Dínamo Kiev Campeão da Recopa Europeia 1986

A Recopa Europeia de 1986 contou com 31 participantes, sendo a primeira em décadas a não ter a fase inicial completa. Tudo por culpa da ausência dos clubes ingleses das competições da UEFA, punidos com o banimento de cinco anos depois da Tragédia de Heysel na final da Liga dos Campeões de 1985.

Com ou sem a Inglaterra, a taça da Recopa seguiu rodando o continente. Em 1986, o título voltou à União Soviética com o bicampeonato do Dínamo Kiev, 11 anos depois da primeira conquista e um após o título da Copa Soviética de 1985. A campanha começou contra o Utrecht, o qual passou com derrota por 2 a 1 na Holanda e vitória por 4 a 1 no Estádio Republicano, em Kiev.

A jornada seguiu contra o Universitatea Craiova, nas oitavas de final. No primeiro jogo, o Dínamo empatou por 2 a 2 na Romênia. A segunda partida aconteceu na União Soviética, e os ucranianos obtiveram mais uma classificação com um triunfo elástico, por 3 a 0.

Nas quartas de final, o adversário foi o Rapid Viena. A ida foi realizada na Áustria, mas parecia que havia sido na própria União Soviética, dada a facilidade com que o Dínamo venceu, por 4 a 1. Os gols foram de Igor Belanov (dois), Vasyl Rats e Pavlo Yakovenko. A volta foi em Kiev, e em casa a goleada foi ainda maior, por 5 a 1. Belanov, Ivan Yaremchuk (dois), Oleg Blokhin e Vadym Yevtushenko anotaram os gols.

Na semifinal, o Dínamo encarou o Dukla Praga. A primeira partida aconteceu no Republicano, e terminou com outra vitória categórica, por 3 a 0. Blokhin marcou duas vezes e Oleksandr Zavarov fez um. O segundo jogo foi na Tchecoslováquia, com a vaga na final vindo no empate por 1 a 1.

O Dínamo Kiev chegou à decisão para enfrentar o Atlético de Madrid, que superou Celtic, Bangor City, Estrela Vermelha e Uerdingen. A partida foi disputada no Gerland, em Lyon, e consumou o bicampeonato dos soviéticos. Com gols de Zavarov, Blokhin e Yevtushenko, o Dínamo venceu por 3 a 0. Com 11 anos de intervalo, o futebol científico de Valeriy Lobanovskyi deu resultado novamente.

A campanha do Dínamo Kiev:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 26 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Alain de Martignac/Onze/Icon Sport/Getty Images

Everton Campeão da Recopa Europeia 1985

A temporada de 1984/85 do futebol europeu terminou conturbada com a Tragédia de Heysel em 29 de maio, quando hooligans do Liverpool invadiram o espaço da torcida da Juventus no estádio belga e entraram em confronto com os italianos, matando 39 antes da final da Liga dos Campeões. A consequência do desastre foi o banimento dos clubes ingleses dos torneios da UEFA por cinco anos.

Tal medida atrapalhou a história do maior rival do Liverpool, o Everton, que 14 dias antes foi campeão de sua maior taça, a Recopa Europeia de 1985, além de também ter levado o título inglês da temporada. O clube não pôde desfrutar de nenhum benefício dessas conquistas, pois ficou banido por tabela.

Extracampo a parte, a Recopa do Everton começou a ser desenhada quando o time venceu a Copa FA de 1984. A competição teve 32 participantes, e a campanha dos "toffees" (caramelos) teve início na primeira fase, contra o University Dublin. Na ida, empate sem gols na Irlanda. Na volta, vitória por 1 a 0 no Goodison Park.

Nas oitavas de final, o time azul encarou o Inter Bratislava, da Tchecoslováquia, e venceu as duas partidas, por 1 a 0 fora de casa e por 3 a 0 na Inglaterra. Nas quartas, foi a vez de também bater nos dois jogos o Fortuna Sittard, da Holanda, por 3 a 0 em casa e por 2 a 0 fora.

A campanha invicta do Everton continuou na semifinal, contra o Bayern de Munique. A primeira partida foi na Alemanha, no Olímpico de Munique, e terminou empatada por 0 a 0. O segundo jogo aconteceu no Goodison Park, e os toffees venceram por 3 a 1, gols de Graeme Sharp, Andy Gray e Trevor Steven, chegando na decisão.

A final foi entre Everton e Rapid Viena, que superou Besiktas, Celtic, Dínamo Dresden e Dínamo Moscou. Dentro do Estádio De Kuip, em Roterdã, os ingleses tiveram grande atuação e foram campeões com o triunfo por 3 a 1. Os gols foram anotados por Gray, Steven e Kevin Sheedy, todos no segundo tempo.

A campanha do Everton:
9 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 16 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto David Cannon/Allsport/Getty Images/Hulton Archive

Juventus Campeã da Recopa Europeia 1984

A Recopa Europeia desembarca em 1984 com o título retornando para a Itália depois de 11 anos. Nesta vez, a taça ficou nas mãos da Juventus, que a esta altura já contava com a base que viria a vencer também a Liga dos Campeões e o Mundial em 1985.

O torneio contou com 33 participantes, e a Vecchia Signora entrou por meio da conquista da Copa da Itália de 1982. Na primeira fase, o adversário foi o Lechia Gdansk, da Polônia. Na ida, goleada por 7 a 0 no Estádio Comunale, em Turim, com dois gols de Michel Platini, quatro de Domenico Penzo e um de Paolo Rossi. Na volta, nova vitória, mais apertada, por 3 a 2 fora de casa..

A campanha bianconera prosseguiu nas oitavas de final, contra o Paris Saint-Germain. O primeiro jogo foi realizado no Parc des Princes, e os italianos por pouco não venceram, cedendo o empate por 2 a 2 nos acréscimos da etapa final. A segunda partida foi em Turim. Apesar de ter mais time, a Juve não furou a defesa francesa, e vice-versa. O empate sem gols serviu por causa da regra do gol fora.

Nas quartas, foi a vez de enfrentar o Haka, da Finlândia. A ida foi disputada fora de casa para as duas equipes, na França. No La Meinau, em Estrasburgo, a Juventus venceu por 1 a 0, gol de Beniamino Vignola. A volta foi no Comunale, e os bianconeri confirmaram a classificação com outro 1 a 0, gol de Marco Tardelli.

A Juve encarou o Manchester United na semifinal. Na primeira partida, empate por 1 a 1 no Old Trafford. O segundo jogo foi no Comunale, e se encaminhava para a prorrogação com o mesmo placar, quando Rossi apareceu para fazer 2 a 1 aos 45 minutos do segundo tempo.

Na final, a Juventus enfrentou o Porto, que eliminou Dínamo Zagreb, Rangers, Shakhtar Donetsk e Aberdeen. A disputa ocorreu no St. Jakob, na Basileia, que recebeu a decisão da Recopa pela quarta e última vez. Vignola abriu ao placar aos 12 do primeiro tempo, e os portugueses empataram aos 29. Aos 41, Zbigniew Boniek fez 2 a 1 e garantiu o título inédito e invicto da Vecchia Signora.

A campanha da Juventus:
9 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 19 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Aldo Liverani/SAS

Aberdeen Campeão da Recopa Europeia 1983

Quando falamos no futebol da Escócia, logo vem à cabeça Celtic e Rangers, os dois maiores clubes do país britânico. Mas há espaço para uma terceira força, que protagonizou um feito raro: venceu um título europeu em cima do Real Madrid. Na Recopa de 1983, o Aberdeen foi o último a ganhar um torneio continental linear sobre os espanhóis. E mais do que isso, revelou o lendário técnico Alex Ferguson.

A Recopa de 1983 contou com 34 participantes, e o Aberdeen foi um dos quatro que precisou disputar a fase preliminar. Campeão da Copa da Escócia de 1982, os "dons" eliminaram o Sion, da Suíça, com goleadas por 7 a 0 em casa e por 4 a 1 fora. Na primeira fase, foi a vez de passar pelo Dínamo Tirana, com vitória por 1 a 0 na Escócia e empate por 0 a 0 na Albânia.

Nas oitavas de final, o Aberdeen enfrentou o Lech Poznan, da Polônia. A partida de ida foi realizada outra vez em casa, no Estádio Pittodrie, e terminou com vitória escocesa por 2 a 0. Na volta, os dons voltaram a vencer, por 1 a 0 fora de casa.

O adversário escocês nas quartas foi o Bayern de Munique. O primeiro jogo aconteceu fora, no Olímpico de Munique, e ficou no empate sem gols. A segunda partida foi no Pittodrie, que viu uma espetacular virada de placar. O Aberdeen perdia por 2 a 1 até os 32 minutos do segundo tempo quando, em um minuto, pulou para 3 a 2 com os gols de Alex McLeish e John Hewitt.

A semifinal foi disputada contra o Waterschei Thor, da Bélgica. Na ida, o Aberdeen goleou por 5 a 1 no Pittodrie, gols de Eric Black, Neil Simpson, Mark McGhee (dois) e Peter Weir. Na volta, aconteceu a única derrota na campanha, por 1 a 0 na cidade de Genk.

A final contra o Real Madrid foi possível após os espanhóis baterem Baia Mare, Újpesti, Intenazionale e Austria Viena. No Estádio Ullevi, em Gotemburgo, Black abriu logo aos sete minutos do primeiro tempo, mas o adversário empatou aos 15. O resultado seguiu assim até a prorrogação, quando Hewitt fez o gol do título do Aberdeen aos sete do segundo tempo, marcando 2 a 1.

A campanha do Aberdeen:
11 jogos | 8 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 25 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Peter Robinson/PA Images

Barcelona Campeão da Recopa Europeia 1982

Chegamos no ano de 1982, quando a Recopa Europeia, sem ainda ninguém saber, já havia cruzado a metade de sua existência. Nesta temporada, que teve 33 participantes em disputa, teve como campeão mais uma vez o Barcelona, que chegou ao bicampeonato depois de três anos.

Vencedor da Copa do Rei em 1981, o Barça começou a campanha contra o Botev Plovdiv, da Bulgária. Na primeira partida, goleada por 4 a 1 no Camp Nou. A vantagem tranquila permitiu ao time blaugrana até perder o segundo jogo, por 1 a 0 fora de casa.

O caminho seguiu nas oitavas de final, contra o Dukla Praga. A ida foi na Tchecoslováquia, com o Barcelona voltando a perder por 1 a 0 como visitante. A situação agora estava invertida, mas os jogadores conseguiram reverter o confronto na volta, ao golearem os tchecos por 4 a 0 em casa.

O próximo adversário do Barcelona foi o Lokomotive Leipzig, nas quartas. O primeiro jogo aconteceu na Alemanha Oriental, e o time blaugrana conseguiu uma ótima vitória por 3 a 0, gols de Quini, Enrique Morán e Allan Simonsen. A segunda partida foi no Camp Nou, mas o Barça não conseguiu repetir o desempenho e acabou derrotado por 2 a 1, sem afetar a classificação.

Na semifinal, foi a vez de enfrentar o Tottenham. A partida de ida foi realizada em Londres, no White Hart Lane. O Barcelona saiu na frente com o gol de Antonio Olmo, mas levou o empate por 1 a 1. O jogo de volta foi no Camp Nou, e a classificação para a final com a vitória por 1 a 0, gol do artilheiro Simonsen.

A decisão foi contra o Standard Liège, que passou por Floriana, Vasas, Porto e Dínamo Tbilisi. O estádio escolhido (antes da temporada) para a partida foi exatamente o Camp Nou, que recebeu mais 100 mil blaugranas. Mas foram os belgas que abriram o placar, aos oito minutos do primeiro tempo. O empate só veio aos 47, com Simonsen. O tento da virada para 2 a 1, e do bicampeonato, saiu aos 18 do segundo tempo, com Quini.

A campanha do Barcelona:
9 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 3 derrotas | 16 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Barcelona

Dínamo Tbilisi Campeão da Recopa Europeia 1981

Vez por outra aparecia algum time alternativo para ser campeão dos torneios da UEFA. Foi o que aconteceu no caso da Recopa Europeia de 1981, quando o Dínamo Tbilisi levou o título para a União Soviética. Foi o ponto alto do clube que hoje representa a Geórgia no cenário mundial.

O Dínamo Tbilisi era surpresa até mesmo na União Soviética, sendo campeão nacional somente em 1964 e 1978, e da Copa Soviética em 1976 e 1979. E foi o bicampeonato na copa local que colocou os azuis e brancos na disputa da Recopa. Na primeira fase, passou pelo Kastoria, da Grécia, após empatar sem gols fora de casa, e vencer por 2 a 0 em Tbilisi, no Estádio Lenin Dínamo.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Waterford, da Irlanda. O primeiro jogo aconteceu fora de casa e foi vencido pelo Dínamo por 1 a 0. A segunda partida foi realizada na União Soviética, e desta vez os azuis golearam por 4 a 0.

Nas quartas, a campanha seguiu quase imbatível contra o West Ham. Na ida, goleada do Dínamo por 4 a 1 em plena Londres, com gols de Aleksandre Chivadze, Vladimir Gutsaev e dois de Ramaz Shengelia. Na volta, a primeira derrota, por 1 a 0 no Lenin Dínamo, que não afetou a classificação dos georgianos.

Chegada a semifinal, era a vez de encarar o Feyenoord. A primeira partida aconteceu no Lenin Dínamo, com uma categórica vitória por 3 a 0, com dois gols de Tengiz Sulakvelidze e um de Gutsaev. O segundo jogo foi no De Kuip, em Roterdã, no qual os holandeses tentaram devolver o placar, mas só chegaram em 2 a 0. O Dínamo Tbilisi era finalista da Recopa Europeia.

A decisão foi talvez a mais alternativa da história da UEFA, entre Dínamo Tbilisi e Carl Zeiss Jena, time da Alemanha Oriental que bateu Roma, Valencia, Newport County e Benfica. A partida foi no Rheinstadion, em Düsseldorf, para apenas 4.750 torcedores. Já no segundo tempo, os alemães abriram o placar, aos 18 minutos. Aos 22, Gutsaev empatou para os soviéticos. A virada para 2 a 1 e o título vieram aos 41, no gol de Vitaly Daraselia.

A campanha do Dínamo Tbilisi:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 16 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Gerard Bedeau/Onze/Icon Sport/Getty Images

Valencia Campeão da Recopa Europeia 1980

A década de 1970 terminou com a Recopa Europeia morando na Espanha. E a década de 1980 começou da mesma forma, com o título permanecendo em território espanhol. Da Catalunha, a taça viajou até a Comunidade Valenciana, que celebrou a conquista inédita do Valencia em 1980, sob o comando de do técnico Alfredo Di Stéfano.

Vencedores da Copa do Rei de 1979, os murciélagos entraram na competição europeia que contou com 34 participantes e a volta da fase preliminar. Já na primeira fase, o Valencia começou a campanha rumo ao título contra o Boldklubben, da Dinamarca. Na ida, empate por 2 a 2 fora de casa. Na volta, goleada por 4 a 0 no Mestalla.

O Valencia seguiu para as oitavas de final e enfrentou o Rangers. O primeiro jogo aconteceu em casa, no Mestalla, mas os valencianos não passaram do empate por 1 a 1 com os escoceses. A segunda partida foi em Glasgow, e os murciélagos tiveram uma bela atuação em pleno Estádio Ibrox, vencendo por 3 a 1 e se classificando às quartas.

Nas quartas de final, foi a vez de encarar o Barcelona.  A ida foi no Camp Nou, e o Valencia fez a festa na casa do rival ao vencer por 1 a 0. A volta foi no Mestalla, cheia de emoção. Enrique Saura abriu o placar, os catalães viraram e Rainer Bonhof empatou, tudo isso em meia hora. No segundo tempo, Saura fez mais um Mario Kempes anotou o quarto gol que classificou o time valenciano. Deu tempo para o Barcelona descontar para 4 a 3, que não serviu para nada.

Na semifinal, o adversário foi o Nantes. A primeira partida foi na França, e o Valencia voltou derrotado por 2 a 1. O segundo jogo foi no Mestalla, e com o apoio da torcida os murciélagos reverteram a desvantagem e golearam por 4 a 0, obtendo a vaga na decisão.

O oponente na final foi o Arsenal, que eliminou Fenerbahçe, Magdeburg, IFK Gotemburgo e Juventus. A partida foi realizada em Bruxelas, no Estádio de Heysel. A disputa foi forte, porém os gols não saíram e tudo ficou no 0 a 0. Nos pênaltis, o Valencia se deu melhor e venceu por 5 a 4, garantindo o título.

A campanha do Valencia:
9 jogos | 5 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Diario AS