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Manchester City Campeão Mundial 2023

Se faltou pouco para que o Mundial de 2022 fosse o último de uma era, de 2023 não passou. O fim do formato criado em 2005 foi confirmado pela FIFA em meio a construção da nova competição, a partir de 2025, com 32 times e quadrienal. Mas não foi apenas isso. Paralelamente ao novo Mundial, a entidade máxima do futebol anunciou, já a partir de 2024 e em modo anual, a Copa Intercontinental.

Não, você não leu errado. A FIFA criou um segundo campeonato de clubes com o mesmo nome da histórica competição que deu origem à tudo que veio depois de 1960. O regulamento é simples, embora com diferenças ao que se viu desde 2005: aqui o campeão europeu entra já na decisão, contra o vencedor de um mata-mata entre Oceania, Ásia e Africa de um lado e as Américas do outro. Outra diferença é a ausência do país-sede. Só as finais (mata-mata e geral) têm campo neutro.

Mas antes, o último Mundial de Clubes clássico. Para 2023, a FIFA escolheu a Arábia Saudita como anfitriã. E foi nas terras (ou seriam areias?) do Oriente Médio que o Manchester City escreveu a história pela primeira vez na competição e levou o título. Sob o comando de Pep Guardiola - vencedor outrora por Barcelona e Bayern de Munique -, o time inglês chegou lá pelo título da Liga dos Campeões, obtido em cima da Internazionale.

O principal oponente do clube europeu também estreou no Mundial. Do Brasil, o Fluminense venceu a Libertadores após bater o Boca Juniors na decisão.. Os outros participantes foram: Al-Ahly, outra vez campeão africano; Urawa Red Diamonds, vencedor asiático; León, o mexicano que recuorpou o posto do país na Concacaf; Auckland City, quase sempre campeão na Oceania; e Al-Ittihad, sendo o anfitrião vencedor da liga saudita.

Na primeira rodada, o Al-Ittihad bateu o Auckland por 3 a 0. Nas quartas, o Urawa aplicou 1 a 0 no Leon, e o Al-Ahly eliminou o dono da casa ao vencer por 3 a 1. Na primeira semifinal, o Fluminense derrotou o adversário egípcio por 2 a 0. Na segunda semi, o Manchester City fez 3 a 0 no oponente japonês. Na disputa do terceiro lugar, o Al-Ahly derrotou o Urawa por 4 a 2.

A decisão aconteceu em 22 de dezembro, depois de três edições seguidas em fevereiro do ano seguinte. O palco foi o Estádio King Abdullah, em Jeddah. Não demorou mais do que 40 segundos para os citizens abrirem vantagem sobre o Fluminense, com o gol de Julian Álvarez. Os outros tentos saíram aos poucos, com o brasileiro Nino anotando contra aos 27 minutos do primeiro tempo, Phil Foden aos 27 da segunda etapa e outro de Álvarez aos 43.

A goleada por 4 a 0 e o título para o City escancarou ainda mais o abismo que se abriu entre o futebol praticado na Europa e na América do Sul. São 11 conquistas consecutivas para o Velho Continente.


Foto Robbie Jay Barratt/AMA/Getty Images

Real Madrid Campeão Mundial 2022

Por muito pouco, o Mundial de Clubes de 2022 não foi o último de uma era. Dois anos após a pandemia de covid-19 suspender a ideia da competição quadrienal com 24 times, a FIFA voltou com o projeto reformulado, com início para 2025 e com 32 equipes. Desta forma, o torneio da atualidade ficou com os dias contados.

As incógnitas eram tão grandes que nem mesmo a FIFA pareceu saber do futuro do Mundial. Prova maior disso é que a edição de 2022 foi realizada a toque de caixa. A sede foi escolhida somente dois meses antes do início, o Marrocos, que voltou a sediar o torneio depois de oito anos. Os desacordos ainda ficaram evidentes ainda no sumiço de alguns de seus patrocinadores clássicos, como a Coca-Cola, que nem mesmo colocaram suas marcas na publicidade da competição. Nem mesmo foi desenhado um logotipo personalizado. E a disputa do quinto lugar também não foi jogada.

Mas estes detalhes não diminuíram em nada a grandeza do oitavo título do Real Madrid, que voltou ao Mundial depois de quatro anos ao derrotar o Liverpool na final da Liga dos Campeões da Europa. Quase todo mundo esperou por uma decisão dos espanhóis contra o Flamengo, vencedor da Libertadores em cima do Athletico Paranaense. Porém, o que vimos foi outra vez o sul-americano pagando os pecados na semifinal.

O grande adversário merengue foi o Al-Hilal, clube saudita indicado pela confederação asiática, visto que a liga do continente ainda não havia encerrado. Os demais adversários: Seattle Sounders, o primeiro time dos Estados Unidos a representar a Concacaf; Al-Ahly, velho conhecido egípcio e vice-campeão africano; Auckland City, o vencedor da quase sempre na Oceania; e Wydad Casablanca, ganhador da África que unificou o título à condição de anfitrião.

O Mundial começou com a vitória do Al-Ahly sobre o Auckland por 3 a 0. Nas quartas de final, o dono da casa estreou, mas o Wydad perdeu nos pênaltis para o Al-Hilal por 5 a 3 depois de empate por 1 a 1 no tempo normal. Na outra partida, os egípcios voltaram a vencer, desta vez o Sounders por 1 a 0. Na semifinal, o Flamengo sucumbiu para os sauditas. Pedro fez dois gols, porém o Al-Hilal anotou três e tudo ficou nesse 3 a 2. E o Real Madrid fez o dever contra o Al-Ahly, goleando por 4 a 1. Na disputa do terceiro lugar, o Flamengo conseguiu a vitória por 4 a 2 sobre o clube do Egito. 

A final entre Real Madrid e Al-Hilal foi jogada no dia 11 de fevereiro de 2023, no Estádio Prince Moulay Abdellah, na cidade de Rabat. E a lógica prevaleceu. Vinícius Júnior anotou dois gols, Federico Valverde marcou outros dois e Karim Benzema fez um. Os sauditas também guardaram seus golzinhos, e o placar de 5 a 3 foi um dos maiores e mais divertidos de se assistir na história das decisões de Mundial.


Foto Chema Rey/Marca

Chelsea Campeão Mundial 2021

O mundo começou a retomada em 2021. A pandemia de covid-19 persistiu, mas a vacinação em escala global permitiu que muitos países pudessem reabrir, aos poucos, suas atividades. Com o futebol não foi diferente. Se em 2020 quase todos os campeonatos foram disputados ou sem público ou com grandes limitações, na temporada seguinte o que se viu foi um afrouxamento das regras.

O Mundial de Clubes também passou por essas privações. A disputa anterior, realizada no Catar, contou com somente 30% da ocupação dos estádios. E a competição de 2021 foi marcada para acontecer no Japão. Mas o país oriental desistiu de ser sede após não dar as garantias sanitárias necessárias (lembrando que a Olímpiada de Tóquio foi quase toda sem público). Com isso, a FIFA precisou abrir um novo processo eletivo, e os Emirados Árabes foram a casa mundialista pela quinta vez. Devido ao tempo curto até dezembro para organizar tudo, o torneio foi novamente postergado para fevereiro de 2022.

Impulsionado pelo dinheiro do milionário russo Roman Abramovich, o Chelsea subiu de patamar no futebol europeu e conquistou o bicampeonato da Liga dos Campeões ao vencer o Manchester City. Só faltava o Mundial de Clubes para completar a galeria de taças. Seu principal oponente foi o Palmeiras. O clube brasileiro venceu a Libertadores pela segunda vez seguida ao derrotar o Flamengo. Os demais times foram: Al-Ahly, campeão africano; Al-Hilal, vencedor asiático; Monterrey, ganhador pela Concacaf; Pirae, indicado da Oceania; e Al-Jazira, representante do anfitrião.

A disputa teve início na goleada por 4 a 1 dos donos da casa sobre o Pirae, clube amador do Taiti. Nas quartas de final, o Al-Hilal fez 1 a 0 no Monterrey e o Al-Jazira levou 6 a 1 do Al-Ahly. Na primeira semifinal, o Palmeiras vingou-se da derrota nos pênaltis para os egípcios no ano anterior e venceu por 2 a 0. E no dia seguinte, o Chelsea fez 1 a 0 no adversário saudita. Nas disputas de posição, os mexicanos foram quinto ao derrotarem por 3 a 1 o Al-Jazira, e o Al-Ahly foi terceiro ao golear por 4 a 0 Al-Hilal.

No dia 12 de fevereiro de 2022, Chelsea e Palmeiras se enfrentaram no Mohamed Bin Zayed, em Abu Dhabi. Mais de 32 mil torcedores compareceram ao estádio. A partida foi equilibrada na maior parte do tempo. Mas os ingleses aproveitaram melhor suas qualidades e saíram na frente aos aos nove minutos do segundo com o belga Romelu Lukaku. Aos 19, o VAR detectou um toque de mão do zagueiro Thiago Silva, e Raphael Veiga empatou de pênalti para os brasileiros.

O jogo foi à prorrogação, e a preparação física do Chelsea então se sobressaiu. Aos 12 minutos do segundo tempo, o árbitro de vídeo viu outro toque de mão, agora na área palmeirense, e o alemão Kai Havertz fez 2 a 1 cobrando outro pênalti. Comandados pelo técnico - também alemão - Thomas Tuchel, o Chelsea chegou ao título que faltava e ampliou mais ainda o domínio da Europa sobre o restante do planeta.


Foto Darren Walsh/Chelsea/Getty Images

Bayern de Munique Campeão Mundial 2020

O ano de 2020 foi maluco para todas as pessoas, em todos os setores. Para o futebol não foi diferente. Entre março e junho, tudo parou devido à pandemia de Covid-19. O calendário futebolístico ficou apertado, e a solução vista foi estender a final de competições: as do meio do ano para o fim, e as do fim para o começo de 2021. Foi o que aconteceu com o Mundial de Clubes.

Era preciso cumprir o contrato de duas edições mundialistas no Catar. Realizado inteiramente em fevereiro, o torneio reviveu uma situação que havia ocorrido pela última vez em 1980 e 1981. Esta não foi a única implicação que o atraso causou: o novo Mundial planejado pela FIFA, quadrienal e com 24 clubes, foi adiado por tempo indeterminado.

Longe do Mundial há sete anos, o Bayern de Munique voltou a ter sucesso fora da Alemanha, vencendo a  Liga dos Campeões da Europa em cima do PSG. Com seu atacante Robert Lewandowski tornando-se o melhor jogador do planeta, o clube bávaro encontrou um oponente que veio do país mais comum desde o novo formato da competição, mas que jamais havia chegado em decisões: o Tigres UANL, vencedor da Liga dos Campeões da Concacaf sobre os estadunidenses do Los Angeles. Os demais times foram: Palmeiras, campeão da Libertadores; Al-Ahly, vencedor africano; Ulsan Hyundai, ganhador pela Ásia; e Al-Duhail, campeão do Catar.

O único participante definido sem título foi o Auckland City, que era o time de melhor campanha no momento em que a Liga dos Campeões da Oceania foi encerrada. Mas o clube abriu mão da vaga para não correr o risco de trazer a Covid-19 de volta à Nova Zelândia, que praticamente erradicou a doença. Sua partida contra o Al-Duhail foi considerada W.O., ou seja, 3 a 0 para os donos da casa.

As quartas de final seguiram com o Tigres derrotando o Ulsan por 2 a 1. E o anfitrião levou 1 a 0 do Al-Ahly. Na semifinal, a expectativa do Palmeiras foi por água abaixo ao perder por 1 a 0 para os mexicanos. Do outro lado, o Bayern derrotou a equipe do Egito por 2 a 0. Valendo o quinto lugar, o Al-Duahil bateu o Ulsan por 3 a 1. E na disputa pela terceira posição, a equipe palmeirense decepcionou novamente, empatando sem gols com os egípcios e perdendo por 3 a 2 nos pênaltis.

Bayern e Tigres se enfrentaram no dia 11 de fevereiro de 2021, no Education City, em Doha. O público foi reduzido, respeitando o distanciamento social imposto pela pandemia. O time alemão foi superior na maior parte do tempo em campo. O gol do título saiu aos 14 minutos do segundo tempo, quando Benjamin Pavard aproveitou sobra de bola deixada em dividida de Lewandowski com o goleiro Nahuel Guzmán pelo alto. Ainda foi preciso a confirmação do VAR para o 1 a 0, mas nada que atrapalhasse a jornada rumo ao tetra.


Foto David Ramos/Getty Images

Liverpool Campeão Mundial 2019

A última edição do Mundial de Clubes, em 2019, contou com uma nova mudança de sede, seguindo o padrão de duas edições por país. A escolha para o biênio até 2020 foi pelo Catar, em uma forma de utilização do torneio como evento teste para a disputa da Copa do Mundo de 2022. Mas os dias da competição já estão contados, pois a partir de 2021 a FIFA promete colocar em jogo um novo formato de Mundial, com 24 clubes e de quatro em quatro anos, tal qual o desejo antigo dos dirigentes dos anos 50.

Por enquanto, tudo continua na simplicidade. Pela quarta vez na história, o Liverpool conquistou uma vaga no Mundial. Foi através do sexto título na Liga dos Campeões, batendo na decisão o Tottenham. Os Reds nunca deram sorte no torneio, acumulando três vices e nenhum gol marcado. Porém, a sorte estava prestes a mudar, e junto com um acerto de contas com o passado. Seu grande adversário foi o Flamengo, bicampeão da Libertadores depois de 38 anos com uma virada de filme sobre o River Plate.

Buscando atrapalhar a revanche, os outros participantes foram: Monterrey, campeão da Concacaf; Al-Hilal, vencedor asiático; Espérance, ganhador africano; Hienghène Sport, campeão da Oceania; e Al-Sadd, vencedor da Stars League, o campeonato do Catar.

O Mundial começou com o time da casa enfrentando o amador Hienghène, que veio da Nova Caledônia. E o Al-Sadd venceu por 3 a 1, na prorrogação. Na sequência, o anfitrião foi derrotado por 3 a 2 para o Monterrey, nas quartas de final. Na outra chace, um duelo árabe entre Al-Hilal e Espérance, vencido pelo time da Ásia por 1 a 0. Chegada a semifinal, primeiro houve a estreia do Flamengo, que venceu de virada o Al-Hilal por 3 a 1.

O Liverpool começou sua luta no dia 18 de dezembro, no Khalifa Internacional, em Doha. Contra o Monterrey, uma difícil vitória por 2 a 1, conseguida só nos acréscimos, com gols de Naby Keita e Roberto Firmino. Na disputa do quinto lugar, o Espérance aplicou 6 a 2 no Al-Sadd. Já no confronto da terceira posição, o Monterrey empatou por 2 a 2 com o Al-Hilal e venceu por 4 a 3 nos pênaltis.

Liverpool e Flamengo se reencontraram no Khalifa no dia 21 para outra final. As duas equipes, novamente no topo de seus continentes, tanto em título quanto no futebol praticado. Mas desta vez não teve baile. Ao contrário, a partida foi chances múltiplas, a maior parte dos ingleses. Só que o gol não quis sair nos 90 minutos. Foi na prorrogação que veio o sonhado gol que pagou as contas com a história. Aos nove minutos do primeiro tempo, Roberto Firmino recebeu passe de Sadio Mané, deixou Rodrigo Caio e Diego Alves no chão e tocou rasteiro para o gol. Vitória por 1 a 0 e o primeiro título, enfim, para o Liverpool.


Foto David Ramos/FIFA/Getty Images

Real Madrid Campeão Mundial 2018

O ano muda, os vencedores não. O Mundial de Clubes passa por 2018 com o mais amplo domínio do Real Madrid, que voltou à competição pela décima vez ao conquistar sua 13ª Liga dos Campeões, batendo o Liverpool na final. Mas entre o título europeu e o início do torneio da FIFA, o clube perdeu dois nomes importantíssimos para a sua história: o técnico Zinedine Zidane e o atacante Cristiano Ronaldo. Para o lugar do francês entrou o argentino Santiago Solari. Já para a vaga do português, ninguém.

O representante sul-americano custou a ser definido. Uma semana antes do Mundial, o River Plate levou o tetra da Libertadores sobre o rival Boca Juniors, em final jogada em Madrid, pois a partida de volta original em Nuñez foi cancelada por falta de segurança. Extenuado, o River foi mais um a sucumbir antes da decisão mundialista, para o Al-Ain, campeão dos Emirados Árabes. Os times restantes na disputa foram: Chivas Guadalajara, vencedor na Concacaf; Espérance, ganhador na África; Kashima Antlers, campeão na Ásia; e Team Wellington, vencedor na Oceania.

Al-Ain e Team Wellington abriram o Mundial com um emocionante 3 a 3, que levou a equipe da casa a ter que vencer por 4 a 3 nos pênaltis. Nas quartas de final, em seu próprio estádio (o Hazza bin Zayed), o Al-Ain derrubou o Espérance com 3 a 0. Na partida entre Kashima e Chivas, 3 a 2 para os japoneses.

O apronte do anfitrião contra o River Plate veio na semifinal. Empate por 2 a 2 no tempo normal, e vitória por 5 a 4 nos pênaltis. Em 19 de dezembro e no Zayed Sports City, o Real Madrid reencontrou o Kashima após dois anos. Desta vez foi mais fácil: hat-trick de Gareth Bale e 3 a 1 em 90 minutos para os merengues. Na disputa do quinto lugar, o Espérance bateu o Chivas também nos pênaltis, por 6 a 5 depois de empate por 1 a 1. Na partida pelo terceiro, o River goleou o Kashima por 4 a 0.

Em 22 de dezembro, Abu Dhabi recebeu a decisão entre Real Madrid e Al-Ain. Apesar da festa do torcedor local, era sabido que a missão de bater os espanhóis era quase impossível. Logo aos 13 minutos de partida, o croata Luka Modric abriu o placar para o Real. Aos 15 do segundo tempo, Marcos Llorente ampliou o marcador. Aos 34, o capitão Sergio Ramos fez o terceiro. O Al-Ain achou seu gol aos 41 minutos, com o japonês Tsukasa Shiotani. Mas a goleada viria mesmo assim, e com participação de brasileiro. Aos 46 minutos, Vinícius Júnior chutou próximo ao lado esquerdo da pequena área, mas a bola desviou no egípcio Yahia Nader, que marcou contra.

Com 4 a 1 no placar final, o Real Madrid chegou ao que nenhum outro clube conseguiu no Mundial, ser tri seguido. O título também valeu como hepta, o que aumentou ainda mais sua própria hegemonia no ranking de times. Além disso, a conquista serviu para acirrar outra lista: a de países campeões. Foi a 11ª taça da Espanha, só uma menos que o Brasil.


Foto Andrew Boyers/Reuters

Real Madrid Campeão Mundial 2017

Na eterna discussão se os torneios intercontinentais entre 1960 e 2004 possuíam validade ou não, a FIFA enfim cedeu na queda de braço e fez a correção histórica em outubro de 2017: a Copa Intercontinental era Mundial também, independente de quem organizou.

Os Emirados Árabes voltaram a receber a disputa do Mundial de Clubes naquele ano. No processo, o país concorreu com Brasil e Japão, que tentava emendar quatro edições seguidas. Mas a FIFA optou pelo retorno ao território onde se jogou em 2009 e 2010. O lugar pouco importava para o Real Madrid, que levou seu 12º título da Liga dos Campeões, em decisão contra a Juventus, e conseguiu sua nona participação no Mundial.

Ao lado dele, o Grêmio quebrava com 22 anos de ausência ao conquistar a terceira presença mundialista, através do tri da Libertadores em cima do Lanús. As outras vagas foram assim distribuídas: pela Ásia, o Urawa Red Diamonds; pela Concacaf, o Pachuca; pela África, o Wydad Casablanca; pela Oceania, o Auckland City; e pelo país-sede, o Al-Jazira.

A partida de abertura do Mundial foi entre Al-Jazira e Auckland City, com vitória do time local por 1 a 0. Nas quartas de final, o Pachuca eliminou o Wydad também com 1 a 0 no placar. E o Al-Jazira derrubou o Urawa, novamente pelo placar mínimo. A onda de 1 a 0 continuou na semifinal, quando o Grêmio passou pelo Pachuca, na prorrogação.

A estreia do Real Madrid foi no dia 13 de dezembro, contra o Al-Jazira. No Zayed Sports City, em Abu Dhabi, o time merengue sofreu, e levou um susto quando Romarinho abriu o placar ao adversário. No segundo tempo, Cristiano Ronaldo e Gareth Bale viraram para 2 a 1 e colocaram o Real em mais uma final. Nas disputas de quinto e terceiro lugar, o Urawa fez 3 a 2 no Wydad e o Pachuca fez 4 a 1 no Al-Jazira.

Abu Dhabi recebeu a final do Mundial no dia 16 de dezembro. Enquanto o Real Madrid chegava com 11 jogadores de seleção entre os titulares, o Grêmio vinha embalado por ótimas atuações e o título sul-americano duas semanas antes. Mas o time espanhol teve o domínio completo em todos os 90 minutos. Em uma partida de ataque contra defesa, os brasileiros quase não tiveram oportunidades, enquanto os madridistas falhavam contra a dupla de zaga Pedro Geromel e Walter Kannemann.

Tanta insistência só foi dar resultado no segundo tempo, e foi na bola parada. Aos oito minutos, o Real conseguiu uma falta perto da área gremista. E Cristiano Ronaldo usou de sua especialidade para abrir o placar, chutando a bola em meio à barreira que abriu. Houve mais chances para ampliar o resultado, mas o 1 a 0 bastou para que o Real Madrid chegasse ao hexa mundial.


Foto Arquivo/Getty Images

Real Madrid Campeão Mundial 2016

Dois fatos marcaram a organização do Mundial de Clubes em 2016. Até o momento, foi a última vez que o Japão recebeu o torneio, totalizando 33 edições desde a reformulação da Copa Intercontinental. A competição também foi a primeira da FIFA a contar com o recurso do árbitro de vídeo, o chamado VAR.

Só o que não foi novidade foi mais uma presença do Real Madrid. O time venceu pela 11ª vez a Liga dos Campeões - a segunda seguida sobre o rival Atlético de Madrid -, e rumou para sua oitava participação no Mundial. Seu principal adversário veio da Colômbia: o Atlético Nacional, que foi bi da Libertadores batendo o Independiente del Valle na final e confirmou um retorno de 27 anos. Mas a final da "lógica" não iria acontecer pela terceira vez.

O Kashima Antlers, campeão japonês foi o "intruso" da vez. Os demais participantes foram: América do México, campeão da Concacaf; Jeonbuk Motors, vencedor da Ásia; Mamelodi Sundows, campeão da África; e Auckland City, pela oitava vez vencedor na Oceania.

A competição começou com o Kashima derrotando o Auckland por 2 a 1. Nas quartas de final, o clube japonês eliminou o Jeonbuk, por 2 a 1. No outro confronto, o América fez 2 a 1 no Mamelodi. A primeira semifinal foi entre o Atlético Nacional e o Kashima, que venceu por um fácil e surpreendente 3 a 0. O Real Madrid estreou no dia 15 de dezembro. Contra o América, em Yokohama, uma tranquila vitória por 2 a 0. Os gols saíram nos acréscimos de cada tempo, primeiro com Karim Benzema, depois com Cristiano Ronaldo. No duelo pelo quinto lugar, o Jeonbuk goleou o Mamelodi por 4 a 1. E na disputa pela terceira posição, o Nacional venceu o América nos pênaltis, por 4 a 3 após 2 a 2 nos 120 minutos.

Depois de tanto ser só um palco para a final do Mundial, enfim um time do Japão chegou lá. Kashima Antlers e Real Madrid se enfrentaram no dia 18, em Yokohama. Mas quem pensou que seria moleza para time merengue, enganou-se. Benzema abriu o placar aos nove minutos do primeiro tempo, e depois o Real perdeu várias oportunidades. Os japoneses aproveitaram bem o pouco que criaram, empatando aos 44 com Gaku Shibasaki. E aos sete do segundo tempo, ele virou a partida. Foram oito minutos de vantagem do Kashima. Aos 15, Cristiano Ronaldo empatou, de pênalti. Os espanhóis empilharam finalizações na busca por outra virada, mas nada mais aconteceu no tempo normal.

Só no prorrogação que a situação ficou mais tranquila, pois o Kashima estava exausto pela jornada de quatro jogos em dez dias. Aos oito do primeiro tempo, Cristiano fez o terceiro do Real. E aos 14, o atacante marcou seu hat-trick, e deu o 4 a 2 definitivo ao placar. Com sufoco, o Real Madrid chegou ao penta mundial, isolando-se como maior vencedor do torneio.


Foto Arquivo/AFP

Barcelona Campeão Mundial 2015

Nova mudança na sede marcou a passagem do Mundial de Clubes para 2015. Dois países entraram na disputa para suceder o Marrocos: Índia e Japão. Mas o primeiro desistiu antes da votação, e os nipônicos ganharam pela terceira vez o direito de abrigar o torneio. E assim como foi na primeira volta, a segunda também contou com a força e a qualidade do Barcelona no topo.

Vários dos nomes que marcaram a história do clube em 2009 e em 2011 não estavam mais presentes, como Pep Guardiola e Xavi, que foram buscar outros ares, além do capitão Carles Puyol, que se aposentou. Mas o legado ainda era forte, agora sob o comando técnico de Luis Enrique e com Andrés Iniesta trajando a braçadeira. Desde os 12 anos de idade dentro do clube, o meia tornou-se o símbolo maior de uma era vitoriosa do futebol não só catalão, mas também espanhol. Lionel Messi foi outro que seguiu no time, marcando gols a rodo, mas agora com o auxílio de Luis Suárez. O Barça chegou no Mundial através do penta na Liga dos Campeões, batendo o Juventus na decisão.

O principal oponente na tentativa de parar o Barça foi o River Plate, tri da Libertadores em cima do Tigres UANL. As outras vagas ficaram com: América do México, campeão da Concacaf; Guangzhou Evergrande, vencedor da Ásia; Mazembe, campeão africano; Auckland City, vencedor da Oceania; e Sanfrecce Hiroshima, campeão da J-League.

No primeiro jogo do Mundial, o Sanfrecce bateu o Auckland por 2 a 0. Depois, venceu o Mazembe por 3 a 0, nas quartas de final. Ainda, o Guangzhou eliminou o América por 2 a 1. Na disputa do quinto lugar, os mexicanos fizeram 2 a 1 nos congoleses. Na semifinal, o River entrou primeiro em campo, vencendo por 1 a 0 o time de Hiroshima. A estreia blaugrana foi em 17 de dezembro, em Yokohama, contra o Evergrande. E o Barcelona venceu fácil por 3 a 0, todos os gols de Suárez. Antes da final, teve a disputa asiática pela terceira posição, e os japoneses fizeram 2 a 1 nos chineses.

No dia 20, Barça e River entraram no campo em Yokohama para a decisão. O time argentino entrou com uma certa esperança de surpreender, porém a partida não durou muito tempo com equilíbrio. Aos 36 minutos do primeiro tempo, Messi abriu o placar, dando o ponto de partida em mais uma goleada catalã. Aos quatro do segundo tempo, Suárez ampliou, e aos 23, ele de novo fez o terceiro. O resultado de 3 a 0 conformou as duas equipes, e permaneceu assim até o apito final.

A confirmação de tri mundial do Barcelona veio junto com uma enxurrada de prêmios individuais. Suárez levou tanto a Bola quanto a Chuteira de Ouro. O uruguaio só não ganhou o carro também porque a Toyota já não patrocinava mais a competição. Messi ficou com a Bola de Prata, e Iniesta faturou a de Bronze.


Foto Mike Hewitt/FIFA

Real Madrid Campeão Mundial 2014

O Mundial de Clubes de 2014 ficou marcado pelo retorno de um dos clubes mais tradicionais na história, além do início de uma hegemonia que duraria por metade da década. Já tricampeão, o Real Madrid abriria uma série de cinco conquistas espanholas, sendo quatro obtidas pelo próprio mérito.

Os merengues chegaram lá pela sétima vez ao conquistarem o décimo título na Liga dos Campeões, vencendo de virada o rival Atlético de Madrid na final. Seu principal adversário foi o San Lorenzo, que venceu sua primeira Libertadores sobre o Nacional do Paraguai. A preocupação maior dos argentinos era a de não repetir os vexames sul-americanos de 2010 e 2013, então o time do Papa Francisco acabou não sendo um adversário à altura do Real.

Mas nem por isso o Mundial deixou de ter sua zebra: o Auckland City, que conseguiu a vaga da Oceania pela sexta vez em dez torneios. Tamanha experiência fez com que o time da Nova Zelândia aprontasse bastante com seus oponentes. Os outros participantes foram: Sydney Wanderers, vencedor asiático; Sétif, campeão africano; Cruz Azul, vencedor da Concacaf; e Moghreb Tétouan, campeão do Marrocos.

E o primeiro assombro do Auckland foi contra o anfitrião, na estreia. Após empate sem gols, os neo-zelandeses venceram o Moghreb por 4 a 3. Nas quartas de final, foi a vez de derrubar os argelinos do Sétif por 1 a 0. No outro jogo, o Cruz Azul bateu o Sydney por 3 a 1. Os grandes entraram na semifinal, começando pelo Real Madrid. No dia 16 de dezembro, os madridistas golearam por 4 a 0 o Cruz Azul em Marrakech, gols de Sergio Ramos, Karim Benzema, Gareth Bale e Isco. A outra chave contou com San Lorenzo e Auckland, e a aventura dos Navy Blues teve seu revés, mas quase foi diferente: 2 a 1 para o time argentino, na prorrogação.

Na decisão do quinto lugar, o Sétif fez 5 a 4 nos pênaltis sobre o Sydney, depois de empatar por 2 a 2. Na disputa pelo terceiro, o Auckland encerrou sua grande jornada com outra vitória nos pênaltis, por 4 a 2 após 1 a 1 contra o Cruz Azul.

Marrakech recebeu a final entre Real Madrid e Cruz Azul no dia 20 de dezembro. E assim como foi na semifinal, o time espanhol passou sem nenhum problema sobre o adversário. Aos 37 minutos do primeiro tempo, Sergio Ramos fez o primeiro gol, que lhe valeu a Bola de Ouro da competição e o carro da Toyota de presente. Aos seis do segundo tempo, Bale fez 2 a 0 e fechou a conta a favor do Real, que assim conquistou pela quarta vez o Mundial.

Apesar de não ter feito gols no torneio, Cristiano Ronaldo teve uma participação importante nele, com duas assistências. Foi o segundo título mundial do português, e o primeiro de três pelo clube espanhol.


Foto Javier Soriano/AFP/Getty Images

Bayern de Munique Campeão Mundial 2013

Depois de mais duas edições do Mundial no Japão, era a hora de trocar mais uma vez a sede. Quatro países candidataram-se para o biênio 2013/2014: África do Sul, Emirados Árabes, Irã e Marrocos. A decisão foi tomada ainda em 2011, e coube aos marroquinos receberem a competição, na primeira incursão dela fora da Ásia desde 1979, e a primeira na África.

E foi do próprio Marrocos que pintou a segunda zebra na história do torneio. Clube mais popular do país, o Raja Casablanca venceu a liga local (chamada Botola Pro), conseguindo a vaga como anfitriã. Seu caminho ficaria cruzado para sempre com o do Atlético Mineiro, que venceu pela primeira vez a Libertadores, em final contra o Olimpia e sob o talento de Ronaldinho.

O terceiro elemento presente no enredo principal foi o Bayern de Munique, campeão pela quinta vez da Liga dos Campeões ao bater o rival Borussia Dortmund. As outras quatro vagas ficaram com: Guangzhou Evergrande, campeão asiático; Al-Ahly, vencedor africano; Monterrey, ganhador da Concacaf; e Auckland City, campeão da Oceania.

A escalada do Raja começou na abertura do Mundial, com vitória por 2 a 1 sobre o Auckland. Nas quartas de final, foi a vez de derrubar o Monterrey também por 2 a 1, mas na prorrogação. No outro confronto, o Guangzhou venceu o Al-Ahly por 2 a 0. O grande momento do torneio veio na semifinal. Raja e Atlético se enfrentaram no dia 18 de dezembro, em Marrakech. Com uma atuação soberba, os donos da casa aplicaram 3 a 1 nos brasileiros, que protagonizaram a segunda queda sul-americana antes da final.

Um dia antes, em Agadir, o Bayern fez seu papel e eliminou o Guangzhou por 3 a 0, gols de Franck Ribéry, Mario Mandžukic e Mario Götze. O Mundial seguiu com a definição de posições. Na disputa do quinto lugar, o Monterrey goleou o Al-Ahly por 5 a 1. Na partida pela terceira posição, o Atlético Mineiro ficou com o consolo de vencer o Guangzhou por 3 a 2.

No dia 21, o Municipal de Marrakech recebeu a decisão entre Bayern de Munique e Raja Casablanca. O clube alemão trazia consigo a base da seleção que seria tetra da Copa do Mundo no ano seguinte, além de Pep Guardiola como técnico e outros selecionáveis pelo planeta afora. Já o time marroquino chegava extenuado diante da maratona de quatro jogos em dez dias. Não deu outra, e a zebra parou. Logo aos sete minutos do primeiro tempo, o volante brasileiro Dante abriu o placar. E aos 22, o espanhol naturalizado Thiago Alcântara marcou 2 a 0, acabando cedo com o sonho da torcida do Raja e definindo o tri mundial ao Bayern.


Foto Lars Baron/Bongarts/Getty Images

Corinthians Campeão Mundial 2012

O mundo não acabou em 2012, mas ficou bem próximo disso. Pelo menos, no futebol. O Mundial de Clubes daquele ano foi simbólico por dois motivos. O primeiro, é que foi a última vez que um time da América do Sul conquistou o título. O segundo foi visto nas arquibancadas. Cerca de 30 mil torcedores do Corinthians deslocaram-se até o Japão para ver o time ser campeão pela segunda vez na história.

Antes, o Timão, sob o comando de Tite, precisou vencer a Libertadores pela primeira vez, e o fez derrotando o Boca Juniors na decisão. Pela Europa, também teve clube sendo campeão da Liga dos Campeões pela primeira vez: o Chelsea chegou lá de maneira surpreendente, vencendo nos pênaltis o Bayern de Munique na final.

O representante local no torneio foi o Sanfrecce Hiroshima, campeão japonês. E pelos outros continentes, os desafiantes foram: o Ulsan Hyundai, vencedor asiático; o Monterrey, campeão de novo na Concacaf; o Al-Ahly, em sua quarta presença, vencedor africano; e o Auckland City, também na quarta participação, campeão da Oceania.

O início do Mundial foi, como sempre, entre o anfitrião e o time da Oceania. E o Sanfrecce derrotou o Auckland por 1 a 0. A aventura dos donos da casa acabou nas quartas de final, ao perder por 2 a 1 para o Al-Ahly. Na outra chave, o Monterrey venceu o Ulsan por 3 a 1.

A invasão corintiana começou no dia 12 de dezembro, no Estádio Toyota, na cidade de mesmo nome. O clube alvinegro enfrentou o Al-Ahly com mais de 10 mil da fiel torcida. Os egípcios não resistiram muito tempo, e o Corinthians venceu por 1 a 0, gol do peruano Paolo Guerrero. Um lado da final já estava certo. O outro ficou decidido no dia seguinte, quando o Chelsea aplicou 3 a 1 no Monterrey, garantindo a "final dos sonhos". Mas antes, foram definidos os vencedor do quinto e do terceiro lugares. Primeiro, o Sanfrecce derrotou o Ulsan por 3 a 2. Depois, o Monterrey fez 2 a 0 no Al-Ahly.

No dia 16, quase metade dos 68 mil no Internacional de Yokohama eram do "banco de loucos". O estádio virou uma versão oriental do Pacaembu. Porém não seria fácil passar pelo Chelsea. O time inglês criou várias oportunidades, todas paradas pelo goleiro Cássio e pelos zagueiros Chicão e Paulo André. O Corinthians teve menos chances, mas levava igual perigo aos ingleses.

A explosão alvinegra aconteceu no segundo tempo. Aos 24 minutos, Paulinho entrou com a bola na área adversária e deixou para Danilo, que chutou em cima do zagueiro. Ela subiu para frente e ficou livre para Guerrero, que de cabeça fez o gol mais importante da história do Corinthians. Depois do 1 a 0, Cássio ficou ainda mais gigante e garantiu o título mundial do Timão com belas defesas. E a festa atravessou o Oceano Pacífico.


Foto Toshifumi Kitamura/AFP

Barcelona Campeão Mundial 2011

O Mundial de Clubes entrou em 2011 com um novo velho país-sede. A competição retornou ao Japão, que venceu a disputar para o biênio até 2012. E ela chegava à velha casa com uma nova perspectiva de disputa, pois todos perceberam um ano antes que era possível sim haver um finalista de fora da Europa ou da América do Sul.

O alerta ficou redobrado, principalmente para o lado sul-americano. O Santos ficou com a incumbência de apagar a imagem ruim que a Conmebol deixou no torneio de 2010. Sobre o Peñarol, o Peixe venceu a Libertadores pela terceira vez e conseguiu uma vaga que não pegava há 48 anos. Pela UEFA, o Barcelona voltou a derrotar o Manchester United na decisão e foi tetra da Liga dos Campeões.

Olho vivo nas potenciais zebras: do país-sede, o Kashiwa Reysol foi vencedor da J-League; pela Concacaf, o Monterrey garantiu sua primeira presença; pela África, o Espérance Tunis foi o campeão; pela Ásia, o Al-Sadd foi outro estreante; e pela Oceania, o Auckland City conseguiu a terceira participação.

Sem Tóquio, o Mundial começou com o Kashiwa eliminando o Auckland por 2 a 0. Nas quartas de final, os japoneses derrubaram o Monterrey com 1 a 1 no tempo normal e 4 a 3 nos pênaltis. Já o Al-Sadd venceu o Espérance por 2 a 1.

A expectativa na semifinal foi grande. Mas o Santos não deixou duvidas e fez 3 a 1 no Kashiwa, gols de Neymar, Borges e Danilo. Tudo ficou desenhado para a final dos sonhos. No dia 15 de dezembro, em Yokohama, o Barcelona goleou o Al-Sadd por 4 a 0, com o brilho dos coadjuvantes: Adriano (duas vezes), Seydou Keita e Maxwell fizeram os gols sobre o clube do Catar. Na disputa do quinto lugar, o Monterrey venceu o Espérance, e no duelo do terceiro, o Al-Sadd venceu nos pênaltis o Kashiwa.

A final mundialista aconteceu no dia 18, em Yokohama. Todos pararam para ver o encontro entre Lionel Messi e Neymar, mas a promessa ficou só nisso. Em campo, o argentino sobrou ao lado dos companheiros. O Barcelona abriu o marcador aos 17 minutos do primeiro tempo com o próprio Messi, e o Santos ficou encurralado. Aos 24, Xavi ampliou e aos 45, Cesc Fàbregas fez o terceiro. Com a enorme vantagem ainda na etapa inicial, o Barça dedicou-se a administrar as ações no segundo tempo. 

O time brasileiro teve algumas chances para descontar, mas passou longe de uma reação. Aos 37 minutos, Messi marcou um golaço, driblando o goleiro Rafael Cabral, e completou o passeio catalão. Os 4 a 0 e o bicampeonato mundial foram a cereja do bolo para Pep Guardiola, em sua última temporada como técnico blaugrana, no auge de uma equipe que venceu tudo o que disputou.


Foto Toshifumi Kitamura/AFP

Internazionale Campeã Mundial 2010

Os Emirados Árabes foram muito bem na organização de seu primeiro Mundial de Clubes. Para a segunda edição, pouca gente ainda sentia falta do Japão. Mas o que quase ninguém poderia imaginar é que, pela primeira vez em 50 anos, a decisão não seria entre Europa e América do Sul.

Na Liga dos Campeões, a Internazionale quebrou 45 anos de fila ao derrotar o Bayern de Munique na final e ser tricampeão europeu. No caminho natural, o clube milanista chegaria ao Oriente Médio para esperar o campeão da Libertadores na decisão, o Internacional, que foi bicampeão ao derrotar o Chivas Guadalajara na derradeira.

O encontro dos xarás não aconteceria. Mas enquanto ninguém sabia disso, confirmavam-se os outros participantes: o Al-Wahda, pelo campeonato local; o Pachuca, pela Concacaf; o Seongnam Ilhwa, pela Ásia; e o Hekari United, pela Oceania. Faltou um, e é ele o responsável pela primeira grande zebra em Mundiais. Direto da República do Congo, o Mazembe foi tetracampeão da Liga dos Campeões da África depois de bater o Espérance Tunis com 5 a 0 na ida e 1 a 1 na volta.

A competição teve início com o encontro entre Al-Whada e Hekari, e os donos da casa não tiveram problemas para fazer 3 a 0 no clube da Papua-Nova Guiné. Nas quartas de final, os sul-coreanos do Seongnam fizeram 4 a 1 no anfitrião, e o Mazembe aprontou a primeira ao ganhar por 1 a 0 do Pachuca.

A história do Mundial aconteceu na semifinal. O Internacional era amplo favorito contra os congoleses, mas Patou Kabangu e Alain Kaluyituka acabaram com a lógica no segundo tempo, fazendo 2 a 0 nos brasileiros. O raio cairia três vezes no mesmo lugar? No que dependesse da Internazionale, não. Na outra semi, no dia 15 de dezembro, o Nerazzurri enfrentou o Seongnam e venceu por 3 a 0, gols de Dejan Stankovic, Javier Zanetti e Diego Milito. Aos colorados, sobrou ficar em terceiro lugar, com 4 a 2 sobre o adversário da Coreia do Sul. A quinta posição ficou com o Pachuca, nos pênaltis contra o Al-Whada.

Mazembe e Internazionale jogaram a final no dia 18, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Os africanos sonharam, arriscaram 16 chutes contra 9 do clube italiano, mas tudo durou pouco. Aos 13 minutos, Goran Pandev abriu o placar, e aos 17, Samuel Eto'o ampliou. Com a partida controlada, a Inter deu o último golpe aos 40 do segundo tempo, quando o reserva Jonathan Biabiany fez 3 a 0. No fim das contas, foi um tricampeonato mundial facilitado pelas circunstâncias. Mas a grande curiosidade da decisão estava na própria equipe milanista: nenhum italiano pisou no gramado durante o jogo. Ou melhor, teve um, o brasileiro naturalizado Thiago Motta.


Foto Matteo Gribaudi/Image Sport

Barcelona Campeão Mundial 2009

Após quatro edições bem sucedidas do Mundial de Clubes no Japão, a FIFA fez a roda girar a partir de 2009. Assim como acontece na Copa do Mundo, o torneio de clubes passou sedes diferenciadas a cada dois anos. No primeiro processo eleitoral, ainda em 2008, Austrália, Japão, Portugal e Emirados Árabes entraram na disputa, vencida pelo país do Oriente Médio.

O Mundial trocou a kasa pela cafia. A primeira competição no mundo árabe foi uma das mais emocionantes desta nova era. O Barcelona representou a Europa pela terceira vez, depois de ser tri da Liga dos Campeões em final contra o Manchester United. Pela América do Sul, o Estudiantes acabou com 41 anos de hiato, foi tetra da Libertadores em cima do Cruzeiro e confirmou presença.

Das outras confederações, apareceram: o mexicano Atlante, campeão da Concacaf; o sul-coreano Pohang Steelers, vencedor da Ásia; o congolês Mazembe, campeão africano; e o Auckland City, vencedor pela Oceania. Do anfitrião, o Al-Ahli, de Dubai, venceu a liga local e fechou a sétima vaga.

Al-Ahli e Auckland fizeram a abertura do Mundial, com vitória do time da Nova Zelândia por 2 a 0. Nas quartas de final, o Pohang, de virada, venceu o Mazembe por 2 a 1 e o Atlante aplicou 3 a 0 nos neo-zelandeses. Na semifinal, o Estudiantes foi o primeiro a entrar em campo. Contra o time da Coreia do Sul, os argentinos venceram por 2 a 1.

A estreia do Barcelona foi no dia 16 de dezembro, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Contra o Atlante, um susto quando o clube catalão saiu perdendo. Mas Sergio Busquets, Lionel Messi e Pedro consertaram a situação virando para 3 a 1, confirmando a final lógica. Na disputa do quinto lugar, o Auckland derrotou o Mazembe, e no duelo pelo terceiro, o Pohang venceu nos pênaltis os mexicanos.

Com um ano e meio no comando da equipe, Pep Guardiola montou um verdadeiro esquadrão, baseado no toque de bola e na genialidade de Andrés Iniesta, Xavi e Messi (que seria o melhor do mundo pela primeira vez em 2009). Mas o primeiro não pôde participar da decisão, pois fora machucado na semifinal. Barcelona e Estudiantes jogaram no dia 19, no Zayed Sports City.

Um susto ainda maior quase colocou tudo a perder: aos 37 minutos do primeiro tempo, Mauro Boselli abriu o placar aos argentinos. Mesmo dominando a partida, o empate catalão custou a acontecer, vindo só aos 44 do segundo tempo, com Pedro. Os fantasmas de 1992 e 2006 precisavam ser exorcizados, e coube a Messi fazer o gol da virada, de cabeça, aos cinco do segundo tempo da prorrogação. O 2 a 1 no resultado fazia justiça não só em campo, mas também na história, dando o último título que faltava à galeria blaugrana. Símbolo de luta e resistência da Catalunha, o Barça enfim conseguia seu Mundial.


Foto Hassan Ammar/AP

Manchester United Campeão Mundial 2008

Firme e forte, o novo Mundial de Clubes seguiu para 2008 sem nenhuma alteração em relação à temporada anterior. Embora muita gente não concordasse com a inclusão de um representante do país-sede, a FIFA deu continuidade à vaga na quarta edição seguida organizada por ela.

Os principais participantes da vez foram clubes em patamares bem diferentes entre si. Pelo lado europeu, o Manchester United chegou com o peso do tricampeonato na Liga dos Campeões, vencida em cima do rival Chelsea, nos pênaltis. Com 22 anos no comando técnico da equipe, Alex Ferguson tinha entre seus titulares um atacante português que começava a entrar em um longo auge: Cristiano Ronaldo, que em 2008 mesmo venceria seu primeiro prêmio de melhor jogador do mundo. No lado sul-americano, um time inesperado venceu sua primeira Libertadores. Sem ser favorita, a LDU Quito levou o Equador ao primeiro título continental após derrotar o Fluminense, também nos pênaltis.

Pelas demais confederações, entraram: Pachuca (Concacaf), Gamba Osaka (Ásia), Al-Ahly (África) e Waitakere United (Oceania). Mais uma vez, um clube japonês levou o título asiático. Então, a vaga do país-sede caiu novamente nas mãos do vice continental, o australiano Adelaide United.

O Mundial teve início com o confronto os times do Pacífico Sul, e o Adelaide venceu o Waitakere por 2 a 1. Nas quartas de final, o Pachuca eliminou o Al-Ahly por 4 a 2, na prorrogação. Na outra chave, o Gamba Osaka derrubou outra vez o Adelaide, por 1 a 0.

Chegada a semifinal. Primeiro com a LDU, que não teve problemas para fazer 2 a 0 no Pachuca. Depois, no dia 18 de dezembro, com o Manchester United, que enfrentou o Gamba Osaka em Yokohama. O primeiro tempo contou com dois gols, marcados por Nemanja Vidic e Cristiano Ronaldo. Os Red Devils deslancharam no segundo tempo com outros três, sendo outro de Ronaldo, um de Wayne Rooney e um de Darren Fletcher. No fim, o Gamba marcou três vezes, e a partida acabou 5 a 3 para os ingleses. Antes da esperada decisão, o Adelaide conseguiu o quinto lugar ao derrotar por 1 a 0 o Al-Ahly, e o Gamba ficou em terceiro ao fazer o mesmo placar no Pachuca.

Manchester United e LDU Quito se enfrentaram no dia 21, sempre em Yokohama. O favoritismo europeu era claro mais uma vez, enquanto os equatorianos se apegavam à famigerada raça sul-americana. O United dominou a primeira etapa, mas o gol não saiu. A LDU ficou esperançosa no segundo tempo e igualou a atuação. Mas a presença dos craques pesou a favor do time inglês. Aos 28 minutos, Cristiano Ronaldo recebeu passe na entrada da área e tocou para Rooney, que chutou colocado no canto esquerdo do goleiro José Cevallos e fez 1 a 0. Manchester United bicampeão mundial, em final mais complicada que o imaginado.


Foto Tadayuki Yoshikawa/AFP

Milan Campeão Mundial 2007

Grandes times merecem grande espaço na história. Um deles, sem dúvida, é o Milan dos anos 90 e 2000, que emendou, praticamente em sequência, quase 20 anos de conquistas e ótimas campanhas. A última cartada importante do Rossonero no futebol aconteceu em 2007, em mais uma edição do Mundial de Clubes, o que o consolidaria como maior campeão de todos até o momento.

Os italianos chegaram outra vez ao Japão depois de conquistar o hepta na Liga dos Campeões, em revanche contra o Liverpool na final. O Mundial reservaria outra "vendetta" para os milanistas: o Boca Juniors - com Juan Riquelme em estado de graça - levou o hexa na Libertadores em decisão sobre o Grêmio, e trouxe a possibilidade de o encontro de 2003 se repetir.

Mas agora seria preciso aguardar os outros continentes. A FIFA fez uma pequena expansão na competição, adicionando um representante do país-sede. Geralmente, esse time é para ser o campeão local, mas como o vencedor da Ásia foi o Urawa Red Diamonds, a vaga local foi herdada pelo iraniano Sepahan, vice dos japoneses. Os demais classificados foram: o mexicano Pachuca, pela Concacaf; o tunisiano Étoile du Sahel, pela África; e o neo-zelandês Waitakere United, pela Oceania.

O Mundial de Clubes passou a começar com uma preliminar entre o "local" contra o time oceânico, e  o Sepahan eliminou o Waitakere por 3 a 1. Nas quartas de final, o Urawa fez 3 a 1 no time do Irã, e o Étoile fez 1 a 0 no Pachuca.

Os gigantes entraram na semifinal. O Boca Juniors enfrentou o clube da Tunísia, e passou com um simples 1 a 0. O Milan deu início à jornada no dia 13 de dezembro, em Yokohama, contra o Urawa. Situação que há tempos não se via em Mundiais: uma equipe atuando como visitante. Os italianos tiveram que encarar mais de 67 mil torcedores, embora muitos dos japoneses ali torceram para o próprio Rossonero. A partida foi difícil, mas o Milan conseguiu vencer por 1 a 0, gol de Clarence Seedorf.

Argentinos e italianos repetiram a final de quatro anos antes no dia 16, também em Yokohama. O Boca já não tinha mais Riquelme, mas tinha Martín Palermo. E só. O favorito óbvio era o Milan, com Seedorf, o futuro Bola de Ouro Kaká, Andrea Pirlo, Filippo Inzaghi e o quase santificado Paolo Maldini. Os times começaram o jogo com tudo, com Inzaghi abrindo o placar aos 21 minutos do primeiro tempo, e Rodrigo Palacio empatando já aos 22.

Outro empate encaminhando-se entre os clubes? Que nada, no segundo tempo o Milan passeou. Alessandro Nesta (aos cinco), Kaká (aos 16) e Inzaghi (aos 26) fizeram os gols que confirmaram o tetra mundial ao time italiano. Pablo Ledesma descontou para 4 a 2 aos 40, mas já era tarde.


Foto Junko Kimura/Getty Images

Internacional Campeão Mundial 2006

A reunião de todas as confederações na busca pelo título mundial de clubes foi bem recebida pelo torcedor. Mas nem toda fórmula é perfeita. A FIFA não considerou a história entre 1960 e 2004 por pura birra. A Copa Intercontinental nunca foi organizada por ela, portanto, todos seus campeões acabaram "renegados". A questão é lógica: o Mundial de Clubes só andou para frente depois que a entidade juntou-se ao que deu certo, os acontecimentos de um sucedem os do outro, futebol não é geografia.

O Mundial de 2006 ficou marcado pelo encontro de dois extremos na decisão. Pela América do Sul, o Internacional - com pragmatismo e um conjunto forte - chegou ao primeiro título na Libertadores ao derrotar o São Paulo. Pela Europa, o Barcelona - com um futebol de arte e estrelas de peso - conseguiu sua segunda Liga dos Campeões ao vencer o Arsenal.

Entre os dois clubes, completaram o Mundial: o mexicano América, pela América do Norte e Central; o egípcio Al-Ahly, pela África; o sul-coreano Jeonbuk Motors, pela Ásia; e o neo-zelandês Auckland City, pela Oceania.

Todos os olhos do planeta estavam voltados para o time catalão, amplo favorito e liderado por Ronaldinho, ainda no auge. O Inter, o primeiro rival da carreira do jogador, foi ao Japão com um trabalho sério e silencioso, comandado por Abel Braga e capitaneado por Fernandão. A promessa era de, no mínimo, endurecer uma possível final entre as equipes.

O início do torneio viu o Al-Ahly derrotar o Auckland por 2 a 0, e o América eliminar o Jeonbuk por 1 a 0. O time africano foi o adversário do Colorado na semifinal, no dia 13 de dezembro, em Tóquio. Com um bom futebol, os gaúchos fizeram 2 a 1, gols dos promissores Alexandre Pato e Luiz Adriano. Na outra semi, o Barcelona não tomou conhecimento dos mexicanos e aplicou 4 a 0, o que aumentou ainda mais o favoritismo europeu.

A decisão do Mundial aconteceu no dia 17, em Yokohama. O ritmo da partida foi conforme o previsto: o Barcelona atacando e o Internacional buscando o contra-ataque. Mas o time espanhol empilhou chances desperdiçadas, o que permitiu o sonho aos brasileiros. O fato capital do jogo ocorreu aos 31 minutos do segundo tempo, quando o ídolo Fernandão deu lugar ao rejeitado Adriano Gabiru.

Coisas do destino. Aos 36 minutos, Iarley recebeu lançamento, venceu dividida com Carles Puyol e tocou a bola para Gabiru, que entrou livre na área e bateu na saída do goleiro Víctor Valdés. Depois do gol, foi a vez de Clemer aparecer com grandes defesas e garantir o 1 a 0, que surpreendeu o mundo e o pintou de vermelho.


Foto Daniel Boucinha/Internacional

São Paulo Campeão Mundial 2005

Foram décadas e décadas de conversas, ameaças de boicote, propostas furadas e até uma breve concorrência entre FIFA e Copa Intercontinental. Até que, em 2005, enfim veio a união. O Mundial criado em 2000 nunca teve sua segunda edição realizada (a de 2001, adiada para 2003), e a entidade teve que dar o braço a torcer. Em 2004, ela deu início as negociações com a Toyota, patrocinadora do Intercontinental, e recebeu o consentimento de UEFA e Conmebol.

O novo Mundial de Clubes nasceu de uma fusão entre as duas competições. Todas as confederações passaram a ter seu representante em um mata-mata de mão única, com os times europeu e sul-americano entrando diretamente na semifinal. A FIFA assumiu a organização e a Toyota nomeou o torneio, continuando com a tradição de premiar o melhor atleta da final com um carro. Completando o processo de transição, uma nova taça foi introduzida.

O primeiro participante confirmado foi o Saprissa, da Costa Rica, campeão da Concacaf. Depois, o Liverpool venceu sua quinta Liga dos Campeões e confirmou vaga pela Europa. O terceiro foi o Sydney, da Austrália, vencedor na Oceania. Pela Libertadores, o São Paulo foi tricampeão e levou a quarta vaga. Por fim, o Al-Ahly, do Egito, venceu pela África e o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, venceu pela Ásia.

Voltando após 12 anos ao Mundial, o Tricolor Paulista ficou de camarote aguardando seu adversário na semifinal. E quem veio foi o Al-Ittihad, que derrotou o Al-Ahly por 1 a 0. Na outra chave, o Saprissa fez 1 a 0 no Sydney. Em 14 de dezembro, o São Paulo enfrentou o time saudita no Nacional de Tóquio, que voltava ao cenário mundialista. Com dois gols de Amoroso e um de Rogério Ceni, o Tricolor fez 3 a 2 e garantiu-se na final.

Do outro lado, o Liverpool naturalmente eliminou os costarriquenhos, fazendo 3 a 0. Antes da decisão, os eliminados jogaram mais um pouco. Na disputa do quinto lugar, o Sydney fez 2 a 1 no Al-Ahly. No duelo pela terceira posição, o Saprissa conseguiu 3 a 2 em cima do Al-Ittihad.

No dia 18, em Yokohama, São Paulo e Liverpool lutaram pelo novo título mundial. Os ingleses chegavam com uma série de dez jogos sem levar gols. Mas os brasileiros traziam a velha determinação de sempre, que rendeu dois títulos seguidos nos anos 90. E o tricampeonato foi conquistado pelos pés do volante Mineiro que, aos 27 minutos do primeiro tempo, dominou lançamento de Aloísio e bateu na saída do goleiro Pepe Reina.

Três títulos na história, mas um aos olhos da FIFA, que preferiu por muitos anos renegar a história anterior à do novo campeonato, caindo em contradição e desconhecendo o êxito do torneio que ela própria assumiu.


Foto Arquivo/Reuters

Porto Campeão Mundial 2004

O fim de uma era. Foram 44 anos de disputa entre América do Sul e Europa na Copa Intercontinental, com 42 edições quase ininterruptas, 18 com jogos de ida e volta e 24 com sede no Japão. A edição de 2004, a 43ª, ficou marcada por ser a última organizada por Conmebol e UEFA, com aporte da Toyota. O namoro entre a montadora de carros e a FIFA virou casamento, e a partir de 2005 um novo Mundial entraria no lugar.

Mas antes da mudança definitiva, Liga dos Campeões e Libertadores definiram seus representantes para o fim do ano. Seus campeões não foram as equipes mais qualificadas dos continentes, sendo tratadas até como surpresas, mas o destino quis que fossem elas as últimas e entrar em campo para o c’est fini. No lado europeu, mesmo sem ser considerado favorito no começo, o Porto conquistou o bicampeonato depois de eliminar Manchester United, Lyon, La Coruña, e o Monaco na final, por 3 a 0.

Já pelo lado sul-americano, o quase desconhecido Once Caldas, da Colômbia, conquistou o inédito título continental eliminando só gigantes: Vélez Sarsfield, Santos, São Paulo, e o Boca Juniors na decisão, com empates por 0 a 0 e por 1 a 1, e vitória nos pênaltis por 2 a 0.

As camisas poderiam não ser as mais pesadas, mas tanto Porto quanto Once Caldas entenderam bem o significado de estar presente neste último momento do já velho Mundial, em Yokohama, no dia 12 de dezembro. O público local é que não contribuiu muito para abrilhantar a festa, pois só pouco mais de 45 mil torcedores foram ao Internacional (menos de dois terços da capacidade do estádio).

Com um time superior e jogadores como Maniche, Luís Fabiano, Diego, Benny McCarthy e Ricardo Quaresma (que entrou no segundo tempo), o Porto foi superior ao plantel colombiano, chegando perto do gol em várias oportunidades, mandando quatro bolas na trave, tendo dois gols anulados e parando nas defesas de Juan Carlos Henao. O Once Caldas chegou bem menos, mas também levou perigo quando pôde. Mas a bola não quis entrar em 120 minutos e o 0 a 0 persistiu até a disputa de pênaltis.

Então foi a vez de ocorrer o contrário. Nas cobranças, quase todos quiseram marcar seu golzinho. Maniche errou a quarta batida e Jonathan Fabbro teve a chance de dar o título aos colombianos, mas ele atirou a bola na trave. McCarthy fez 4 a 4 e levou o duelo para a disputa alternada. Na nona cobrança do Once Caldas, John García chutou para fora. A vez da conquista ficou para o zagueiro Pedro Emanuel, que fez 8 a 7 e confirmou o bicampeonato aos Dragões.

Com 19 pênaltis, os deuses do futebol esticaram até onde puderam a última Copa Intercontinental, que fechou suas cortinas com o mesmo sucesso de quando as abriram.


Foto Arquivo/Porto