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Valencia Campeão da Recopa Europeia 1980

A década de 1970 terminou com a Recopa Europeia morando na Espanha. E a década de 1980 começou da mesma forma, com o título permanecendo em território espanhol. Da Catalunha, a taça viajou até a Comunidade Valenciana, que celebrou a conquista inédita do Valencia em 1980, sob o comando de do técnico Alfredo Di Stéfano.

Vencedores da Copa do Rei de 1979, os murciélagos entraram na competição europeia que contou com 34 participantes e a volta da fase preliminar. Já na primeira fase, o Valencia começou a campanha rumo ao título contra o Boldklubben, da Dinamarca. Na ida, empate por 2 a 2 fora de casa. Na volta, goleada por 4 a 0 no Mestalla.

O Valencia seguiu para as oitavas de final e enfrentou o Rangers. O primeiro jogo aconteceu em casa, no Mestalla, mas os valencianos não passaram do empate por 1 a 1 com os escoceses. A segunda partida foi em Glasgow, e os murciélagos tiveram uma bela atuação em pleno Estádio Ibrox, vencendo por 3 a 1 e se classificando às quartas.

Nas quartas de final, foi a vez de encarar o Barcelona.  A ida foi no Camp Nou, e o Valencia fez a festa na casa do rival ao vencer por 1 a 0. A volta foi no Mestalla, cheia de emoção. Enrique Saura abriu o placar, os catalães viraram e Rainer Bonhof empatou, tudo isso em meia hora. No segundo tempo, Saura fez mais um Mario Kempes anotou o quarto gol que classificou o time valenciano. Deu tempo para o Barcelona descontar para 4 a 3, que não serviu para nada.

Na semifinal, o adversário foi o Nantes. A primeira partida foi na França, e o Valencia voltou derrotado por 2 a 1. O segundo jogo foi no Mestalla, e com o apoio da torcida os murciélagos reverteram a desvantagem e golearam por 4 a 0, obtendo a vaga na decisão.

O oponente na final foi o Arsenal, que eliminou Fenerbahçe, Magdeburg, IFK Gotemburgo e Juventus. A partida foi realizada em Bruxelas, no Estádio de Heysel. A disputa foi forte, porém os gols não saíram e tudo ficou no 0 a 0. Nos pênaltis, o Valencia se deu melhor e venceu por 5 a 4, garantindo o título.

A campanha do Valencia:
9 jogos | 5 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Diario AS

Eintracht Frankfurt Campeão da Liga Europa 1980

A Copa da UEFA de 1980 viu uma situação inédita em sua história (e também da entidade): todos os quatro semifinalistas pertenciam ao mesmo país. No caso, a Alemanha, que reafirmou sua hegemonia sobre a competição na primeira década de existência. O título ficou nas mãos do Eintracht Frankfurt, que chegou ao maior título de sua história.

A história começou na primeira fase, contra o Aberdeen. A equipe alemã empatou a ida por 1 a 1 na Escócia, e venceu a volta por 1 a 0 em Frankfurt, no antigo Waldstadion. Na segunda fase, as águias (ou "die adler") eliminaram o Dínamo Bucareste de maneira épica. Depois de levar 2 a 0 na Romênia, o time devolveu o resultado em casa ao anotar o segundo gol aos 46 minutos do segundo tempo, com Bernd Hölzenbein. Na prorrogação, Bernd Nickel fez 3 a 0 e garantiu a vaga nas oitavas de final.

Nas oitavas, o Eintracht foi até a Holanda para encarar o Feyenoord. Antes, disputou a ida no Waldstadion e goleou por 4 a 1. E em Roterdã, a derrota por 1 a 0 foi suficiente para mais uma classificação. Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Zbrojovka Brno, da Tchecoslováquia. A vaga na semifinal veio após a goleada por 4 a 1 em Frankfurt, e derrota por 3 a 2 fora de casa.

Nas semifinais, o Eintracht enfrentou o poderoso Bayern de Munique, um dos melhores times da época. O primeiro jogo foi disputado em Munique e terminou derrota por 2 a 0, deixando tudo mais complicado para a partida de volta. Em Frankfurt, o Eintracht mostrou sua garra. No tempo normal, devolveu os dois gols, marcados por Bruno Pezzey. Na prorrogação, fez mais três com Harald Karger (dois) e Werner Lorant. O Bayern chegou a descontar, e o épico 5 a 1 colocou as águias na decisão.

A final da Copa da UEFA foi contra o Borussia Mönchengladbach, que eliminou Viking (Noruega), Internazionale, Universitatea Craiova, Saint-Étienne e Stuttgart. Os dois times proporcionaram dois jogos emocionantes, cheio de reviravoltas. O primeiro jogo aconteceu no Bökelbergstadion, e o Borussia conseguiu superar o Eintracht por 3 a 2, de virada. Os gols da esperança rubro-negra para a volta foram anotados por Karger e Hölzenbein.

A volta foi realizada no Waldstadion. O Eintracht insistiu no gol do título desde os primeiros instantes, mas o Borussia conseguia se segurar. Até que, aos 36 minutos do segundo tempo, Fred Schaub marcou o tento mais importante da história do clube. A vitória por 1 a 0 garantiu o título pela regra do gol fora da casa.

A campanha do Eintracht Frankfurt:
12 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 5 derrotas | 23 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Arquivo/Eintracht Frankfurt

Nottingham Forest Campeão da Liga dos Campeões 1980

Mais uma década ficou para trás, e a Copa dos Campeões da Europa seguiu forte. Os anos 80 ficaram marcados pela alternância de forças no domínio da competição, mas não sem antes ver a consolidação inglesa com mais três taças em sequência às que vieram no fim dos anos 70. Quem emendou o quarto título consecutivo para a terra da rainha em 1980 foi, de novo, o assombroso Nottingham Forest.

A campanha do bicampeonato vermelho teve início contra o Östers, da Suécia. No primeiro jogo, vitória por 2 a 0 dentro do City Ground. Na segunda partida, empate por 1 a 1 no interior sueco. Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar outra equipe pouco conhecida, o Arges Pitesti, da Romênia. E mais uma vez o Nottingham passou de maneira tranquila, vencendo a ida em casa por 2 a 0, e a volta fora por 2 a 1.

Nas quartas, quase que a história foi para o buraco. Contra o Dínamo Berlim, da Alemanha Oriental, o Nottingham perdeu a primeira desde o início da edição anterior, por 1 a 0 no City Ground. A equipe precisou se recuperar fora de casa, e os britânicos conseguiram a classificação no outro lado do muro, no triunfo por 3 a 1.

O oponente da semifinal foi o Ajax. Novamente abrindo a série na Inglaterra, o time todo vermelho venceu por 2 a 0. No Olímpico de Amsterdã, o time holandês até largou na frente, mas a derrota por 1 a 0 classificou o Nottingham Forest.

Mais uma final para os ingleses. O último adversário rubro foi o Hamburgo, clube alemão que eliminou Valur (Islândia), Dínamo Tbilisi (União Soviética), Hajduk Split (Iugoslávia) e Real Madrid. A partida aconteceu no já figurinha carimbada Santiago Bernabéu, em Madrid, palco da decisão pela terceira vez na história.

E tal qual ocorreu em 1979, poucas chances de gol surgiram. A única fatal veio aos 20 minutos do primeiro tempo pelo escocês John Robertson, que fez 1 a 0 e confirmou mais uma conquista para a soberana e - até ali - inquestionável Inglaterra.

A campanha do Nottingham Forest:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 13 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Peter Robinson/Empics/Getty Images

Uruguai Campeão do Mundialito 1980

Para comemorar os 50 anos da Copa do Mundo, em 1980, a FIFA resolveu criar um torneio especial. Sua premissa era simples: reunir todos os ganhadores mundiais e definir o "campeão de ouro". Logo ficou decidido que a competição seria disputada no primeiro país sede da histórias das Copas, o Uruguai. E que Itália, Alemanha, Brasil, Inglaterra e Argentina seriam os demais participantes. Nasceu então a "Copa de Oro de Campeones Mundiales", no idioma anfitrião. Para os brasileiros, ela ficou apelidada de Mundialito.
Mas nem tudo foram flores de início. Primeiro, a desistência dos ingleses. Eles acabaram substituídos pela Holanda, vice dos últimos dois Mundiais. Depois, o calendário. A FIFA não conseguiu achar brecha para introduzir o Mundialito durante 1980. Somente no penúltimo dia, 30 de dezembro, que a bola rolou. As seis seleções ficaram em dois grupos. No A, Uruguai, Holanda e Itália. No B, Brasil, Argentina e Alemanha. Todos os jogos aconteceram no Estádio Centenario, em Montevidéu. Só o líder de cada chave avançava de fase.
Na abertura, os uruguaios bateram os holandeses por 2 a 0. Em 1º de janeiro de 1981, os argentinos estrearam com vitória por 2 a 1 - de virada - sobre os alemães. No dia 3, os Charrúas fizeram outro 2 a 0, agora nos italianos, e confirmaram a classificação antecipada à decisão. No dia 4, ocorreu a estreia brasileira, no empate por 1 a 1 com os Albicelestes. No dia 6, a Azzurra e a Laranja cumpriram tabela no empate por 1 a 1. E no dia 7, a Canarinho também garantiu seu lugar na final ao golear a Nationalelf por 4 a 1.
A classificação dos grupos ficou assim: no A, Uruguai líder com quatro pontos, Itália e Holanda fora com um cada. No B, Brasil e Argentina somaram três - com saldo de três gols para os brasileiros e um para os argentinos - e a Alemanha não marcou nada.
A decisão, em 10 de janeiro, reuniu Uruguai e Brasil no Centenario. De um lado, a chance de recuperar parte do tempo perdido desde a última boa incursão em Copas, na edição de 1970. Do outro, mais uma oportunidade de vingar o Marcanazzo de 30 anos antes. Em campo, os uruguaios compensaram a baixa na experiência internacional (o último Mundial jogado era o de 1974) com a força do torcedor na arquibancada. Já os brasileiros apresentavam o embrião do time de 1982 já sob o comando de Telê Santana.
A pressão deu certo. Jorge Barrios abriu o placar aos cinco minutos do segundo tempo. Sócrates empatou, de pênalti, aos 17 e Waldemar Victorino fechou em 2 a 1 aos 35. O Uruguai era o campeão de ouro.

A campanha do Uruguai:
3 jogos | 3 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 6 gols marcados | 1 gols sofrido


Foto Bob Thomas/Getty Images

Nacional Campeão da Libertadores 1980

A Libertadores entra nos anos 80 sem mudança em relação à década anterior. O regulamento do momento ainda duraria mais alguns anos. Outro fato sem alteração foi o interesse das equipes no título, sobretudo as da Argentina e as do Uruguai. Longe do topo desde 1971, os uruguaios voltariam a vencer em 1980 com o Nacional, justamente o último vencedor do país.

Vice da Liguilla Pré-Libertadores uruguaia, o Decano estreou na competição no grupo 2, ao lado do campeão Defensor e dos bolivianos The Strongest e Oriente Petrolero. Franco favorito à classificação, o clube fez uma primeira fase tranquila, de cinco vitórias em seis jogos. A única derrota foi na altitude da La Paz, por 3 a 0 para o Strongest.

Esse resultado adverso foi compensado com 3 a 0 a favor sobre o Defensor fora de casa, e com os 5 a 0 sobre o Petrolero em Montevidéu. Ainda assim, a vaga na semifinal só foi garantida na última rodada, ao fazer 2 a 0 no confronto direto com o carrasco boliviano do primeiro turno e somar dez pontos na tabela.

Na segunda fase, o Nacional ficou na chave junto do então campeão Olimpia e do chileno O'Higgins. E o time encaminhou bem sua situação ao vencer as duas primeiras partidas por 1 a 0, em Assunção e em Santiago. Na terceira, 1 a 1 com os paraguaios em casa adiou a vaga na final. Ela foi confirmada no último jogo, com 2 a 0 sobre os chilenos no Centenário.

Em sua quarta final de Libertadores na história, foi a primeira vez que o Nacional enfrentou um clube brasileiro: o Internacional, que na sua tentativa de trazer o título de volta ao Brasil bateru na semi o América de Cali e o Vélez Sarsfield. A primeira partida aconteceu no Beira-Rio, em Porto Alegre, e El Bolso voltou das terras gaúchas com um bom, porém perigoso, empate sem gols.

Estava proibido perder em Montevidéu na volta. E a tradição fez a diferença no Estádio Centenario. Aos 34 minutos do primeiro tempo, o ídolo Waldemar Victorino fez 1 a 0 e decretou a segunda conquista sul-americana do Nacional.

A campanha do Nacional:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Nacional

Tchecoslováquia Campeã Olímpica 1980

Os Jogos Olímpicos entram nos anos 80, e a era dos boicotes seguiu intensa na edição de 1980 em Moscou, a capital da União Soviética. Desta vez não foi só um grupo de países que disseram não às Olimpíadas, mas praticamente meio mundo. Liderados pelos Estados Unidos, 63 nações protestaram contra a invasão soviética no Afeganistão ocorrida um ano antes. A lista aumentou para 65 quando China e Taiwan recusaram-se a participar, mas estes saíram devido a divergências mútuas quanto ao nome utilizado por ambos. O torneio de futebol acabou afetado. Das 16 seleções classificadas, sete foram substituídas: pela África, Gana e Egito deram lugar para Nigéria e Zâmbia; na Ásia, Malásia e Irã foram trocadas por Iraque e Síria; pelas Américas, Estados Unidos e Argentina deixaram as vagas para Cuba e Venezuela; e na Europa, a Noruega deixou espaço livre à Finlândia. Dessa forma, o domínio do amadorismo socialista ficou ainda maior.
Com uma prata e uma final abandonada na história, a Tchecoslováquia caminhou para o que seria o último ouro do Leste Europeu antes da reformulação na maneira de se convocar dos atletas. No grupo B da competição, estreou fazendo 3 a 0 na Colômbia. Depois, cedeu empate por 1 a 1 à Nigéria. Por fim, o time tcheco empatou perigosamente sem gols com o Kuwait. Isso porque, se sofresse um gol, a equipe estaria eliminada. Com quatro pontos, a seleção ficou na liderança, superando os kuwaitianos no saldo de gols (3 a 2). Nas quartas, a Tchecoslováquia derrotou a Argélia por 3 a 0. Na semifinal, foi a vez de passar ganhando por 2 a 0 da Iugoslávia.
A disputa pela medalha de ouro foi entre Tchecoslováquia e Alemanha Oriental, que passou por Espanha, Síria, Iraque e União Soviética. Valendo o bronze, os soviéticos venceram os iugoslavos por 2 a 0. Enfim, a decisão aconteceu no Luzhniki, à época conhecido como Central Lenin. Em partida dura, os tchecos levaram o título ao vencer por 1 a 0, gol marcado pelo reserva Jindřich Svoboda, aos 32 minutos do segundo tempo.

A campanha da Tchecoslováquia:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 10 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto CTKxPhoto/JirixKrulis/Imago Images

Alemanha Campeã da Eurocopa 1980

Chegam os anos 80, e a Eurocopa deu mais um grande passo para o seu crescimento. Ninguém queria ficar de fora da competição, e a UEFA resolveu expandir a fase final para oito seleções, introduzindo nela uma fase de dois grupos. A semifinal foi abolida: o líder de cada chave se classificava para a final e seus vices jogavam a disputa do terceiro lugar. As eliminatórias também foram modificadas, pois elas passariam a dar sete vagas (para os vencedores dos sete grupos). Mas a mudança mais significativa foi a escolha prévia do país-sede, que não precisaria mais passar pelas prévias. A primeira honra coube à Itália, que já havia abrigado a fase final em 1968.
Mas diferentemente de 12 anos antes, a anfitriã não conseguiu o bicampeonato. O título ficou com outra força, cada vez mais acostumada ao torneio continental e que via em campo uma nova geração de craques aparecer: a Alemanha Ocidental, sob a batuta de Karl-Heinz Rummenigge, Horst Hrubesch e Klaus Allofs. No banco de reservas, entrando apenas uma vez em jogos, um jovem Lothar Matthäus já marcava presença. Nas eliminatórias, o time alemão conseguiu a vaga ao bater Turquia, País de Gales e Malta. Dentro da Eurocopa, no grupo A, a Alemanha teve a chance de estrear contra sua carrasca de quatro anos antes: a Tchecoslováquia. E a história foi bem diferente, com vitória por 1 a 0 para iniciar a campanha. Na segunda rodada, foi a vez da bater a Holanda por 3 a 2. Com 100%, bastou empatar sem gols com a Grécia na terceira partida para a Nationalelf conseguir a liderança e o lugar na final, com cinco pontos.
A adversária da Alemanha foi a Bélgica, que na outra chave superou Itália, Inglaterra e Espanha. O favoritismo era alemão, mas a experiência ruim de 1976 fazia com que os jogadores pregassem cautela. Jogando no Olímpico de Roma, os alemães saírem na frente aos dez minutos do primeiro tempo, com Hrubesch. A partida ficou controlada até os 30 do segundo tempo, quando a pressão belga deu resultado e, de pênalti, empatou a parada. A indefinição ficou no placar até aos 43 minutos, quando Hrubesch fez 2 a 1 e colocou as coisas nos seus devidos lugares: Alemanha bicampeã da Europa.

A campanha da Alemanha:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 6 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Liedel Eissner/Kicker

Nacional Campeão Mundial 1980

A década de 80 foi marcada por muitas transformações no mundo. No futebol não foi diferente, visto que as fronteiras esportivas entre os países foi diminuindo ano após ano. A Copa Intercontinental também passou por uma profunda reformulação, em 1980.

Depois das disputas capengas dos anos 70, UEFA e Conmebol precisavam chegar em um consenso para que o Mundial não morresse. A ideia escolhida foi a de realizar o torneio em partida única em campo neutro. Em um primeiro momento, Nova York foi o local escolhido. Mas era preciso que houvesse apoio financeiro, e nenhuma empresa dos Estados Unidos embarcou no projeto.

Até que entrou na história a Toyota, montadora de carros do Japão. Ela propôs que o Mundial fosse levado à Tóquio, e a organização seria feita a seis mãos. Em troca, a empresa bancaria todas as despesas dos clubes, além das premiações e a entrega de um carro para o craque da partida. O nome oficial da competição também seria alterado, para Copa Toyota (ou Copa Europeia/Sul-Americana). Os únicos trabalhos dos clubes seriam o de viajar e o de jogar.

Mas o principal inconveniente não estava resolvido. Como obrigar o campeão europeu a jogar sempre? A UEFA chegou a uma conclusão radical: passou a obrigar os clubes a assinarem um contrato, antes de entrarem na Copa dos Campeões, obrigando-os a disputar a competição se chegassem ao título. Caso não disputassem o Mundial, a quebra de contrato levaria à suspensão de competições europeias.

A mudança não foi bem digerida no Velho Continente. O Nottingham Forest conquistou o bicampeonato europeu, ao fazer 1 a 0 no Hamburgo, e foi ao Japão sob protesto: o técnico Brian Clough levou só 14 atletas para o torneio, alegando que o clube só faria aquele "amistoso" para cumprir o contrato. Na Libertadores, o Nacional do Uruguai também foi bi, depois de derrotar o Internacional na decisão, com 0 a 0 na ida e 1 a 0 na volta. Os uruguaios, ao contrário dos ingleses, foram empolgados para a Terra do Sol Nascente.

As negociações entre Conmebol, UEFA e Toyota foram longas, e o Mundial de 1980 foi jogado apenas no dia 11 de fevereiro de 1981. Foi a primeira de 22 finais no Estádio Nacional de Tóquio, que nesta primeira vez recebeu 62 mil torcedores. Ao meio-dia, a bola rolou no gramado queimado pelo frio. Como era de se esperar, o Nottingham se esforçou pouco, enquanto o Nacional deu o seu máximo. Logo aos dez minutos de jogo, Victorino recebeu cruzamento de Moreira e tocou rasteiro entre a zaga: 1 a 0 Bolso. O resultado persistiu até o fim, e a comemoração pelo segundo título varou a madrugada no Uruguai.


Foto Arquivo/Nacional

Londrina Campeão Brasileiro Série B 1980

Depois de oito anos sem ser disputada, o Brasileiro da Série B voltou à ativa em 1980, chamando-se "Taça de Prata". A recém criada CBF diminuiu o Brasileirão, e reformou a segunda divisão como uma maneira de acomodar os clubes que ficaram fora da elite. Esta competição teria os participantes qualificados pelo desempenho nos estaduais, e usaria metade do sistema de acesso e descenso. Quatro equipes subiriam para a primeira divisão ainda na mesma temporada, enquanto o campeão e o vice garantiriam o acesso para o ano seguinte.

Mas nenhum time seria rebaixado da Taça de Ouro, como era chamada a primeira divisão. A primeira Taça de Prata contou com a participação de 64 clubes, divididos em oito grupos, e se enfrentando em turno único dentro do próprio grupo. O Londrina vinha de um sexto lugar no Paranaense do ano anterior, e foi indicado para integrar o grupo 8.

Após as sete rodadas da primeira fase, o Tubarão ficou na terceira posição do grupo, com nove pontos, quatro vitórias, um empate e duas derrotas. Deixou para trás o rival da capital, o Athletico-PR, e ficou dois pontos atrás da Juventus-SP, que foi líder do grupo mas perdeu no play-off a vaga para a primeira divisão. O Londrina avançou para a segunda fase ao lado dela e do Comercial de Ribeirão Preto. Os 20 classificados foram distribuídos em quatro grupos de turno único, com vaga apenas para o líder de cada. 

O LEC caiu no grupo 3, contra Grêmio Maringá, Sampaio Corrêa, Anapolina e Bonsucesso, e passou por cima de todos eles, vencendo os quatro jogos e marcando oito pontos. A liderança invicta deu ao Tuba uma passagem para a semifinal. Jogando contra o Botafogo-SP, venceu as duas partidas, 2 a 1 em Ribeirão Preto e 1 a 0 no Estádio do Café, e conquistou o acesso para a Taça de Ouro de 1981.

A final foi contra o time do CSA de Alagoas. O primeiro jogo foi no Rei Pelé, em Maceió, e quase que terminou com vitória do Londrina. Com um jogador a menos, abriu o placar no segundo tempo, mas sofreu o empate de 1 a 1 a cinco minutos do fim. A decisão ficou para o Café, e o Tubarão não tomou conhecimento do adversário, goleando ao natural por 4 a 0. Sob o olhar de 36 mil torcedores, o Londrina se tornou campeão brasileiro da Série B, a única conquista nacional que o clube possui.

A campanha do Londrina:
15 jogos | 11 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 26 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Silas Monteiro/Placar

Flamengo Campeão Brasileiro 1980

O ano de 1980 foi de muitas mudanças no futebol brasileiro. A CBD foi desmembrada em várias entidades, uma para cada modalidade. Nasceu a CBF, que passou a organizar o futebol. Depois, os times tradicionais pressionaram a confederação a reformar o Campeonato Brasileiro, que crescia ano a ano em participantes. Dos 94 times em 1979, ficaram 40 para a nova Taça de Ouro de 1980.

Por outro lado, foi ressuscitada a segunda divisão, com sistema misto de acesso. Alguns times subiam no mesmo ano, outros para o ano seguinte, e não havia rebaixamento. Também foi criada a terceira divisão. Os campeonatos estaduais começaram a servir como critério técnico para o preenchimento das vagas nas três divisões. E em meio a isso, surgiu mais uma força que dominou o futebol na década de 80: o Flamengo de Zico, Júnior, Nunes, Leandro e Adílio.

Na primeira fase da Taça de Ouro, os times foram divididos em quatro grupos. O Rubro-negro ficou no grupo 3, e começou bem o campeonato, ficando na segunda posição, com cinco vitórias, três empate e uma derrota. Com 13 pontos, fez dois a menos que o líder Santos. Sete times por grupo se classificaram.

Na segunda fase, essas 28 equipes se juntaram a outras quatro oriundas da Taça de Prata, se dividindo em oito grupos. O Flamengo ficou no grupo 6, com Palmeiras, Santa Cruz e Bangu, e não perdeu nenhum dos seis jogos. Liderou com quatro vitórias, dois empates e 10 pontos, e passou de fase ao lado do Palmeiras.

Na terceira fase, 16 classificados formaram mais quatro grupos, agora com jogos em turno único. O Fla ficou no grupo 3, com Santos, Desportiva do Espírito Santo e Ponte Preta. Vencendo dois jogos e empatando um, o Rubro-negro se classificou para a semifinal com cinco pontos.

Na semifinal, o Flamengo enfrentou o Coritiba. No primeiro jogo, no Couto Pereira, vitória do Mengão por 2 a 0. Mesmo com a classificação encaminhada, levou sustos no jogo da volta no Maracanã, mas venceu por 4 a 3 e foi à final contra o Atlético-MG, que se vingou de 1976 e eliminou o Internacional.

Tida como a maior final de Brasileirão da história, Flamengo e Atlético-MG colocaram frente a frente times históricos. No primeiro jogo, o Flamengo segurou quase tudo, mas sofreu uma derrota apertada por 1 a 0 no Mineirão. Com a melhor campanha e a vantagem de jogar por um saldo de gols zerado, bastava ao Flamengo vencer no Maracanã. Tão apertando quanto a ida, o Flamengo ficava na frente do placar, e o Atlético-MG empatava. Isso aconteceu duas vezes, até que na terceira Nunes fez o gol da vitória por 3 a 2 e do primeiro título brasileiro do Flamengo.

A campanha do Flamengo:
22 jogos | 14 vitórias | 6 empates | 2 derrotas | 46 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Arquivo/Flamengo