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Sampdoria Campeã da Recopa Europeia 1990

Aberta a década de 1990, a última da história da Recopa Europeia. A edição de 1990 trouxe uma tendência que foi regra em boa parte das competições da UEFA  nos últimos anos antes da virada do século: Itália levantando taça. Nesta ocasião, o título ficou com a Sampdoria, de Gênova.

No melhor momento de sua história, o "blucerchiati" (círculo azul), foi vice-campeão da própria Recopa em 1989 e tricampeão da Copa da Itália em 1985, 1988 e 1989. Também viria a ser campeão italiano em 1991, tetra da Copa em 1994 e vice da Liga dos Campeões de 1992. A campanha europeia vencedora teve início contra o Brann, da Noruega, com vitórias por 2 a 0 fora e por 1 a 0 na Itália.

A Samp seguiu para as oitavas de final, onde enfrentou o Borussia Dortmund. O primeiro jogo aconteceu na Alemanha, no Westfalenstadion, e ficou no empate por 1 a 1. A segunda partida foi em Gênova, no Estádio Luigi Ferraris, que foi vencida pelos italianos por 2 a 0. Gianluca Vialli fez os gols.

Nas quartas de final, foi a vez de encarar o Grasshopper, da Suíça. O jogo de ida foi realizado em Gênova, terminando com vitória da Sampdoria por 2 a 0. A partida de volta ocorreu em Zurique, também com triunfo italiano, por 2 a 1 e gols de Toninho Cerezo e Attilio Lombardo.

A semifinal reuniu Sampdoria e Monaco. O primeiro jogo aconteceu no principado, e ficou empatado por 2 a 2, com mais dois gols de Vialli. A segunda partida foi no Luigi Ferraris, e a classificação para a final foi obtida com vitória por 2 a 0. Os tentos foram anotados por Pietro Vierchowod e Lombardo.

A Samp estava mais uma vez na final, desta vez contra o Anderlecht, que eliminou Ballymena United, Barcelona, Admira Wacker e Dínamo Bucareste. A partida foi disputada em Gotemburgo, no Ullevi. Os 90 minutos normais não viram mudança no placar e os times precisaram da prorrogação. Foi quando apareceu o artilheiro Vialli, que fez 2 a 0 aos 15 minutos do primeiro tempo e os sete do segundo, coroando o título invicto da Sampdoria.

A campanha da Sampdoria:
9 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 16 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Serge Philippot/Onze/Icon Sport/Getty Images

Olimpia Campeão da Supercopa Libertadores 1990

O ano de 1990 foi o melhor da história do Olimpia. O clube conseguiu na mesma temporada levar os títulos tanto da Libertadores quanto da Supercopa, sendo esta a única conquista fora do eixo Argentina-Brasil no campeonato, que chegava em sua terceira edição com o número de 13 participantes, visto que a Conmebol puniu o Atlético Nacional por manipulação de resultados no mesmo ano. Desta forma, o regulamento voltou a ser confuso como em 1988, com um clube avançado direto das oitavas de final para a semifinal, no caso o Estudiantes, e o defensor do título Boca Juniors entrando já nas quartas.

Entretanto, quem brilhou desde o começo foi o Olimpia. Os paraguaios enfrentaram o River Plate nas oitavas. Na ida, perderam por 3 a 0 no Monumental, em Buenos Aires. Na volta, no Defensores del Chaco, devolveram os 3 a 0 em grande atuação. Nos pênaltis, a virada foi consumada por 4 a 3.

Nas quartas, foi a vez de encarar o Racing. A primeira partida foi realizada em Assunção, e ficou empatada por 1 a 1. O segundo jogo aconteceu em Avellaneda, no El Cilindro. Fora de casa, o Olimpia conseguiu outra belíssima atuação, e com mais uma vitória por 3 a 0 conseguiu a classificação.

O próximo confronto do Olimpia foi contra o Peñarol. O primeiro jogo foi no Centenario, em Montevideú, e o time paraguaio perdeu por 2 a 1. De novo com a necessidade de vencer no Defensores del Chaco, a equipe sacou do bolso mais um desempenho de luxo e goleou os uruguaios por 6 a 0, com dois gols de Gabriel González, dois de Raúl Amarilla, um de Silvio Suárez e um de Virginio Cáceres.

A decisão da Supercopa foi entre Olimpia e Nacional do Uruguai, que deixou para trás Independiente, Argentinos Juniors e Estudiantes. A ida aconteceu no Centenario, e os paraguaios encaminharam o título ao vencerem por 3 a 0, gols de González, Amarilla e Adriano Samaniego. A volta foi no Defensores del Chaco, com o Olimpia confirmando o título ao empatar por 3 a 3.

A campanha do Olimpia:
8 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 20 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Olimpia

Juventus Campeã da Liga Europa 1990

O futebol da Itália era, de muito longe, o mais competitivo da Europa entre o fim da década de 1980 e quase toda a de 1990. Liga forte, clubes fortes e jogadores consagrados. Tal fato se refletia também nas competições europeias. Na Copa da UEFA, até 1988, só um título ficou em solo italiano. Já entre 1989 e 1999, foram oito conquistas, fora os vices.

O título solitário da Itália havia sido em 1977, com a Juventus. Em 1990, o clube de Turim chegou ao bicampeonato e deu sequência à hegemonia aberta com o Napoli em 1989. Foi nesta época que o torneio sofreu a primeira mudança de regulamento, com a participação de 65 times. Tudo porque França e Iugoslávia estavam empatadas no ranking da UEFA e precisaram de uma fase preliminar para ver com quem ficaria com uma das vagas da Inglaterra, excluída desde 1986 devido à Tragédia de Heysel.

A campanha do bianconero começou contra o Górnik Zabrze, o qual venceu por 1 a 0 na Polônia, e por 4 a 2 no Estádio Comunale, em Turim. Na segunda fase, a Juve eliminou o Paris Saint-Germain com mais duas vitórias, por 1 a 0 na França, e por 2 a 1 na Itália.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Karl-Marx-Stadt (hoje Chemnitzer), da Alemanha Oriental (já sem o Muro de Berlim). A campanha 100% da Juventus continuou firme, com triunfos por 2 a 1 em Turim, e por 1 a 0 fora de casa. Nas quartas, o time bianconeri teve problemas contra o Hamburgo. Depois de vencer por 2 a 0 em plena Alemanha, os italianos levaram 2 a 1 de virada em casa, mas se classificaram.

A Juventus enfrentou o Colônia na semifinal. A ida foi disputada no Comunale, e a equipe teve um grande início com gols de Rui Barros, Giancarlo Marocchi e um contra de Alfons Higl. Mas os alemães se aproximaram com dois tentos no fim e o placar ficou 3 a 2 para Juve. A volta aconteceu no Müngersdorfer. Com resistência, os italianos seguraram o 0 a 0 e chegaram à final.

A final foi contra a Fiorentina, que eliminou Atlético de Madrid, Sochaux, Dínamo Kiev, Auxerre e Werder Bremen. O primeiro jogo foi disputado no Comunale de Turim, e a Juventus abriu vantagem de 3 a 1, com gols de Roberto Galia, Pierluigi Casiraghi e Luigi De Agostini. A segunda partida foi na cidade de Avellino, no Estádio Partenio, pois o Artemio Franchi, em Florença, já estava à disposição da FIFA para a Copa do Mundo de 1990. Num campo praticamente neutro, a Vecchia Signora segurou outro empate sem gols para ficar com o título da Copa da UEFA.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Alemanha Campeã da Copa do Mundo 1990

Muita gente diz que a Copa do Mundo de 1990 foi a mais fraca da história, tecnicamente falando. Realmente, ela teve a menor média de gols entre as 21 edições (2,21). Mas dizer que este Mundial foi ruim próximo a um alemão não é legal, pois foi nela que a Alemanha em processo de reunificação chegou na realização do sonho do tricampeonato.
Disputada na Itália, a Copa de 1990 demorou a engrenar para algumas seleções, como a Argentina, que perdeu para a surpresa Camarões na estreia e só embalou depois de derrotar o Brasil nas oitavas de final. A Alemanha - ainda Ocidental - foi bem desde o início: na estreia goleou a Iugoslávia por 4 a 1, e depois fez 5 a 1 nos Emirados Árabes. Na última rodada da primeira fase, mesmo o empate em 1 a 1 cedido para a Colômbia nos acréscimos do segundo tempo tirou a liderança do grupo D das mãos alemães, com cinco pontos. Este foi o último Mundial com a vitória valendo dois pontos.
Nas oitavas de final, a Alemanha enfrentou a sempre complicada Holanda - então vencedora da Eurocopa -, e a vitória por 2 a 1 veio somente no segundo tempo. Nas quartas, a vez de encarar a Tchecoslováquia. A Alemanha se classificou de maneira simples, vencendo por 1 a 0, gol de pênalti de Mätthaus. A semifinal foi contra a Inglaterra, em uma partida bem truncada. Os alemães cederam o empate em 1 a 1 nos 120 minutos, mas nos pênaltis venceram por 4 a 3, com a estrela do goleiro Illgner brilhando ao defender uma cobrança inglesa e garantir a classificação à final.
A Alemanha voltou a encontrar a Argentina, um replay do que havia ocorrido na decisão quatro anos antes. E os alemães pisaram no gramado do Olímpico de Roma dispostos a inverter o resultado da final anterior. A partida foi tensa, e parecia que ia se encaminhar para um empate sem gols.
Até que a arbitragem deu pênalti de Sensini sobre Völler aos 38 minutos da etapa final. Até hoje os argentinos juram que não houve nada no lance apitado pelo árbitro. Brehme cobrou forte e alto e marcou o gol do título. Assim, a Alemanha conquistava o tricampeonato mundial, com o 1 a 0 no placar. Depois de 16 anos, dois vices e uma queda de muro, o time do capitão-artilheiro Mätthaus, Klinsmann, Brehme e Völler era coroado.

A campanha da Alemanha:
7 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 15 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Bongarts/Getty Images

Milan Campeão da Liga dos Campeões 1990

Os anos 90 chegaram, e a Copa dos Campeões da Europa passaria a viver seus últimos dias de simplicidade. Até mesmo seu nome estava com os dias contados. Assim como o continente no geral, a UEFA iria absorver todas as mudanças que a queda do socialismo iria trazer naquela época.

Enquanto isso não acontecia, o Milan continuava à frente dos outros. Em 1990, o estilo de jogo da equipe já não era mais novidade e a campanha foi mais difícil, mas ainda assim suficiente para o tetra.
Na primeira fase, o rossonero enfrentou o HJK, da Finlândia. Tranquilamente, venceu a ida em Milão por 4 a 0, e a volta em Helsinque por 1 a 0.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Real Madrid. Outra vez o primeiro confronto foi na Itália, com vitória milanista por 2 a 0. O segundo jogo ocorreu na Espanha. O Milan se classificou, mas passou aperto ao perder por 1 a 0.

Nas quartas, foi a vez de enfrentar o Mechelen, da Bélgica. Contra uma equipe surpreendentemente complicada, o rossonero só foi fazer gols depois de quase 200 minutos. Na ida, empate por 0 a 0 em Bruxelas. Na volta, no San Siro, o tempo normal também passou zerado. Apenas na segunda etapa da prorrogação que o Milan desencantou: Marco Van Basten e Marco Simone marcaram os tentos do 2 a 0 que levaram o clube à semifinal.

O penúltimo oponente foi o Bayern de Munique. A primeira partida aconteceu na Itália, com simples 1 a 0 a favor do time rossonero. O segundo jogo foi na Alemanha, e os locais devolveram o resultado. De novo na prorrogação, Stefano Borgonovo fez o gol fora do alívio antes do segundo alemão. A derrota por 2 a 1 colocou o Milan em mais uma final.

A decisão reeditou 1963 contra o Benfica, que amargava a sina de quatro vices nas quatro últimas finais disputadas. Os portugueses bateram Derry City (Irlanda), Honvéd (Hungria), Dnipro (União Soviética) e Olympique Marselha. A partida foi no Praterstadion, em Viena. De modo apertado, o Milan foi campeão ao ganhar por 1 a 0, gol de Frank Rijkaard aos 23 minutos do segundo tempo.

A campanha do Milan:
9 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 12 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Olimpia Campeão da Libertadores 1990

A Libertadores entra nos grandiosos anos 90 com sua estabilidade recuperada. O que não colaboravam eram os países. Detentor do título de 1989, a Colômbia não indicou ninguém para a edição de 1990. O motivo? O campeonato local foi encerrado sem campeão devido ao assassinato de um árbitro durante a fase final.

As acusações da época recaíram sobre o Cartel de Medellín e as motivações davam conta de que o crime foi cometido em retaliação a um gol anulado do Independiente. Pressionada, a federação cancelou o restante da competição e só o Atlético Nacional pôde defender sua taça no ano seguinte.

Com 18 times na primeira fase, a vida seguiu com as velhas forças de sempre. Vice do momento, o Olimpia estava disposto a subir mais um degrau na escada, e a sua campanha pelo bicampeonato começou diante do rival Cerro Porteño, do Vasco e do Grêmio, no grupo 5. Os resultados foram super equilibrados e as distâncias entre as equipes ao fim das seis rodadas foi se só dois pontos. Com sete, o Decano paraguaio classificou-se na liderança, acima de Cerro e Vasco. Foram três vitórias e um empate na largada.

Nas oitavas de final, o Olimpia iria enfrentar o terceiro colocado da chave 2, mas esta foi a que ficou desfalcada dos colombianos, portanto os paraguaios foram já às quartas. Contra a Universidad Católica, o clube venceu a ida em Assunção por 2 a 0 e empatou sensacionalmente a volta na Chile por 4 a 4.

Na semifinal, surgiu a chance da revanche contra o Atlético Nacional. O clima na Colômbia dominada pelo narcotráfico era tenso, e a Conmebol marcou a ida para o Nacional de Santiago, no Chile, onde o Olimpia venceu por 2 a 1. No Defensores del Chaco, o Atlético fez 3 a 2 e forçou os pênaltis. Depois de 12 cobranças, só três entraram e o Decano foi à decisão ao vencer por 2 a 1.

O Olimpia enfrentou na derradeira o Barcelona de Guayaquil, que colocou o Equador pela primeira vez em uma final após bater o uruguaio Progreso, o Emelec e o River Plate. A ida aconteceu no Defensores del Chaco, em Assunção, e o paraguaios abriram vantagem ao fazerem 2 a 0, gols de Raúl Amarilla e Adriano Samaniego. A volta foi no Monumental de Guayaquil, e o Olimpia confirmou seu segundo título com outro gol de Amarilla e o empate por 1 a 1.

A campanha do Olimpia:
12 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 22 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Arquivo/ABC Color

Milan Campeão Mundial 1990

A década de 90 começou da mesma forma que terminou a de 80: com o Milan atropelando a tudo e todos e vencendo quase tudo o que via pela frente. Tudo era fruto do trabalho de Arrigo Sacchi, um jovem técnico que trouxe uma nova perspectiva ao futebol italiano. Seus times não atuavam na retranca e possuíam uma força ofensiva mais acentuada, com um toque de bola rápido e contra-ataques mortais.

Na campanha do tetra europeu, o Rossonero eliminou Real Madrid e Bayern de Munique antes de vencer o Benfica na final, por 1 a 0. A base da equipe era praticamente a mesma da temporada anterior, com o trio holandês e boa parte da seleção italiana que participaria da Copa do Mundo. Ela sofreria só duas modificações para a Copa Intercontinental. O goleiro Giovanni Galli deixou a equipe e o reserva Andrea Pazzagli assumiu a camisa 1, enquanto o volante Angelo Carbone chegou para ocupar o lugar de Diego Fuser.

A Libertadores acabou reconquistada pelo Olimpia. O bicampeonato do clube paraguaio passou por eliminações sobre Grêmio e Universidad Católica, uma revanche sobre o Atlético Nacional e a decisão contra o Barcelona de Guayaquil: o Decano venceu por 2 a 0 na ida e segurou empate por 1 a 1 na volta.

O Mundial no Japão completava dez anos de idade com o enfrentamento entre Milan e Olimpia, no dia 9 de dezembro e no sempre requisitado Estádio Nacional de Tóquio. A partida foi equilibrada enquanto os paraguaios conseguiram segurar. O poderio italiano começou a ser mostrado a partir dos 43 minutos do primeiro tempo, quando Ruud Gullit, pela ponta esquerda, cruzou a bola na cabeça do compatriota Frank Rijkaard, que mandou para o gol.

Aos 17 do segundo tempo, Marco Van Basten arrancou com a bola entre a zaga rumo à área. Ele driblou um marcador e o goleiro Ever Hugo Almeida antes do chute, que desviou em outro zagueiro e foi na trave. Ao pé dela, Giovanni Stroppa conferiu para o gol e ampliou o placar. Aos 20, Van Basten aprontou novamente e tentou um gol por cobertura. A bola tocou outra vez na trave, e o rebote foi aproveitado por Rijkaard.

Com 3 a 0 no marcador, o Milan dedicou-se a administrar a vantagem, enquanto o Olimpia buscou sem sucesso um gol de honra. Ao final da partida, o trio holandês foi alçado à glória pelos italianos. Eles participaram dos três gols da equipe, e Rijkaard foi eleito o melhor em campo, levando para casa o famoso carro da Toyota. E o Milan atingiu o mesmo feito de Peñarol e Nacional, sendo o primeiro europeu tricampeão do mundo.


Foto Arquivo/Milan

Grêmio Campeão da Supercopa do Brasil 1990

Um campeonato que nasceu junto com a Copa do Brasil, mas que não teve continuidade. E está retornando em 2020. A Supercopa do Brasil foi criada nos moldes europeus, em que o campeão da liga nacional enfrenta o campeão da copa, com o objetivo de (talvez) apontar a melhor equipe do momento. 

A primeira edição foi disputada em 1990 entre o Grêmio, primeiro vencedor da Copa do Brasil, e o Vasco, então bicampeão brasileiro. O plano inicial da CBF na época era de introduzir a Supercopa em partida única, abrindo a temporada. Mas logo na primeira vez houve desacerto de datas, então ficou decidido que as partidas entre os dois clubes pela Libertadores seriam também válidas para a Supercopa.

Assim, a estreia de Grêmio e Vasco na competição sul-americana foi a partida de ida da final. Jogada no velho Estádio Olímpico, em Porto Alegre, o Tricolor fez 2 a 0 com tranquilidade. Nilson abriu o placar de cabeça e Darci completou com uma arrancada e um chute forte da entrada da área.

A volta da Supercopa foi a quarta rodada da Libertadores, 44 dias depois da ida (14 de março e 18 de abril). Um dilúvio caiu sobre São Januário, no Rio de Janeiro, o que tornou a partida feia. Nada de relevante aconteceu, nem mesmo os atletas tinham a noção que um título estava em disputa. O placar ficou no 0 a 0, favorecendo o Grêmio como o primeiro vencedor da Supercopa do Brasil.

Mas por que os atletas não sabiam do que se tratava a Supercopa? A resposta é simples. A CBF "esqueceu" que usaria a Libertadores para definir um campeão para o novo torneio. Tanto que sequer aconteceu uma entrega de taça. Passados 30 anos, a reparação ainda não ocorreu, e o Grêmio espera até hoje o que é seu por direito.


Foto Lemyr Martins/Placar

Atlético-GO Campeão Brasileiro Série C 1990

A terceira divisão do Campeonato Brasileiro não era considerada uma prioridade até há alguns anos. Suas primeiras edições foram intermitentes e com regulamentos aleatórias. Após a disputa de 1988, a CBF cancelou a organização da Série C em 1989, optando por inchar a segunda divisão.

Mas em 1990 a terceirona já estava de volta. Mais magra em relação a dois anos antes, mas com o mesmo intuito de reunir os times pequenos que foram bem nos estaduais. Foram 30 clubes na disputa, divididos em seis grupos. E o campeão foi o Atlético-GO, uma das principais forças do futebol goiano e do Centro-Oeste.

O Atlético-GO entrou na Série C através do grupo 3, junto com Ubiratan, União Rondonópolis, Vila Nova e Gama. Com uma campanha irretocável, o Dragão não teve nenhum problema na primeira fase. Estreou goleando o rival Vila Nova por 4 a 1, fez 1 a 0 no Gama e 5 a 1 no Ubiratan do Mato Grosso do Sul, ambos no Serra Dourada, e venceu o União por 2 a 1 no Mato Grosso. Com oito pontos, se classificou na liderança.

Nas quartas de final, repetiu dois jogos contra o Gama. Perdeu por 1 a 0 em Brasília, mas reverteu com um fácil 4 a 0 em Goiânia. Na semifinal, o Atlético-GO enfrentou o América-RN, fazendo uma vantagem de 2 a 0 na partida de ida no Machadão, em Natal, e concretizando a vaga na final com um belo 5 a 2 no Serra Dourada.

A final foi contra o América-MG, em dois jogos. O Dragão possuía melhor campanha, o que lhe deu o benefício de atuar por dois empates ou por resultados iguais. A ida foi no Independência. em Belo Horizonte, e não saiu do 0 a 0. A volta foi no Serra Dourada, em Goiânia, e o gol insistiu em não acontecer para os dois lados.

Melhor para o Atlético-GO, que exerceu o direito pela campanha superior e comemorou o título da Série C de 1990. Foi a primeira conquista nacional do rubro-negro goiano, a principal até ser igualada em 2008, e superada pela segunda divisão em 2016.

A campanha do Atlético-GO:
10 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Atlético-GO

Sport Campeão Brasileiro Série B 1990

Não é de hoje que a CBF age com incongruência. Depois de fazer uma Série B em 1989 inchadíssima, com 96 times, em 1990 ela retorna a separar tudo em três divisões, e a Segunda Divisão voltou a ter 24 equipes. Rebaixado no ano anterior, o Sport tinha uma única missão: retornar à elite com uma boa campanha, já que o rival Náutico era o único time de Pernambuco na Série A, e o Leão não poderia fazer feio.

Os participantes da Série B de 1990 foram divididos em quatro grupos, e o Sport ficou no grupo 4. Com quatro vagas de classificação, não foi difícil para o Rubro-negro ficar na liderança, com 12 pontos em dez jogos, sendo três vitórias, seis empates e uma derrota. Acabou empatado com o Moto Club, mas no saldo de gols garantiu a primeira posição. De quebra, viu o rival Santa Cruz ser eliminado com dois pontos a menos.

Na segunda fase, os 16 classificados foram reordenados em quatro grupos, e o Leão da Ilha voltou a ficar no grupo 4, ao lado de Operário-PR, Itaperuna-RJ e Remo. Em uma disputa muito acirrada, o Sport fez seis pontos, venceu uma partida, empatou quatro e perdeu uma, fez e sofreu quatro gols, e acabou empatado em tudo com o Itaperuna. No confronto direto, empates em 0 a 0 na Ilha do Retiro e 1 a 1 no Jair Bittencourt. Assim, a regra do gol fora de casa foi aplicada, e o Sport avançou de fase ao lado do Operário de Ponta Grossa.

Na terceira fase, os oito sobreviventes se dividiram em dois grupos, e o Rubro-negro ficou no grupo 1 junto com Juventude, Moto Club e Guarani. E nesta fase as coisas foram menos tensas, o Sport ficou invicto com três vitórias e três empates, marcando nove pontos. Como só passava um time por grupo, o clube pernambucano conquistou o acesso para a Série A de 1991. A comemoração foi no Brinco de Ouro, após empatar em 1 a 1 com o Guarani, na última rodada.

A final foi rubro-negra, contra o Athletico-PR, que havia eliminado Criciúma, Operário-PR e Catuense-BA. A primeira partida foi em Curitiba, no Pinheirão, e deu empate em 1 a 1. Por ter melhor campanha, o Sport exercia o direito de jogar por resultados iguais. E na Ilha do Retiro, o 0 a 0 confirmou o título da Série B para o Leão. Mais uma taça nacional para o armário do clube.

A campanha do Sport:
24 jogos | 7 vitórias | 15 empates | 2 derrotas | 22 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Arquivo/Sport

Corinthians Campeão Brasileiro 1990

Foram muitos anos tentando e algumas batidas na trave. Mas em 1990 ninguém conseguiu tirar o título brasileiro das mãos do Corinthians, liderado por Tupãzinho, Ronaldo e Neto. O Campeonato Brasileiro passava por momentos de estabilidade fora de campo, porém nas quatro linhas, as médias de gols mais baixas foram registradas nessa época. Foram 20 times duelando pela taça naquele ano, e o regulamento foi diferente mais uma vez.

Na primeira fase, os times foram divididos em dois grupos. O Timão ficou no grupo 1 e enfrentou no primeiro turno as equipes do grupo 2. Em dez rodadas, fez seis vitórias, dois empates e duas derrotas. Marcou 14 pontos e ficou em segundo lugar, dois pontos a menos que o líder e classificado Atlético-MG.

No segundo turno e enfrentando os times do próprio grupo, o desempenho teve uma queda, e o Alvinegro acabou na nona posição com duas vitórias, quatro empates e três derrotas, fazendo oito pontos e terminando com três de distância para o líder Santos, que também se classificou. Assim, foi necessário obter a classificação pelo índice técnico, pois apenas os líderes dos grupos em cada turno tinham vaga garantida.

Juntando os dois grupos e as duas pontuações em uma tabela só, o Corinthians encerrou a fase em sétimo lugar, com oito vitórias, seis empates e cinco derrotas em 19 jogos. Com 22 pontos, conseguiu a última vaga pelo índice e ficou com três pontos a menos que o Grêmio, melhor campanha ao todo.

Nas quartas de final, o Timão cruzou com o segundo colocado geral, o Atlético-MG. Jogando no Pacaembu, o time corintiano venceu por 2 a 1, conseguindo a classificação no Mineirão com empate em 0 a 0. Na semifinal, o Corinthians enfrentou o Bahia, terceiro lugar e melhor índice técnico. Outra vez iniciando o confronto em casa, o Alvinegro conseguiu os mesmos resultados da fase anterior, vitória por 2 a 1 no Pacaembu e empate em 0 a 0 na Fonte Nova. A final foi contra o rival São Paulo, quarta campanha e segundo pelo índice.

O campo dos jogos de tornou neutro, o Morumbi. Como "mandante", o Corinthians conseguiu a mínima vantagem de 1 a 0 no jogo de ida, com gol de Wilson Mano. Três dias depois, como "visitante", Tupãzinho marcou o gol no começo do segundo tempo, e o Timão venceu novamente por 1 a 0, conseguindo assim o primeiro dos seus sete títulos do Brasileirão.

A campanha do Corinthians:
25 jogos | 12 vitórias | 8 empates | 5 derrotas | 23 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Antônio Milena/Placar

Flamengo Campeão da Copa do Brasil 1990

A primeira Copa do Brasil foi sucesso em campo e “fracasso” fora dele. A final entre Grêmio e Sport foi considerada de baixo apelo para a televisão, e tanto Globo quanto Bandeirantes deixaram de fazer as transmissões a partir de 1990. Apenas emissoras públicas ou regionais passaram os jogos a partir daquele ano, e isso prejudicou muito a competição na época.

Ainda assim, o modelo de torneio era tido como bom, porque agradava a CBF e as federações estaduais. O regulamento de 32 participantes foi mantido, e com a entrada do Acre no profissionalismo, a divisão passou a ser de 23 campeões e nove vices.

O título de 1990 ficou com o Flamengo, que se redimiu do vexame dado na semifinal em 1989. No primeiro ano após a aposentadoria de Zico e com o lateral Júnior liderando um elenco de jovens promessas, o rubro-negro iniciou a jornada contra o Capelense, de Alagoas. Na ida, goleou por 5 a 1 na Gávea. Na volta, 4 a 0 fora de casa, no interior alagoano.

Nas oitavas de final, o Fla enfrentou o Taguatinga, do Distrito Federal. Novamente, a primeira partida aconteceu no Rio de Janeiro, com vitória flamenguista por 2 a 0. O segundo jogo foi no Serejão (hoje Boca do Jacaré), e acabou com empate por 1 a 1. Nas quartas, o Flamengo eliminou o Bahia com outro empate por 1 a 1, na Fonte Nova, e vitória por 1 a 0 no Mário Helênio, na mineira Juiz de Fora.

Na semifinal, o rubro-negro encarou o Náutico. A primeira partida aconteceu em Juiz de Fora, que virou a casa do Flamengo até a final. E o time carioca abriu uma grande vantagem de 3 a 0 logo na ida. Assim, a volta nos Aflitos, em Recife, foi tranquila. O empate por 2 a 2 colocou o Fla pela primeira vez na final.

A decisão da Copa do Brasil de 1990 foi disputada contra o Goiás, que passou por Cruzeiro, Operário-MS, Atlético-MG e Criciúma. O primeiro jogo foi realizado no Mário Helênio, em Juiz de Fora. Em uma quinta-feira à tarde, apenas 2.437 torcedores viram o zagueiro Fernando marcar de cabeça o 1 a 0 que deu a vantagem ao Flamengo. Na segunda partida, no Serra Dourada, em Goiânia, os cariocas seguraram o 0 a 0 e ficaram com o título invicto.

A campanha do Flamengo:
10 jogos | 6 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 20 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Carlos Costa/Placar