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Everton Campeão da Recopa Europeia 1985

A temporada de 1984/85 do futebol europeu terminou conturbada com a Tragédia de Heysel em 29 de maio, quando hooligans do Liverpool invadiram o espaço da torcida da Juventus no estádio belga e entraram em confronto com os italianos, matando 39 antes da final da Liga dos Campeões. A consequência do desastre foi o banimento dos clubes ingleses dos torneios da UEFA por cinco anos.

Tal medida atrapalhou a história do maior rival do Liverpool, o Everton, que 14 dias antes foi campeão de sua maior taça, a Recopa Europeia de 1985, além de também ter levado o título inglês da temporada. O clube não pôde desfrutar de nenhum benefício dessas conquistas, pois ficou banido por tabela.

Extracampo a parte, a Recopa do Everton começou a ser desenhada quando o time venceu a Copa FA de 1984. A competição teve 32 participantes, e a campanha dos "toffees" (caramelos) teve início na primeira fase, contra o University Dublin. Na ida, empate sem gols na Irlanda. Na volta, vitória por 1 a 0 no Goodison Park.

Nas oitavas de final, o time azul encarou o Inter Bratislava, da Tchecoslováquia, e venceu as duas partidas, por 1 a 0 fora de casa e por 3 a 0 na Inglaterra. Nas quartas, foi a vez de também bater nos dois jogos o Fortuna Sittard, da Holanda, por 3 a 0 em casa e por 2 a 0 fora.

A campanha invicta do Everton continuou na semifinal, contra o Bayern de Munique. A primeira partida foi na Alemanha, no Olímpico de Munique, e terminou empatada por 0 a 0. O segundo jogo aconteceu no Goodison Park, e os toffees venceram por 3 a 1, gols de Graeme Sharp, Andy Gray e Trevor Steven, chegando na decisão.

A final foi entre Everton e Rapid Viena, que superou Besiktas, Celtic, Dínamo Dresden e Dínamo Moscou. Dentro do Estádio De Kuip, em Roterdã, os ingleses tiveram grande atuação e foram campeões com o triunfo por 3 a 1. Os gols foram anotados por Gray, Steven e Kevin Sheedy, todos no segundo tempo.

A campanha do Everton:
9 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 16 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto David Cannon/Allsport/Getty Images/Hulton Archive

Real Madrid Campeão da Liga Europa 1985

Este fato é impensável nos dias de hoje, mas em 1985 o Real Madrid protagonizou uma campanha trepidante rumo ao título da Copa da UEFA, que na época era a competição europeia de menor importância. Sob o comando do ídolo Luis Molowny e há duas décadas sem conquistas internacionais, os merengues no fim demonstraram um pequeno rastro daquela glória obtida nos anos 1950 e 1960.

A campanha do Real Madrid começou contra o Wacker Innsbruck, da Áustria. Na ida, o clube espanhol já tratou de encaminhar a classificação ao golear por 5 a 0 no Santiago Bernabéu. Na volta, tal vantagem deixou os jogadores tão relaxados que acabaram perdendo por 2 a 0 fora de casa. Na segunda fase, os merengues sofreram para eliminar o Rijeka, da Iugoslávia. No primeiro jogo, levaram 3 a 1 fora. Assim, em Madrid, precisaram suar para vencer por 3 a 0.

Os desafios do Real Madrid seguiram sem trégua. Nas oitavas de final, contra o Anderlecht, uma derrota por 3 a 0 na Bélgica obrigou os madridistas a correrem dobrado mais uma vez em casa. E  de maneira épica no Bernabéu, golearam por 6 a 1 no jogo de volta, com hat-trick de Emilio Butragueño, dois gols de Jorge Valdano e um de Manuel Sanchís.

Nas quartas, o adversário foi o Tottenham, que defendia o título. A ida foi disputada no White Hart Lane, em Londres, e o Real Madrid conseguiu uma ótima vitória por 1 a 0. Mas quem esperava tranquilidade na volta não encontrou. O empate por 0 a 0 imperou no placar durante todos os 90 minutos. O alívio só veio no apito final.

Na semifinal, o clube merengue teve um confronto emocionante com a Internazionale. Novamente atuando fora de casa na primeira partida, os espanhóis sofreram uma dura derrota, desta vez por 2 a 0. A desvantagem obrigava a mais uma remontada no Santiago Bernabéu, e ela veio: 3 a 0, com dois gols de Santillana e um de Míchel.

A final da Copa da UEFA de 1985 foi contra o Videoton (atual Fehérvár), da Hungria, que eliminou Dukla Praga, Paris Saint-Germain, Partizan, Manchester United e Zeljeznicar (Iugoslávia). A primeira partida ocorreu no Estádio Sóstói, na cidade de Székesfehérvár, e o Real Madrid venceu bem por 3 a 0, com gols de Míchel, Santillana e Valdano. O roteiro para este confronto inverteu-se em relação a muitas fases anteriores. No Santiago Bernabéu, para mais de 98 mil torcedores e livre de todos os sofrimentos já sentidos, o time merengue tornou-se campeão com derrota por 1 a 0.

A campanha do Real Madrid:
12 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 5 derrotas | 22 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Juventus Campeã da Liga dos Campeões 1985

A Copa dos Campeões da Europa de 1985 poderia ficar marcada por vários acontecimentos positivos. Poderia ter sido pela campanha quase perfeita da Juventus, que recolocou a Itália no mapa da competição depois de 16 anos. Poderia ter sido também pela trajetória do Liverpool, que foi à sua quinta final em nove temporadas, e que por pouco não levou o penta. Mas o que marcou aquele torneio foi a tragédia protagonizada pelos "hooligans" ingleses na final.

Antes, o torneio ocorreu sem maiores problemas. Sob as lideranças de Michel Platini e Paolo Rossi, a Juventus iniciou seu caminho rumo ao título inédito diante do Ilves, da Finlândia. Com vitórias por 4 a 0 fora e 2 a 1 em casa, os "bianconeri" avançaram tranquilamente. Nas oitavas de final, mais dois triunfos contra o Grasshopper, da Suíça: 2 a 0 em Turim e 4 a 2 em Zurique.

O adversário de "La Vecchia Signora" nas quartas foi o Sparta Praga. No Comunale, em casa, os italianos abriram vantagem de 3 a 0. Na Tchecoslováquia, derrota controlada por 1 a 0 classificou a equipe. A semifinal foi contra o Bordeaux. E outra vez com a ida em Turim, o Juventus repetiu os 3 a 0. A volta foi na França, no Parc Lescure, e o time bianconeri passou aperto antes de chegar na decisão, pois perdeu por 2 a 0.

A segunda final da história da Juventus foi contra o Liverpool, que eliminou Lech Poznan (Polônia), Benfica, Austria Viena e Panathinaikos. O local escolhido foi Heysel, em Bruxelas.
 
Na Bélgica, torcedores italianos e ingleses provocaram-se desde a chegada até dentro do estádio. A barreira policial montada e as grades na arquibancada eram fracas. Bêbados, os hooligans invadiram o espaço dos italianos e os agrediram violentamente. Em pânico, quem fugia passava por cima de qualquer coisa, até mesmo de outras pessoas. Resultado: 39 mortes e mais de 600 feridos.

A UEFA não adiou a partida e, sem saberem de nada, os jogadores foram à campo. Platini fez o gol do 1 a 0 que deu o título à Juventus aos 13 minutos do segundo tempo, de pênalti.

A campanha da Juventus:
9 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 19 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Juventus

Argentinos Juniors Campeão da Libertadores 1985

Ao longo dos anos, a Libertadores apresentou muitas surpresas. A maioria não chegou ao título, e poucas tiveram o privilégio de serem campeãs. E sem dúvidas, uma delas foi o Argentinos Juniors, clube de Buenos Aires, do bairro de La Paternal, que não teve medo dos gigantes na edição de 1985.

Nesta época, o Bicho Colorado aproveitava-se do dinheiro da venda de uma joia do futebol, Diego Maradona, para formar uma das melhores equipes de sua história, comandada pelo técnico José Yudica. Campeão argentino pela primeira vez em 1984, o time estreou em copas internacionais. Na primeira fase, contra o conterrâneo Ferro Carril e os brasileiros Fluminense e Vasco, a classificação veio com boas doses de emoção.

A disputa foi especialmente com o Ferro, ponto a ponto, gol a gol. No fim, os dois clubes somaram nove pontos e quatro gols de saldo. Mas os colorados marcaram nove vezes, contra sete do adversário. Entre as quatro vitórias obtidas na chave, o destaque fica para as duas em solo brasileiro, por 2 a 1 sobre o Vasco e por 1 a 0 sobre o Fluminense, ambas no Maracanã.

Na semifinal, o Argentinos enfrentou o Independiente e o boliviano Blooming. Na estreia, empate por 2 a 2 em casa com os então campeões. Na sequência, contra o time da Bolívia, 1 a 1 fora e vitória por 2 a 0 em Buenos Aires. Na última partida, o time colorado conseguiu a classificação fazendo 2 a 1 no Independiente, em Avellaneda. Foram oito pontos conquistados contra seis do rival.

A final foi contra o América de Cali, que começaria sua triste trilogia de vices após eliminar o Peñarol e o equatoriano El Nacional. O jogo de ida foi no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, e acabou com vitória por 1 a 0 dos Argentinos, gol de Emilio Commisso. A volta aconteceu em Cali, no Pascual Guerrero, e o América devolveu o 1 a 0, forçando a partida extra.

No Defensores del Chaco, em Assunção, Commisso voltou a marcar, mas os colombianos fizeram 1 a 1 e levaram o confronto aos pênaltis. Nas cobranças, Enrique Vidallé brilhou ao defender a última do América, e Mario Videla foi responsável por fazer 5 a 4 e dar o maior título da história do Argentinos Juniors.

A campanha do Argentinos Juniors:
13 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Juventus Campeã Mundial 1985

A Copa Intercontinental chega a 1985, revitalizada e tornada em um bom negócio. Mas um fato relevante chamava a atenção, desde antes da mudança para o Japão: já faziam nove anos que a Europa não levava o título. A última conquista para a UEFA foi a do Bayern de Munique, em 1976. A América do Sul aproveitou bem a crise do torneio e emendou sete vitórias seguidas.

Era a hora da Europa recuperar a hegemonia do Mundial, e o clube a tentar a façanha foi a Juventus. O time italiano conquistou sua primeira Copa dos Campeões depois de passar por Sparta Praga e Bordeaux, e derrubar na final o Liverpool, com vitória por 1 a 0. Primeiro título, mas o segundo Mundial: em 1973, La Vecchia Signora herdou o lugar do Ajax, mas perdeu a disputa para o Independiente.

A decisão de 12 anos antes poderia ter se repetido, mas a Libertadores ficou nas mãos de uma surpresa, para não dizer zebra. O Argentinos Juniors eliminou o então campeão da América na segunda fase, depois de vencer Vasco e Fluminense na primeira. Na final, El Bicho passou pelo América de Cali: vitória por 1 a 0 na ida, derrota por 1 a 0 na volta, empate por 1 a 1 na partida extra, e, finalmente, vitória por 5 a 4 nos pênaltis.

Juventus e Argentinos Juniors se encontraram no Nacional de Tóquio em 8 de dezembro. Pela primeira vez o Mundial no Japão aconteceu sob chuva, mas o péssimo estado do gramado não impediu os especialistas em considerar esta edição como a melhor já disputada. O time argentino surpreendeu positivamente com seu estilo de jogo arrojado e causou vários sustos aos italianos.

Aos dez minutos do segundo tempo, Mario Videla lançou para Carlos Ereros, que encobriu o goleiro Stefano Tacconi e abriu o placar. A Juventus empatou aos 18, com Michel Platini cobrando pênalti. Aos 30, Claudio Borghi tocou em profundidade para José Castro, que entrou pela ponta-direita e soltou a bomba para desempatar ao Argentinos. Finalmente, aos 38, Michael Laudrup tabelou com Platini, entrou na área, driblou Enrique Vidallé e marcou o 2 a 2 final.

Pela primeira vez o Mundial seria definido em disputa de pênaltis. Sergio Brio começou marcando aos italianos e Jorge Olguín empatou. Antonio Cabrini fez o segundo, enquanto Sergio Batista jogou nas mãos de Tacconi. Aldo Serena marcou o terceiro e Juan López descontou aos argentinos. Laudrup perdeu a quarta cobrança, mas José Pavoni também desperdiçou a sua. Na última cobrança, Platini fez 4 a 2 e colocou um ponto final no jejum europeu no Mundial, dando o primeiro título à Juventus.


Foto Masahide Tomikoshi

Tuna Luso Campeã do Brasileiro Série B 1985

O primeiro título a nível nacional conquistado pelo Pará ocorreu no ano de 1985, no Brasileiro da Série B, que naquele ano voltaria a ser chamada de Taça de Prata. A Tuna Luso estava embalada pelo pelo vice no estadual de 1984 e, crescendo jogo a jogo, venceu o maior título de sua história centenária e elevou a região Norte do Brasil a outro patamar futebolístico. O regulamento da competição foi super simples. Com 24 participantes, todas as fases foram feitas no formato mata-mata, com exceção da final, que foi disputada em um grupo triangular.

A Tuna começou a Série B contra o Moto Club. Empatou em 0 a 0 na ida em São Luís do Maranhão, e venceu por 3 a 0 na volta em Belém. Na segunda fase, o adversário foi o Rio Negro do Amazonas. O jogo de ida foi na capital paraense, e a Águia do Souza mandou a partida no Baenão, vencendo por 1 a 0. No Vivaldão, em Manaus, outra vitória por 2 a 1 e a classificação para a terceira fase.

O confronto agora era contra o Fortaleza, e a Tuna Luso segurou o empate sem gols no Presidente Vargas. Os gols ficaram guardados para a segunda partida em Belém, vencida pelo time cruz-maltino por sonoros 5 a 1. Dessa maneira, a Tuna Luso chegava na fase final. Outros dois time também sobreviveram. O Figueirense eliminou Novo Hamburgo, Marília e Operário-MS, enquanto o Goytacaz passou por América-SP, América-MG e Catuense.

O triangular começou de forma positiva para a Tuna, vencendo em casa o Figueirense por 1 a 0. Na segunda rodada, a equipes foi até Campos, e venceu o Goytacaz pelo mesmo placar. Na rodada de folga, o time fluminense fez 3 a 1 no catarinense. A situação estava tão favorável, que a derrota por 3 a 2 no Orlando Scarpelli apenas adiou em uma rodada a conquista do título.

Os paraenses estavam com quatro pontos, e os outros apenas dois. No penúltimo jogo (último dos paraenses), a vitória de 3 a 2 sobre o Goyatcaz deu à Tuna Luso o título de campeã da Taça de Prata, o acesso para a elite de 1986, e a festa total do torcedor tunante no Mangueirão. Houve ainda o empate de 1 a 1 entre Figueirense e o Goytacaz para cumprir tabela. No fim, a Tuna marcou seis pontos, contra três cada dos restantes.

A campanha da Tuna Luso:
10 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 18 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/O Liberal

Coritiba Campeão Brasileiro 1985

O Campeonato Brasileiro de 1985 teve um dos regulamentos mais confusos da época. Foram 44 participantes divididos em dois níveis, cada um com dois grupos. Nos grupos 1 e 2 ficaram as 20 melhores equipes, nos grupos 3 e 4 ficaram as outras 24 equipes. A primeira fase foi disputada em dois turnos com chave cruzada. O campeão de cada turno e as duas melhores campanhas de cada grupo se classificou, totalizando 16 classificados. Em meio a tanta confusão, o Coritiba de Índio, Lela e Rafael correu por fora, cresceu na competição e arrancou para o seu maior título na história.

O Coxa entrou no grupo 1, mas não começou bem a Taça de Ouro. No turno, ficou apenas na sétima posição, com três vitórias, um empate e seis derrotas, marcando sete pontos, oito a menos que o líder Atlético-MG. No returno, o Alviverde melhorou e conseguiu a classificação para a segunda fase na liderança, com cinco vitórias, dois empate e três derrotas. Foram 12 pontos. Na soma dos dois turnos, o time ficou em sétimo lugar no grupo, com 19 pontos. O Atlético-MG fez a melhor campanha (25 pontos), com Corinthians e Guarani (23 pontos cada) conseguindo as outras vagas pelo índice técnico. 

Na segunda fase, os 16 times sobreviventes foram divididos em quatro grupos. O Coritiba foi sorteado no grupo 3, ao lado de Corinthians, Sport e Joinville. Jogando em dois turnos, o Coxa conseguiu a liderança e a classificação com oito pontos, três vitórias, dois empate e uma derrota. De cada grupo, saiu um time para a formação da semifinal.

O Coritiba enfrentou o Atlético-MG, enquanto na outra chave Bangu e Brasil de Pelotas surpreenderam o país. O Coxa avançou para a final com um gol logo no jogo de ida, na vitória por 1 a 0 no Couto Pereira. Na volta, segurou o 0 a 0 no Mineirão.

A grande final foi em partida única. Coritiba e Bangu estavam nela pela primeira vez. No Maracanã lotado, o Alviverde saiu na frente com um gol de Índio, mas levou o empate do time carioca ainda no primeiro tempo. O 1 a 1 persistiu no segundo tempo e na prorrogação, sendo necessário a disputa por pênaltis para decidir o campeão. Todos os jogadores acertaram as dez primeiras cobranças. Nas alternadas, o Bangu cometeu seu único erro, enquanto Gomes converteu a cobrança do título brasileiro do Coritiba, o primeiro da história do Paraná.

A campanha do Coritiba:
29 jogos | 12 vitórias | 7 empates | 10 derrotas | 25 gols marcados | 27 gols sofridos


Foto Rodolpho Machado/Placar