, Club Brugge e CSKA Moscou antes de vencer o Milan na decisão, por 1 a 0. Mas o clube francês foi impedido de disputar a Copa Intercontinental. Devido a um escândalo de mala preta em jogo contra o Valenciennes, pela liga local. Após investigação, o Marselha teve o título francês, a vaga na Liga dos Campeões seguinte e a vaga no Mundial cassadas, além de ter sido rebaixado à segunda divisão. No entanto, o título europeu foi mantido.

A vaga mundialista foi transferida ao Milan, modificado em relação à 1989 e 1990, mas com um novo esquadrão, formado pelas mãos do técnico Fabio Capello. Raí já não estava mais no São Paulo e sua vaga foi ocupada por Leonardo, mas o Tricolor seguia impondo respeito.

Assim, a disputa de 12 de dezembro entrou para a história com uma das melhores. Aos 19 minutos do primeiro tempo, Cafu cruzou pela direita para Palhinha, que abriu o placar no contrapé do goleiro Sebastiano Rossi. Os italianos pressionavam, mas o Tricolor segurou bem até o começo da etapa final. Logo aos três minutos, uma bola mal afastada caiu na cabeça de Marcel Desailly, que jogou na área para a finalização rasteira de Daniele Massaro. O São Paulo manteve-se em pé, e fez o segundo aos 14 com Toninho Cerezo, que finalizou cruzamento de Leonardo pela esquerda. Aos 36, Jean-Pierre Papin empatou novamente, subindo de cabeça entre a zaga.

O Tricolor chegaria aos 3 a 2 aos 43 minutos, quando Müller, de costas e com a sola do pé, concluiu para o gol lançamento de Cerezo. Depois, não restou mais dúvidas no gramado do Nacional de Tóquio: o São Paulo era mesmo o melhor time do mundo, bicampeão.


Foto Nico Esteves/Placar

São Paulo Campeão da Recopa Sul-Americana 1993

Há 50 anos, a Conmebol resolveu que precisava de uma segunda competição para acomodar aqueles times que chegavam perto, mas não alcançavam a Libertadores. Nascia então a primeira versão da Recopa Sul-Americana, nos mesmos moldes da Recopa Europeia.

"La Copa Ganadores de Copa" de 1970 reuniu oito clubes vencedores de copas nacionais (Brasil e Colômbia não entraram). O boliviano Mariscal Santa Cruz (hoje extinto) foi o campeão batendo o El Nacional, do Equador. Esta competição foi um fracasso, tanto que só quatro países ficaram para 1971. Assim, a Conmebol nunca deu o caráter oficial ao torneio vencido pelo América de Quito, e a ideia acabou engavetada.

Somente em 1988 que a América do Sul voltou a ter seu segundo campeonato: a Supercopa da Libertadores. Junto com ela, a Conmebol teve uma outra ideia, de juntar os vencedores da Libertadores e da competição criada em um terceiro certame, agora nos moldes da Supercopa Europeia. Eis a segunda versão da Recopa Sul-Americana, com uma nova proposta: ser rápida e rasteira, com apenas um ou dois jogos entre os campeões do ano anterior.

A primeira edição foi em 1989, entre Racing e Nacional do Uruguai, que foi campeão vencendo em Montevidéu e empatando em Avellaneda. A edição de 1990 foi em partida única, em Miami, e o Boca Juniors bateu o Atlético Nacional. Em 1991, um problema: o Olimpia vencera tudo na temporada anterior. Sem um segundo time para encarar, o clube paraguaio foi campeão automático. Em 1992 foi a vez do Brasil estrear, com o Cruzeiro. Contra o Colo Colo na cidade do Kobe, no Japão, os mineiros quase levaram, perdendo para os chilenos nos pênaltis.

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Então a Recopa Sul-Americana chega a 1993. E em sua quinta edição, ela obrigatoriamente ficou no Brasil. O Cruzeiro retornou para a segunda disputa seguida devido ao bicampeonato na Supercopa. Seu adversário foi o São Paulo, campeão da Libertadores de 1992.

Quatro anos depois do pontapé inicial, a competição voltou a ser feita em partidas de ida e volta. Muito por conta de problemas com o calendário. Não havia jeito de mandar os times em uma viagem de 30 horas ao Japão para fazer apenas um jogo. Eram muitas competições paralelas envolvendo mineiros e paulistas naquele 1993.

Assim, a Conmebol fez um acordo com a CBF e utilizou a partida que os dois clubes fizeram no Brasileirão daquele ano para executar a ida da decisão. Ela foi disputada durante um domingo de setembro, no Morumbi. O resultado foi 0 a 0, e quase nada ficou para a lembrança na posteridade.

Três dias depois aconteceu a volta, no Mineirão. O jogo foi igualmente sonolento, e o zero continuou no placar. Restou então a disputa de pênaltis. O Cruzeiro abriu a série com erro de Paulo Roberto, enquanto Dinho acertou o primeiro ao São Paulo. Depois, Ronaldo (aquele mesmo) errou a segunda cobrança cruzeirense, e Cafu permitiu dois gols de vantagem. Na terceira série, Luís Fernando Flores acertou o primeiro dos mineiros, e Válber anotou o terceiro são-paulino.

Continuando, Ademir deu esperança ao Cruzeiro fazendo o segundo gol. Mas Ronaldão estava lá para acertar a quarta batida do São Paulo, a que colocou ponto final em tudo. Por 4 a 2, o time treinado por Telê Santana tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar a Recopa, dando início a uma hegemonia de dez (talvez 11) taças.


Foto Arquivo/São Paulo

Palmeiras Campeão Brasileiro 1993

Após quatro anos de edições bem definidas do Brasileiro, em 1993 a competição inchou. Do ano anterior, nenhum clube foi rebaixado e 12 conseguiram o acesso. Assim, os participantes pularam de 20 para 32. O regulamento do Campeonato Brasileiro foi um tanto injusto. As 32 equipes foram divididas em quatro grupos. Nos grupos 1 e 2 ficaram os times mais fortes e tradicionais, se classificando os três primeiros lugares, e sem rebaixamento.

Já nos grupos 3 e 4 ficaram os times de menos tradição, e haviam duas vagas para os líderes irem a uma repescagem, enquanto quatro seriam rebaixadas por grupo. Nas quatro linhas, após quebrar um tabu de 17 anos sem títulos no estadual, o Palmeiras entrou como um dos principais favoritos para faturar a competição nacional.

Os times na primeira fase se enfrentavam em dois turnos dentro do próprio grupo. O Verdão ficou no grupo 2 e, ao final de 14 jogos, terminou classificado na liderança com dez vitórias, dois empates e duas derrotas. Com 22 pontos, ficou dois a frente do vice Santos e quatro a frente do terceiro lugar Guarani. Seis times avançaram dos grupos 1 e 2. Dos quatro classificados dos grupo 3 e 4, duas sobreviveram a repescagem. Essas oito equipes foram divididas em dois grupos na segunda fase.

O Alviverde ficou no grupo 2, contra Guarani, São Paulo e Remo. Fazendo dez pontos, com quatro vitórias e dois empates, o Palmeiras se classificou para a final de maneira invicta. No outro grupo, o Vitória (vindo da repescagem) surpreendeu a todos e garantiu a outra vaga.

A máquina verde, com jogadores como Evair, Edmundo, Roberto Carlos e Zinho, enfrentou o Vitória na Fonte Nova pela partida de ida da final. Um gol solitário de Edílson garantiu a o triunfo do Palmeiras e a vantagem ainda maior no confronto. A partida de volta foi no Morumbi, e os baianos nem tiveram chance. Em 23 minutos, o Verdão sacramentou o resultado de 2 a 0, e depois deixou o tempo passar para poder comemorar, 20 anos depois, o sétimo título brasileiro.

A campanha do Palmeiras:
22 jogos | 16 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 40 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press

Cruzeiro Campeão da Copa do Brasil 1993

Na Copa do Brasil 1993, nasceu aquela que se tornaria a maior hegemonia da competição nos anos seguintes. O Cruzeiro, na busca por recuperar o tempo perdido nos anos 1980 (quando só venceu dois estaduais), chegou para conquistar a primeira das seis taças em sua história.

O torneio não teve alterações no regulamento e na quantidade de Estados presentes em relação a 1992. Mas houve a troca de calendário, voltando a ser realizada no primeiro semestre, junto com os estaduais e a Libertadores, e em oposição ao Brasileiro que ocorreu na outra metade da temporada.

A campanha do Cruzeiro teve início contra a Desportiva, do Espírito Santo. A primeira partida aconteceu na cidade de Cariacica, e ficou empatada por 1 a 1. O segundo jogo foi em Belo Horizonte, no Mineirão, e a Raposa se classificou ao golear por 5 a 0.

Nas oitavas de final, o time mineiro passou sufoco contra o Náutico. Na ida, perdeu por 1 a 0 nos Aflitos. Na volta, venceu por 2 a 0 e reverteu o confronto. Nas quartas, foi a vez de eliminar o temido São Paulo com uma grande vitória por 2 a 1 no Morumbi, e empate por 2 a 2 no Mineirão.

O adversário do Cruzeiro na semifinal foi o Vasco. O primeiro jogo foi disputado em Belo Horizonte. Com dois gols de Edenilson e um de Luís Fernando Flores, a Raposa venceu por 3 a 1 e encaminhou a vaga na final. A segunda partida aconteceu no Rio de Janeiro, em São Januário, e o empate por 1 a 1 só confirmou a classificação.

Na decisão, o Cruzeiro encarou o Grêmio, que passou por Sorriso-MT, União Bandeirante-PR, Palmeiras e Flamengo. A ida foi no Olímpico, em Porto Alegre. Choveu muito nesse dia, e num campo cheio de lama o placar ficou no 0 a 0. A volta foi no Mineirão, com gramado bom. Roberto Gaúcho abriu o placar aos 12 minutos do primeiro tempo, num frangaço do goleiro gremista. Os gaúchos empatariam depois, mas aos 20 segundos do segundo tempo, Cleisson fez 2 a 1 e deu o título à Raposa.

A campanha do Cruzeiro:
10 jogos | 5 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 18 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Nélio Rodrigues/Placar